Mostrar mensagens com a etiqueta Cerâmica. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Cerâmica. Mostrar todas as mensagens

domingo, 4 de agosto de 2024

Maria Luísa de Sousa Holstein, 3ª Duquesa de Palmela (1841-1909)

 O Pescador (1870)
-
Busto do Marquês de Sá da Bandeira (1883, Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa)
-
Diógenes (1883, Veritas)
-
-
Fiat Lux (1900, Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Lisboa)
-
Maria Luísa de Sousa Holstein, 3ª duquesa de Palmela, nasceu em Lisboa a 4 de Agosto de 1841, tendo falecido em Rio do Porto (Sintra), em 2 de Setembro de 1909. Foi discípula do escultor Anatole Célestin Calmels, desde 1858. Entre os primeiros trabalhos, distingue-se a obra O Pescador (1870), onde se nota a influência do Romantismo recebida do seu mestre. Esta obra foi exposta em 1874, na 10ª exposição da Sociedade Promotora de Belas-Artes, juntamente com o retrato em relevo da Condessa de Ficalho. Entre as suas obras mais assinaláveis salienta-se o Diógenes (1883), cujo original em mármore se encontra no Palácio Palmela (Rato, Lisboa), que teve bastante sucesso, sendo realizadas diversas versões reduzidas em bronze. A obra foi exposta em 1884, no Salon de la Société des Artistes Français, tendo voltado a participar no mesmo certame, em 1886, com a obra Sainte-Thérèse (1885), que lhe valeu uma menção honrosa. Os retratos constituem uma parcela importante de seu trabalho, sendo exemplo os bustos do Marquês de Sá da Bandeira (c. 1870, Museu da Sociedade de Geografia de Lisboa) e do Duque da Terceira (Museu Militar). Encaminhando-se progressivamente para o Naturalismo, uma obra a destacar é o busto de Negra (1885), igualmente exposta no Salon parisiense de 1886, que retrata Maria José dos Santos, criada da duquesa de Palmela, e filha dos cozinheiros de seus pais. Pouco depois, esculpiu um dos seus mais aclamados trabalhos, o Fiat Lux, que é uma representação alegórica do Génio do Progresso da Medicina. Obra originalmente feita em bronze, foi oferecida a António de Lencastre, seu médico pessoal. Com o objectivo de se tornar académica de mérito, da Academia Real de Belas-Artes de Lisboa, a duquesa de Palmela fez, em 1900, uma versão em mármore de Carrara, que hoje pertence ao acervo do Museu Nacional de Arte Contemporânea. Outra importante realização foi a escultura Mater Admirabilis. A Duquesa de Palmela foi também ceramista, tendo fundado, com a Condessa de Ficalho, a Oficina ou Fábrica de Cerâmica do Ratinho, no Palácio Palmela.

-

Fernando de Pamplona, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. IV, Barcelos, Livraria Civilização, 1988; pp. 258-259; Sandra Costa Saldanha, «Filantropia e Arte, A Obra de Escultura da 3.ª Duquesa de Palmela», Cidade Solidária, Julho de 2007, pp. 76-80 [https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/92339/1/2007%20-%20Filantropia%20e%20Arte.pdf]; Teresa Campos dos Santos, «Maria Luísa de Sousa Holstein (1841-1909): Construtora de uma obra social», in Revista de História da Arte e da Cultura, Campinas, SP, N.º 18,, 2021, pp. 115–136 [https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/rhac/article/view/15429].

-

Maria Luísa de Sousa Holstein, 3rd Duchess of Palmela, was born in Lisbon on 4 August 1841 and died in Rio do Porto (Sintra) on 2 September 1909. She was a disciple of the sculptor Anatole Célestin Calmels since 1858. Among her early works, The Fisherman (1870) stands out, in which the influence of Romanticism received from her master can be observed. This work was exhibited in 1874, at the 10th exhibition of the Sociedade Promotora de Belas-Artes, together with the relief portrait of the Countess of Ficalho. Among her most notable works is Diógenes (1883), the original in marble of which is in the Palácio Palmela (Rato, Lisbon). It was very successful, and several reduced versions in bronze were produced. The work was exhibited in 1884 at the Salon de la Société des Artistes Français. She participated in the same event again in 1886 with the work Sainte-Thérèse (1885), which earned her an honorable mention. Portraits constitute an important part of her work, examples being the busts of the Marquis of Sá da Bandeira (c. 1870, Museum of the Geographical Society of Lisbon) and of the Duke of Terceira (Military Museum). Progressively moving towards Naturalism, a work worth highlighting is the bust of Negra (1885), also exhibited at the Paris Salon of 1886, which portrays Maria José dos Santos, maid to the Duchess of Palmela and daughter of her parents' cooks. Shortly afterwards, she sculpted one of his most acclaimed works, the Fiat Lux, which is an allegorical representation of the Genius of the Progress of Medicine. Originally made of bronze, the work was given to António de Lencastre, her personal doctor. With the aim of becoming an academic of merit at the Royal Academy of Fine Arts in Lisbon, the Duchess of Palmela created a version in Carrara marble in 1900, which today belongs to the collection of the National Museum of Contemporary Art. Another important achievement was the sculpture Mater Admirabilis. The Duchess of Palmela was also a ceramist, having founded, with the Countess of Ficalho, the Ratinho Ceramics Workshop (or Factory) in the Palmela Palace.

domingo, 14 de julho de 2024

Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (1867-1920)

"V - O Progresso Nacional: o grande Caranguejo", in A Paródia, 8 de Agosto de 1900.
-
Cabaça. Lagarto (1900, Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
-
Jarro (Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
-
Jarra. Cerejas (Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
-
Jarra. Algas (Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
-
Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, nasceu em 20 de Junho de 1867, sendo filho de Rafael Bordalo Pinheiro e de Elvira Ferreira de Almeida Bordalo Pinheiro. Nasceu em Lisboa, tendo sido educado na casa de família do pai do artista, em Alcolena, onde conviveu com o avô Manuel Maria, que era gravador, pintor e escultor amador, e o tio Columbano, futuro pintor, que era dez anos mais velho. Estudou depois num colégio interno. Em 1884, iniciou a colaboração jornalística com o seu pai, fazendo caricaturas, primeiro no jornal O António Maria, depois em Os Pontos nos ii (1885) e A Paródia (1900). Em 1903, participou na revista infantil O Gafanhoto, fazendo uma incursão na banda desenhada. A partir de 1896, foi professor na Escola Rodrigues Sampaio, passando, em 1914, para a Escola de Cerâmica de Lisboa. A partir de 1905, começou a dirigir a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, fundada pelo seu pai (1884). Tendo perdido a posse da fábrica, em 1908, montou uma nova fábrica de cerâmica denominada San Rafael, com modelos mais modernos, nomeadamente Arte Nova. Entretanto, em 1914, casou com Angélica Barreto da Cruz. Viajou até França em 1918, para contactar os principais centros cerâmicos. Faleceu em 8 de Setembro de 1920.
-
Bibl.: Horta, Cristina Ramos e, Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (1867-1920), Obra Cerâmica e Gráfica, Ministério da Cultura, Instituto Português de Museus, Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha, 2004.
-
Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, was born on June 20, 1867, the son of Rafael Bordalo Pinheiro and Elvira Ferreira de Almeida Bordalo Pinheiro. He was born in Lisbon, having been educated in the artist's father's family home, in Alcolena, where he lived with his grandfather Manuel Maria, who was an amateur engraver, painter and sculptor, and his uncle Columbano, a future painter, who was ten years older. He later studied at a boarding school. In 1884, he began journalistic collaboration with his father, creating caricatures, first in the newspaper O António Maria, then in Os Pontos nos ii (1885) and A Paródia (1900). In 1903, he participated in the children's magazine O Gafanhoto, making a foray into comics. From 1896, he was a teacher at the Rodrigues Sampaio School, moving, in 1914, to the Lisbon Ceramic School. From 1905 onwards, he began running the Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, founded by his father (1884). Having lost ownership of the factory, in 1908, he set up a new ceramics factory called San Rafael, with more modern models, namely Art Nouveau. In 1914, he married Angélica Barreto da Cruz. He traveled to France in 1918, to contact the main ceramic centers. He died on September 8, 1920.

domingo, 11 de dezembro de 2022

D. Maria Pia (1847-1911)

 

Fábrica de Louça de Sacavém, Prato (1874, Palácio Nacional da Pena, Sintra)
-

Paisagem à Beira-Rio (1885, Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)
-
Cigana (Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)
-
Gôndola em Veneza (1894, Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)
-
Sintra, Castelo dos Mouros (1893, Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)
-
D. Maria Pia de Sabóia nasceu em Turim, em 1847, filha do rei Vítor Emanuel II da Sardenha e da arquiduquesa austríaca Adelaide da Áustria. Foi rainha de Portugal, tendo casado com o rei D. Luís I em 1862. Ficou sobretudo conhecida como benemérita, tendo fundado estabelecimentos de solidariedade social, de que é exemplo a Creche Victor Manuel, na Tapada da Ajuda. Após a implantação da República, em 1910, partiu para o Palazzina di caccia di Stupinigi, no Piemonte , onde viria a falecer em 1911. 
Segundo o site do Palácio Nacional da Ajuda: «Tendo apreendido, enquanto jovem princesa, os rudimentos do desenho e da aguarela, foi em Portugal, já rainha, que aprimorou a técnica e desenvolveu o sentido estético e artístico, que estendeu mais tarde à fotografia. A feminilidade transmitida em algumas temáticas caminhou, no tempo, a par de uma sensibilidade para a vida que a rodeava e que ela passou à arte, sem perder os ecos das evoluções, dos movimentos inovadores que se sucediam no país e no estrangeiro. Rendida a um naturalismo muito português, não deixou de incorrer por vezes num bucolismo romantizado que a sua vontade determinou. Foi uma rainha artista, amadora e intimista, que desenhou, pintou e fotografou para si e para os que de mais perto com ela conviveram».
-
Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Pia_de_Saboia; DGPC: https://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/agenda/exhibitions/um-olhar-real-obra-artistica-da-rainha-d-maria-pia-desenho-aguarela-e-fotografia/
-
D. Maria Pia de Savoy was born in Turin in 1847, the daughter of King Victor Emmanuel II of Sardinia and the Austrian Archduchess Adelaide of Austria. She was queen of Portugal, having married King D. Luís I in 1862. She was mainly known as a benefactor, having founded social solidarity establishments, such as the Creche Victor Manuel, in Tapada da Ajuda. After the establishment of the Republic, in 1910, she left for the Palazzina di caccia di Stupinigi, in Piedmont, where she would die in 1911.
According to the Palácio Nacional da Ajuda website: «Having learned, as a young princess, the rudiments of drawing and watercolor, it was in Portugal, as a queen, that she improved the technique and developed an aesthetic and artistic sense, which she later extended to photography. The femininity conveyed in some themes walked, over time, along with a sensitivity to the life that surrounded her and which she passed on to art, without losing the echoes of the evolutions, of the innovative movements that followed in the country and abroad. Surrendered to a very Portuguese naturalism, she did not fail to incur at times a romanticized bucolismo that her will determined. She was an artist queen, amateur and intimate, who drew, painted and photographed for herself and for those closest to her».

domingo, 5 de dezembro de 2021

Costa Mota Sobrinho (1877-1956)

Nossa Senhora do Carmo (1908, Museu de José Malhoa, Caldas da Rainha)
-
Busto Actor Taborda (1909, Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
-
Pote com Feijão Verde (1910, Museu de José Malhoa, Caldas da Rainha)
-
Leiteira e Bule (1908-1916, Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
-
Justiça (1921, Museu da Assembleia da República, Lisboa)
-
António Augusto da Costa Motta (Sobrinho), nasceu em Coimbra em 1877. Em 1889, ingressou na Escola Industrial Brotero, onde teve por mestre António Augusto Gonçalves que o introduziu na arte da cerâmica. Em 1893, frequentou o Curso Geral de Desenho da Escola de Belas Artes de Lisboa, onde foi aluno e discípulo de Simões de Almeida Tio e de António Augusto Costa Motta, tio. Em 1897, ingressou no Curso de Escultura Estatuária. Em 1902, participou, com seu tio, no Monumento a Afonso de Albuquerque, inaugurado no mesmo ano, em Lisboa. Em 1903, casou com Carlota Cid Rodrigues, partindo no ano seguinte para Paris, onde trabalhou com o Mestre Jean-Antoine Injalbert. Nesta fase, participou no Salon de Paris, sendo premiado pela Manhã de S. João. Em 1906, já em Lisboa, expôs na  Sociedade Nacional de Belas-Artes, recebendo a 1ª medalha. Por indicação de Brito Camacho, foi convidado para a direcção artística da Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha. Em 1909, participou no 7º Salão da SNBA, com várias peças de cerâmica, onde recebeu novamente a 1ª medalha. Em 1914, regressou a Lisboa. Em 1913, a pedido de Júlio Dantas, modelou o busto de Fialho de Almeida para a Biblioteca Nacional. Em 1917, expôs na SNBA a Sagrada Família (bronze) e o busto do Actor Carlos Santos. Em 1921, executou para o Palácio de S. Bento, o gesso A Justiça. No ano de 1928, foi inaugurada a Escola de Cerâmica António Augusto Gonçalves (posteriormente denominada António Arroio), onde criou as decorações, recorrendo a composições florais geometrizadas e integrando o medalhão com o busto de António Augusto Gonçalves na fachada. No ano seguinte, assumiu a direcção da escola (que manteve até 1947). Em 1931, recebeu o diploma especial da Exposição Colonial Internacional de Paris, onde, com Raul Lino, colaborou na conceção do Pavilhão de Portugal. Em 1938, executou a encomenda do Conselho Nacional de Turismo para a realização dos 13 grupos escultóricos representando os Passos da Via Sacra para as Capelas do Buçaco. Morreu em 1956, em Lisboa.
-
Cf. «Costa Mota, sobrinho (1877-1956)», in Assembleia da República; Matriznet.
-
António Augusto da Costa Motta (Nephew), was born in Coimbra in 1877. In 1889, he entered the Brotero Industrial School, where he had António Augusto Gonçalves as his master, who introduced him to the art of ceramics. In 1893, he attended the General Drawing Course at the Lisbon School of Fine Arts, where he was a student and disciple of Simões de Almeida Tio and his uncle António Augusto Costa Motta. In 1897, he entered the Statuary Sculpture Course. In 1902, he participated, with his uncle, in the Monument to Afonso de Albuquerque, inaugurated in the same year, in Lisbon. In 1903, he married Carlota Cid Rodrigues, leaving the following year for Paris, where he worked with Master Jean-Antoine Injalbert. At this stage, he participated in the Salon de Paris, receiving an award for the Manhã de S. João. In 1906, already in Lisbon, he exhibited at the National Society of Fine Arts, receiving the 1st medal. By recommendation of Brito Camacho, he was invited to the artistic direction of Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha. In 1909, he participated in the 7th SNBA Salon, with several ceramic pieces, where he again received the 1st medal. In 1914 he returned to Lisbon. In 1913, at the request of Júlio Dantas, he modeled the bust of Fialho de Almeida for the National Library. In 1917, he exhibited at the SNBA the Sagrada Familia (bronze) and the bust of Actor Carlos Santos. In 1921, he executed the plaster A Justiça for the Palácio de S. Bento. In 1928, the António Augusto Gonçalves Ceramics School (later named António Arroio) was inaugurated, where he created the decorations, using geometric floral compositions and integrating the medallion with the bust of António Augusto Gonçalves on the façade. The following year he took over the direction of the school (which he maintained until 1947). In 1931, he received the special diploma from the International Colonial Exhibition in Paris, where, with Raul Lino, he collaborated in the design of the Pavilhão de Portugal. In 1938, he carried out a commission from the National Tourism Council for the realization of 13 sculptural groups representing the Steps of the Via Sacra for the Chapels of Buçaco. He died in 1956 in Lisbon.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Francisco Elias (1869-1937)

Arcada Manuelina para os Grupos Bíblicos (Séc. XX, Museu da Cerâmica)
-
Calvário (1923, Museu de Évora)
-
Última Ceia de Cristo (1924, Museu José Malhoa)
-
Miniatura. Música do Zé Pereiras (1933, Museu de Cerâmica)
-
Os Bêbados (1922)
-
Francisco Elias dos Santos, nasceu em Caldas da Rainha a 21 de Setembro de 1869. Era filho de Elias dos Santos e de Maria José Moreira Branco. Foi discípulo de Rafael Bordalo Pinheiro e, como aprendiz, colaborou, por exemplo, na execução da famosa jarra Beethoven. Frequentou, depois, a Escola Industrial Rainha D. Leonor, das Caldas. Destacou-se na miniatura e representou, além de peças inspiradas na ourivesaria quinhentista, várias figuras e tipos populares em barro usando pequenas dimensões. Posteriormente dedicou-se a esta especialidade em oficina própria. Porém, não trabalhou apenas em miniatura, tendo deixado alguns trabalhos de maiores dimensões, como Cristo-Rei, Rainha Santa e uma estatueta de mulher. «Fez diversas exposições das suas obras, não chegando a ter tempo de dar respostas a todas as encomendas que lhe foram feitas» (Matriznet). Em 1925, substituiu Acelino Correia, como Mestre de Cerâmica, na Escola Industrial e Comercial Rafael Bordalo Pinheiro, em Caldas da Rainha, cargo que exerceu até 1937, ano do seu falecimento. Recebeu o grau de cavaleiro da Ordem de Santiago.
-
Cf. 
-
Francisco Elias dos Santos, was born in Caldas da Rainha on September 21, 1869. He was the son of Elias dos Santos and Maria José Moreira Branco. He was a pupil of Rafael Bordalo Pinheiro and, as an apprentice, collaborated, for example, in the execution of the famous Beethoven jug. He also attended the Queen D. Leonor Industrial School. As a ceramist, he stood out in the miniature and made several exhibitions of his works. In 1925, he replaced Acelino Correia, as Master of Ceramics, at the Rafael Bordalo Pinheiro Industrial and Commercial School in Caldas da Rainha, a position he held until 1937, the year of his death. Received the rank of knight of the Order of Santiago.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

José Aurélio (n. 1938)

Jarro Touro (Secla, 1960, MJM)
Prato decorativo. Pássaro (?) (Secla, 1960-1964, Colecção de João Maria Ferreira - © Fotografia de Margarida Araújo)
-
-
Gárgula (1988-1989, Torre do Tombo, Lisboa)
-
Espiral do Tempo (2009, Almada)
-
José Manuel Aurélio, nascido em 1938, em Alcobaça, realizou o curso de escultura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, tendo-se destacado nas áreas da escultura, da medalhística e da cerâmica. Começou a trabalhar na cerâmica em Alcobaça, realizando em 1957 uma exposição em Lisboa na Galeria Diário de Notícias. Através de Tomás de Melo (1906-1990), entrou em contacto com a Secla (Sociedade de Exportação e Cerâmica, Lda.) e o seu fundador Joaquim Alberto Pinto Ribeiro (1921-1989), que o convidou para orientar o sector artístico da fábrica. Começando o seu trabalho na Secla em 1958, em 1961, ano em que se mudou para Óbidos, foi premiado no Salão dos Novíssimos. No ano de 1964 realizou a sua primeira exposição individual, intitulada «Cerâmicas», na Cooperativa Árvore, no Porto. Nos anos 1962-1963, fez pesquisas e levantamentos de faiança portuguesa popular e erudita, tendo saído da Secla em 1966. Entre 1969-1974, concebeu, construiu e orientou a Galeria Ogiva, em Óbidos. No ano de 1970, fez um longa viagem de estudo que o levou a diversos países, desde o Japão à Suécia, passando pelo Nepal, Irão e Grécia, entre outros locais. Em 1978, foi bolseiro da Fundação Gulbenkian, regressando a Alcobaça em 1980, onde dirige o Armazém das Artes. Foi autor de objectos cerâmicos e esculturas de figuração antropomórfica e animalista, mas também se ligou a uma estética minimalista e tendencialmente geometrizante. Dos seus trabalhos são de destacar, por exemplo, as Gárgulas do edifício da Torre do Tombo na Cidade Universitária de Lisboa (1988-1989). Em 2016 foi autor de uma moeda de dois euros, cujo fabrico homenageia os 50 anos da Ponte sobre o Tejo.
-
Cf. Wikipédia; Ana Mercedes Stoffel Fernandes, Horácio Moita Francisco, José Aurélio (coord.), José Aurélio: gestos e sinais, Lisboa, Fundação Mário Soares, Magno, 2001.
-
José Manuel Aurélio was born in 1938 in Alcobaça, having studied sculpture in the Lisbon’s School of Fine Arts. He began working in ceramics in Alcobaça, performing in 1957 one exhibition in Lisbon at the Galeria Diário de Notícias. During the year of 1958 (until 1966) he worked on the Secla factory (Caldas da Rainha). Later (1970) he made a long trip that took him to several countries, from Japan to Sweden, Nepal, Iran and Greece, among other places. Through his work he excelled in the fields of sculpture, medals and ceramics, choosing themes of anthropomorphic and animal figuration, but also geometric and according to a minimalist aesthetic.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

António Ferreira (c. 1700-1750)


Sagrada Família do Presépio da Madre Deus (1700-1730, Museu Nacional do Azulejo - atribuído e em colaboração provável com Dionísio Ferreira)

Fonte e camponeses do Presépio da Madre Deus (1700-1730, Museu Nacional do Azulejo - atribuído e em colaboração provável com Dionísio Ferreira)
-
Anunciação aos Pastores (Museu Nacional de Arte Antiga)
-
São José e a Virgem (Museu de Aveiro)
-
Angels playing the organ and singing (Bode-Museum, Berlin - atribuído)
-
António Ferreira foi um escultor português, filho de Dionísio Ferreira, também escultor. Nasceu provavelmente em Braga, mas grande parte da sua obra foi realizada em Lisboa, tendo sido activo entre 1701 e 1750. Especializou-se na produção de figuras para presépios. Entre os seus trabalhos, destaca-se o conjunto das figuras do presépio da Madre de Deus, hoje incluído na coleção do Museu Nacional do Azulejo, existindo também exemplos no Museu Nacional de Arte Antiga, no Museu de Aveiro, no Museu Nacional Machado de Castro, na Casa dos Patudos (Alpiarça), no Museu Arqueológico de Espanha (Madrid), no Museu Bode (Berlim) e no Museu Nacional Colégio de São Gregório (Valhadolide).
-
Wikipédia.
-
António Ferreira was a Portuguese sculptor, son of Dionísio Ferreira, also a sculptor. He was born in Braga, but most of his work was made in Lisbon, being active between 1701 and 1750. He specialized in the production of Nativity scene figures. Among his works, we should mention the sculptors for the Madre de Deus Nativity scene (at the Museum of Azulejo), but also the works at the Museu Nacional de Arte Antiga, the Aveiro Museum, the Museu Nacional Machado de Castro, the Casa dos Patudos (Alpiarça), the spanish Archeology Museum (Madrid), the Bode Museum (Berlin) and the Museu Nacional Colégio de São Gregório (Valladolid).

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Armando Correia (1936-2008)

Miriapode (1981, Museu Nacional do Azulejo)
-
Estatueta. «Miriápodes» (1985 - Exposição Animais na Cerâmica Caldense. Colecção de João Maria Ferreira, Museu da Cerâmica das Caldas da Rainha, até 4 de Dezembro © Fotografia de Margarida Araújo)
-
Jarro. Ave (c. 1980-1985 - Exposição Animais na Cerâmica Caldense. Colecção de João Maria Ferreira, Museu da Cerâmica das Caldas da Rainha, até 4 de Dezembro © Fotografia de Margarida Araújo)
-
Estatueta. Cavalo (c. 1980-1985 - Exposição Animais na Cerâmica Caldense. Colecção de João Maria Ferreira, Museu da Cerâmica das Caldas da Rainha, até 4 de Dezembro © Fotografia de Margarida Araújo)
 -
Peça decorativa. Devaneios Líricos nos Jardins de Granada (1997, Museu da Cerâmica, Caldas da Rainha)
-
Armando Correia foi um ceramista português, natural das Caldas da Rainha. Era filho de Avelino Correia, afilhado de Avelino Belo, que fora um grande ceramista caldense, discípulo de Bordalo Pinheiro. No ano de 1955, Armando Correia completou o Curso Técnico de Cerâmica, nas Caldas da Rainha, tendo trabalhado inicialmente na indústria do plástico, na Marinha Grande - onde, cerca de 30 anos depois, leccionou um curso intensivo de cerâmica, promovido pela Galeria de Arte Roca. Entre 1960 e 1969, foi professor da Escola de Olaria e Cerâmica de Viana do Alentejo. Em 1970, fundou, com Leão Lopes, em Condeixa, o Grupo "Z-Atelier de Cerâmica". No ano de 1975, trabalhou no Departamento de Criatividade de uma fábrica de cerâmica em Espanha, regressando a Portugal (e às Caldas) em 1980. Em 2002, foi homenageado com a Medalha de Mérito, Grau Ouro, pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha. Além de ceramista também foi pintor, tendo exposto a sua obra por diversas vezes, quer a título individual, quer integrado em colectivas. Os seus trabalhos estão representados em Museus e colecções privadas.
-
-
Armando Correia was a Portuguese ceramist, born in Caldas da Rainha. He was the son of Avelino Correia, Godson of Avelino Belo, who had been a great ceramist of Caldas, disciple of Bordalo Pinheiro. In the year 1955, Armando Correia has completed the technical course, in Caldas da Rainha, having worked initially in the plastics industry, in Marinha Grande - where, some 30 years later, he taught an intensive course, promoted by art gallery Roca. Between 1960 and 1969, he was a teacher at the school of Pottery and Ceramic of Viana do Alentejo. In 1970, he founded, with Leão Lopes, in Condeixa, the group "Z-Atelier of Ceramics". In the year 1975, he worked in the Department of Creativity of a ceramics factory in Spain, returning to Portugal (and Caldas) in 1980. In 2002, he was honored with the Medal of merit, Gold Degree, by the municipality of Caldas da Rainha. In addition to ceramics he was also a painter, having exhibited his work several times, either individually, or incorporated in collective exhibitions. His works are represented in museums and private collections.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

António Quadros (1933-1994)

A menina e o lagarto (1956, Centro de Arte Moderna - FCG)
-
Raparigas (1950-1958, Museu Nacional Soares dos Reis)
-
Sem título (gravura) (1958)
Cinzeiro serviço "Verde Negro" (1959, Museu Nacional do Azulejo)
-
António Quadros foi um pintor, escritor e professor português, que nasceu a 9 de Julho de 1933, em Santiago de Besteiros, Tondela. Frequentou a Escola de Belas-Artes de Lisboa, de onde se transferiu, em 1952, para a Escola de Belas Artes do Porto. Licenciou-se nesta Escola em 1961, tendo sido convidado para aí lecionar. Expôs na ESBAP, onde distribuiu "O Manifesto de Pintura" (1958); e estudou Gravura e Pintura a Fresco na Escola de Belas-Artes de Paris, para o que teve o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian (1958-1959). A sua obra pictórica foi influenciada por Marc Chagall (1887-1985) e Pablo Picasso (1881-1973), assim como pelos pintores mexicanos e surrealistas latino-americanos. Nessa obra encontram-se referências ao imaginário rural e à olaria de Barcelos - foi ele quem descobriu a barrista minhota, Rosa Ramalho (1888-1977). Expôs individualmente no Porto, em Lisboa e em Lourenço Marques e associou-se a mostras coletivas de arte, em Portugal e no estrangeiro, tendo participado, por exemplo, na I Bienal de Paris (1959). Trabalhou em cerâmica, tendo ingressado na SECLA (Caldas da Rainha) em 1959, por intermédio de José Aurélio (n. 1938). Dedicou-se à pintura sobre cerâmica, e foi autor de um serviço conhecido como linha Verde e Negro (c. 1959). Destaca-se ainda um serviço de mesa com decoração caligráfica que concebeu como presente de casamento para José Aurélio. Nos anos 60, fixou-se em Moçambique, país onde veio a lecionar (na Escola Técnica de Lourenço Marques e na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo), a fazer teatro, a desenhar arquitetura, e, ainda, a fundar, com Rui Knopfli (1932-1997), os cadernos de poesia "Caliban" (1971-1972). No início da década de oitenta do século XX, regressou a Portugal e retomou a docência na ESBAP e na Unidade Pedagógica de Viseu. Antes de falecer, voltou a África para lecionar arquitetura na Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique, para participar num programa de artesanato, em Cabo Verde e num projeto de Apicultura, na Guiné-Bissau. Interessou-se por etnografia e arte africanas, dando a conhecer o pintor moçambicano Malangatana (n. 1936). António Quadros morreu em Santiago de Besteiros a 2 de Junho de 1994.
-
Bibl.: Universidade Digital / Gestão de Informação, 2010 - U. Porto.
-
António Quadros was a Portuguese painter, writer and teacher, who was born in 1933 (Tondela). He studied painting at the school of fine arts of Porto (1961), where he was a professor. He studied engraving and Painting at the school of fine arts of Paris, with support from Fundação Calouste Gulbenkian (1958-1959). He also worked in ceramics, having joined in SECLA (Caldas da Rainha), in 1959. In the years 1960, he settled in Mozambique, returning to Portugal in the early 80.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Ferreira da Silva (1928-2016)

Azulejo - Fábrica Secla (1958, Museu Nacional do Azulejo)
-
Jarra (1989-1990, Museu da Cerâmica)
-
Pintura da série «OFÉLIA I» (1991-1992, Colecção Municipal Ferreira da Silva, Caldas da Rainha - © Margarida Araújo)
-
«OFÉLIA II» (2009, Colecção Municipal Ferreira da Silva| Caldas da Rainha © Margarida Araújo
-
Presépio (2014, Museu Nacional do Azulejo)
-
Luís Ferreira da Silva nasceu no Porto, em 1928, mudando-se ainda em criança para Coimbra. Nessa cidade ingressou na Escola Técnica Avelar Brotero, onde foi aluno de António Vitorino, responsável pelo curso de pintura cerâmica. Trabalhou na “Cerâmica Bombarralense”, na “Vestal” e na “Olaria de Alcobaça”. Colaborou com a SECLA entre 1954 e 1967. Em 1964, expôs na Galeria 111, em Lisboa, e, em 1967-1968, frequentou a École des arts appliqués et des métiers d'art, de Paris, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi depois para o Porto, para a Galeria Espaço, tendo trabalhado com uma fábrica de grés fino em Meadela e uma outra em Ermesinde. No ano de 1970, constituiu a empresa Ceramex (Benedita). Montou depois a Rolcer (Porto), voltou a colaborar com a SECLA (anos 80), colaborou com o Cencal e a Fábrica Molde (1999). Dedicou-se igualmente ao vitral, apresentando os seus trabalhos na Galeria Osíris (2006).
-
Bibl.: João B. Serra, «Ferreira da Silva: biografia breve e nota bibliográfica», in http://www.cidadeimaginaria.org/cer/FerreiradaSilva.pdf
-
Luís Ferreira da Silva was born in Oporto, in 1928, and moved to Coimbra as a child. In this city he entered the Escola Técnica Avelar Brotero, where he was a pupil of Antonio Vitorino, responsible for painting pottery. Later, he worked on "Bombarralense", "Ceramic Vestal" and "Pottery of Alcobaça". He also collaborated with SECLA between 1954 and 1967. In the year of 1964, he exhibited his work at the Gallery 111 (Lisbon), and in 1967-1968, he attended the École des arts appliqués et des métiers d'art (Paris), with a scholarship from the Calouste Gulbenkian Foundation. When he returned to Portugal, he went back to Oporto, starting to work at the Galeria Espaço, at stoneware factory in Meadela and another one in Ermesinde. In the year of 1970, has created the company Ceramex (Benedita). After that he created the Rolcer (Porto), collaborated with SECLA, Cencal and Molda (1999). He also devoted himself to the stained glass art, showing his work at the Gallery Osiris (2006).