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domingo, 26 de novembro de 2023

Manuel Maria Bordalo Pinheiro (1815-1880)

D. Jaime (Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado)
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Ilustração para a obra Miragaia de Almeida Garrett (1844)
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D. Pedro V (1855, Museu Nacional dos Coches, Lisboa)
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Luiz de Camões (Jardim Luís de Camões, Macau)
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Nascido em Lisboa em 28 de Novembro de 1815, em 1835 assentou praça como voluntário no Batalhão Nacional Fixo e fez parte do Exército Libertador. Nesse mesmo ano tornou-se Oficial na Secretaria da Câmara dos Pares do Reino, cargo que conservou quase até ao fim da vida. Após a fundação da Academia Real de Belas Artes foi um dos seus primeiros Alunos Extraordinários, sendo discípulo (mesmo fora da escola) de António Manuel da Fonseca e de Luís Pereira de Resende. Em 1849, foi incumbido por D. Fernando para ir a Madrid, fazer estudos de pintura e copiar quadros de Velásquez; em 1851, foi a Paris (onde copiou Ingres, Delacroix, Meissonier e Van Dick) e passou por Londres, onde visitou a Exposição Universal. Como representante do romantismo português, foi autor de pequenas telas com apontamentos da vida quotidiana, de inspiração na arte flamenga e pinturas de costumes num naturalismo incipiente. Expôs desde 1840, na primeira Exposição Trienal da Academia de Belas-Artes, sendo o único concorrente à medalha de ouro com o quadro histórico Os Conspiradores de 1640 perante a Duquesa de Mântua, concorrendo depois a outras exposições da Academia. Em 1862 apresentara-se na primeira Exposição da Sociedade Promotora das Belas-Artes, onde expôs o quadro Leitura duma sentença, tendo posteriormente raramente faltado às exposições dessa sociedade. Fez também os retratos régios de D. Fernando, D. José, D. Maria I e D. Pedro V. Como escultor, tendo sido discípulo de Feliciano José Lopes, executou um busto de Camões para a gruta de Macau, mas também são relevantes outros bustos, como o de D. Pedro IV e Henriques Nogueira. Desenvolveu em Portugal a gravura para jornais ilustrados, colaborando com o Jornal de Belas-Artes, o Panorama, entre outras publicações. Faleceu em Alcolena (Belém), em 31 de Janeiro de 1880.
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Bibl.: Gulherme de Azevedo, «Manuel Maria Bordallo Pinheiro», O António Maria, n.º 36, 7/2/1880, p. 46; José-Augusto França, A Arte em Portugal no Século XIX, Vol. I, Lisboa, Bertrand Editora, 1990, pp. 272, 279 e 280; Diogo de Macedo, Cadernos de Arte - V - João Cristino da Silva e Manuel Maria Bordalo Pinheiro, Lisboa, Edições Excelsior, 1952; O Ocidente, n.º 52, 15/2/1880, p. 27; Fernando de Pamplona, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. I, Barcelos, Livraria Civilização Editora, 1987, pp. 221-223.
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Born in Lisbon on November 28, 1815, in 1835 he became a volunteer in the Fixed National Battalion and was part of the Liberation Army, after the Civil War. That same year he became an Officer in the Secretariat of the Chamber of Peers of the Kingdom, a position he held almost until the end of his life. After the founding of the Royal Academy of Fine Arts, he was one of its first Extraordinary Students, being a disciple (even outside of school) of António Manuel da Fonseca and Luís Pereira de Resende. In 1849, he was commissioned by the king Fernando to go to Madrid, carry out painting studies and copy paintings by Velásquez; in 1851, he went to Paris (where he copied Ingres, Delacroix, Meissonier and Van Dick) and went to London, where he visited the Universal Exhibition. As a representative of Portuguese romanticism, he was the author of small canvases with notes from everyday life, inspired by Flemish art and paintings of customs in an incipient naturalism. He exhibited since 1840, at the first Triennial Exhibition of the Academy of Fine Arts, being the only competitor for the gold medal with the historical painting The Conspirators of 1640 before the Duchess of Mantua, later competing in other exhibitions at the same Academy. In 1862 he appeared at the first Exhibition of the Sociedade Promotora das Belas-Artes, where he exhibited the painting Reading of a Sentence, and subsequently rarely missed other exhibitions of this art society. He also made royal portraits of the kings José I, Maria I and Pedro V, as well as Fernando II. As a sculptor, having been a disciple of Feliciano José Lopes, he created a bust of Camões for the Macau cave, but also other busts are relevant, such as that of the king Pedro IV and Henriques Nogueira. He developed engraving for illustrated newspapers in Portugal, collaborating with Jornal de Belas-Artes and Panorama, among other publications. He died in Alcolena (Belém), on January 31, 1880.

domingo, 24 de setembro de 2023

D. Carlos de Bragança (1863-1908)

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Charneca dos Almos (Alentejo) (1898, MNAC, Lisboa)
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O Sobreiro (1905, Fundação da Casa de Bragança)
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Arribas da Guia à Tarde (1906, Museu Histório e Diplomático - Palácio do Itamaraty, Rio de Janeiro)
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Praia de Cascais (1906, Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Lisboa)
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Nascido em 28 de Setembro de 1863, era filho do rei D. Luís I e da rainha D. Maria Pia de Saboia. Foi rei de Portugal desde 1889, até ao seu assassinato em 1 de Fevereiro de 1908. Foi um notável pintor, que se distinguiu sobretudo no pastel e na aguarela, tendo sido discípulo de António Manuel da Fonseca, Miguel Ângelo Lupi e Enrique Casanova. Ficaram célebres as suas marinhas, tendo sido «um dos mais fortes intérpretes do mar português» (Pamplona, 1987). São também de grande qualidade as suas representações das paisagens alentejanas e cenas da vida ribatejana. Próximo dos artistas do seu tempo, amigo de Carlos Reis (que auxiliou durante os estudos), participou em exposições colectivas, desde 1888, na Exposição Industrial de Lisboa. Também figurou nas exposições do Grémio Artístico, da Sociedade Nacional de Belas-Artes e na Exposição Universal de Paris de 1900. Foi também fotógrafo, pintor ceramista e escultor-barrista.
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Bibl.: Fernando de Pamplona, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. II, Barcelos, Livraria Civilização Editora, 1987, pp. 43-46. Cf. também «Carlos I de Portugal», in Wikipédia.
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Born on September 28, 1863, he was the king of Portugal from 1889, until his assassination on February 1, 1908. He was a notable painter, who distinguished himself especially in pastel and watercolor, having been a disciple of António Manuel da Fonseca, Miguel Ângelo Lupi and Enrique Casanova. His marine paintings became famous, having been «one of the strongest interpreters of the Portuguese sea» (Pamplona, 1987). His representations of Alentejo landscapes and scenes of Ribatejo life are also of high quality. Close to the artists of his time, a friend of Carlos Reis (who helped him during his studies), he participated in group exhibitions, since 1888, at the Lisbon Industrial Exhibition. He also appeared in the exhibitions of the Grémio Artístico, the National Society of Fine Arts and the Paris Universal Exhibition of 1900. He was also a photographer, ceramic painter and sculptor.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Veloso Salgado (1864-1945)

Jesus (réplica) (c. 1922, de um original de 1892)
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Rua de Leça (1893, MJM)
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Homem a comer uma maçã (1909 ?, MNSR)
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Juventude (1923, MNAC)
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Auto-retrato (1931)
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José Maria Veloso Salgado nasceu em Santa Maria de Melon (Orense), a 2 de Abril de 1864. Com dez anos de idade foi acolhido em Lisboa na casa do seu tio materno, Miguel Veloso Rodrigues, que era mestre da Litografia Lemos, onde começou a trabalhar como aprendiz de litógrafo. Desde 1878, frequentou a Escola da Academia de Belas Artes de Lisboa, tendo terminado o curso de pintura em 1887. Em 1888, partiu para Paris como pensionista do Estado, onde se tornou amigo do escultor António Teixeira Lopes. Travou amizade com o pintor Jules Breton, com a sua filha e discípula, Virgínia Demont Breton, e o marido desta, o paisagista Adrien Demont. Em 1891, visitou Itália, e, em 1895, regressou a Lisboa, sendo logo nomeado professor de Pintura Histórica da Escola de Belas Artes. Em 1896, casou com Vitorina de Silva Mello, afilhada e protegida do pintor Ferreira Chaves, da qual teve dois filhos, José Miguel (1896) e Maria Adelina (1899). Destacou-se sobretudo na pintura histórica e no retrato, tendo também praticado outros temas. Tendo já exposto em Lisboa em 1884 e 1887, expôs no Salon de Paris em 1891, e posteriormente participou em diversos certames e exposições portuguesas e internacionais, recebendo diversos prémios e distinções. Só em 1940, já aposentado do cargo de professor, deixou de pintar. Faleceu em 1945, na sua casa sita no n.º 99 da Rua da Quintinha, em Lisboa.
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Cf. «José Maria Veloso Salgado (1864-1945)» in Sigarra U.Porto - https://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?P_pagina=1005829
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José Maria Veloso Salgado was born in Santa Maria de Melon (Orense), 2 April 1864. With ten years of age he was sent to live in Lisbon, and began working as an apprentice lithographer. Since 1878, he began to attend the Academy of fFne Arts of Lisbon, having finished the course of painting in 1887. In 1888, he left for Paris as a pensioner of the State, where he became friend of the sculptor António Teixeira Lopes. In 1891, he visited Italy, and, in 1895, he returned to Lisbon, being appointed professor of Historical Painting at the School of Fine Arts. In 1896 he married Vitorina de Silva Mello, godchild and protégé of the painter Ferreira Chaves. Veloso Salgado excelled particularly in history painting and portraiture, but also practiced other themes. Having already exhibited is works in Lisbon in 1884 and 1887, he exhibited at the Salon de Paris in 1891, and later participated in several competitions and exhibitions, both in Portugal and abroad, receiving numerous awards and distinctions. He died in Lisbon, in 1945.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Carlos Reis (1863-1940)

Azenha (CMAG)
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Milheiral (1911, MNAC)
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Gerâneos e Malva Rosa (1912, Museu Carlos Machado, Ponta Delgada)
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Engomadeiras (1915, MNAC)
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Uma saúde aos noivos (1930, MNAC)
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Natural de Torres Novas, matriculou-se em 1881 na Escola de Belas Artes de Lisboa, onde foi discípulo de Silva Porto, Simões de Almeida e Miguel Ângelo Lupi. Travou amizade com o príncipe D. Carlos, que o auxiliou nos estudos em Lisboa e mais tarde no estrangeiro. Em 1889 concorreu a uma bolsa de estudo para Paris, como pensionista do Estado. Entrando na École des Beaux-Arts, teve por mestres o retratista Bonnat e o pintor de Pintura Histórica Joseph Blanc. Em 1895 regressou a Portugal concorrendo para o lugar de Professor da Escola na cadeira de Paisagem. Teve influência no grupo de artistas que ajudou a formar, entre os quais Falcão Trigoso.
Entusiasta da natureza, foi fundador do grupo Ar Livre, ao qual sucedeu o Grupo Silva Porto. Foi sobretudo um paisagista, autor também de cenas campestres. No retrato, deixou obras igualmente famosas, como o de sua discípula Maria Adelaide de Lima Cruz e a composição El-Rei D. CarIos e seu Estado Maior (Fundação Casa de Bragança) exposto em 1905 no Salon de Paris. Carlos Reis executou igualmente trabalhos como decorador, por exemplo no Museu de Artilharia e no Hotel do Buçaco. Expôs desde 1887, na Sociedade Promotora, no Grupo do Leão, no Grémio Artístico, na Sociedade Nacional de Belas Artes, da qual foi um dos fundadores; na Exposição Internacional de Dresde, 1897; na Exposição Universal de Paris, 1900; etc. Foi nomeado Director do Museu Nacional de Belas Artes, e em 1911, com o desdobramento em Museu Nacional de Arte Antiga e Museu Nacional de Arte Contemporânea, foi nomeado Director deste último, até 1914.
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Cf. Matriznet.
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Born in Torres Novas, Carlos Reis enrolled in 1881 at the school of fine arts of Lisbon, where studied painting. In 1889 he applied for a scholarship to Paris, entering the École des Beaux-Arts. He returned to Portugal in 1895, becoming a Professor of Landscape at the Lisbon’s School. He was mainly a landscape painter, also known for his work in genre themes and portrait. He exhibited his works since 1887, in Lisbon, Oporto, Dresden and Paris, etc. In 1905, was appointed Director of the National Museum of fine arts, and in 1911, with the separation of that Museum in National Museum of ancient art and National Museum of contemporary art, he was appointed Director of the latter, until 1914.

domingo, 26 de outubro de 2014

Marques de Oliveira (1853-1927)

Retrato de Silva Porto (estudo) (1876, Museu Nacional de Soares dos Reis)
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Praia de Banhos, Póvoa de Varzim (1884, Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado)
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Um trecho do rio Vizela (1886, Museu Nacional de Soares dos Reis)
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À espera dos barcos (1892, Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado)
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O Sena em Paris (1906, Museu de Grão Vasco)
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Nascido no Porto, em 23 de Agosto de 1853, Marques de Oliveira começou a sua aprendizagem artística com António José da Costa, matriculando-se, em 1864, na Academia Portuense de Belas Artes. Aí frequentou o curso de Pintura de História, concluído em 1873, tendo como mestre João António Correia. Entre 1873 e 1879, estudou em Paris como pensionista do Estado, juntamente com Silva Porto. Foi aluno de Cabanel e de Yvon, fez visitas à Bélgica, Holanda, Inglaterra e Itália. De todos os artistas com cuja obra tomou contacto nesta época, foi sem dúvida Corot o pintor que mais o marcou, como se pode verificar em algumas das suas paisagens (cf. Um trecho do rio Vizela). Na década de 70, concorreu aos Salons de 1876 e 1878, e apresentou obras nas Exposições Trienais da Academia Portuense de Belas Artes. De regresso a Portugal (1879), foi nomeado Académico de Mérito da Academia e, em 1881, substituiu Tadeu Furtado, na cadeira de Desenho Histórico, para a qual foi nomeado oficialmente em 1882. Em 1895, foi transferido para a cadeira de Pintura Histórica, em substituição de João António Correia e nela se manteve até 1926. Foi ainda durante algum tempo Director da mesma Academia. À semelhança de Silva Porto, foi um dos principais elementos na introdução do Naturalismo em Portugal. A sua obra compõe-se de pintura em diversos temas, maioritariamente paisagens, pintura histórica, retratos e cenas de género, mas também realizou pintura decorativa e ilustração para revistas e livros. Colaborou na fundação do Centro Artístico Portuense (1880) e do seu órgão A Arte Portuguesa, que se manteve em actividade até 1883, e em cujas exposições (1881 e 1882) participou como artista e como organizador. Mais tarde, organizou, juntamente com António José da Costa, Júlio Costa e Marques Guimarães, as Exposições d’Arte, que tiveram lugar no Ateneu Comercial do Porto, entre 1887 e 1895, anualmente. Para além destes certames, esteve presente em numerosas exposições, sobretudo no Porto e Lisboa, mas também em Madrid.
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Resumo do texto do Matriznet (link).
Cf. Maria da Assunção Oliveira Costa Lemos, Marques de Oliveira (1853-1927) e a cultura artística portuense do seu tempo, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, 2005.
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João Marques de Oliveira (Porto, 1853-1927) was a Portuguese naturalist painter. He studied in the Academy of Fine Arts in Porto and in 1873 travelled to France with is colleague António Silva Porto, where they studied with academical painters Adolphe Yvon and Alexandre Cabanel. They became familiar with the French naturalist school of painting. They both introduced naturalism to Portugal when they returned in 1879.
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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Alfredo Roque Gameiro (1864-1935)

Vaso (Lepizig, 1884)
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Provando o jantar (1909, Museu do Chiado - Museu Nacional de Arte Contemporânea)
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Onda
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Ericeira - Arribas do Mar (Museu Grão Vasco, Viseu)
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São Sebastião - Ericeira (Museu do Chiado - Museu Nacional de Arte Contemporânea)
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Alfredo Roque Gameiro nasceu em Minde (Porto de Mós), a 4 de Abril de 1864. Nessa localidade viveu os anos iniciais da sua vida e fez as primeiras aprendizagens. Com cerca de 10 anos mudou-se para Lisboa, cidade onde também habitava o irmão Justino, que era o proprietário da Litografia Guedes. Roque Gameiro foi aluno do Colégio Académico Lisbonense e, simultaneamente, entrou como aprendiz na oficina de litografia Castro e Irmão, transitando depois para a oficina do seu irmão. Nos anos de 1881-1882, é possível que também tenha frequentado o ensino noturno da Escola de Belas-Artes de Lisboa e terá sido nesta época que conheceu o ilustrador Manuel de Macedo (1839-1915), de quem foi discípulo e colaborador. No início de 1884, recebeu uma bolsa do Estado, para aperfeiçoamento da técnica de litografia, tendo frequentado, durante dois anos, a Escola de Artes e Ofícios de Leipzig. Na Alemanha, teve como mestre o pintor e gravador Ludwig Nieper (1826-1906) e trabalhou na litografia Meissner & Buch. Regressado a Portugal, tornou-se diretor das oficinas litográficas da Companhia Nacional Editora e foi também desenvolvendo outras vertentes artísticas, como pintor, sobretudo de aguarela, e ilustrador. Em 1888, Roque Gameiro casou-se com Maria da Assunção Carvalho, de quem teve cinco filhos: Raquel (1889-1970), Manuel (1892-1944), Helena (1895-1986), Maria Emília (Mámia) (1901-1996) e Ruy (1907-1935). Nesse mesmo ano, colaborou como ilustrador no Álbum de Costumes Portugueses, editado por David Corazzi (1845-1896). Como pintor teve presença assídua nas exposições do Grémio Artístico, entre 1891 e 1898, sendo muito premiado. Em 1894, foi nomeado professor da Escola Industrial do Príncipe Real, cargo onde se manteve durante algum tempo e, quatro anos depois, em 1898, decidiu construir uma casa no Alto da Venteira, a qual, cerca de 1900, teve uma ampliação concebida pelo arquiteto Raúl Lino (1879-1974), que era amigo do artista. Com a entrada no século XX, a carreira do artista foi conquistando maior notoriedade, alcançando prémios fora de Portugal (Paris e Rio de Janeiro). Entre 1900 e 1904, iniciou uma das suas melhores obras como ilustrador: As Pupilas do Senhor Reitor de Júlio Dinis (livro de 1866). O artista apresentou-se na Sociedade Nacional de Belas-Artes (herdeira do Grémio Artístico e fundada em 1901), tendo sido premiado com uma medalha de honra em 1910. No ano de 1911, a 9 de Novembro, inaugurou o seu atelier na Rua D. Pedro V, em Lisboa. Nesse espaço, criou, com os filhos Raquel, Helena e Manuel, um atelier-escola, onde eram ministrados cursos de aguarela e desenho e, para a inauguração, foi realizada uma exposição. Oito anos depois (1919), foi fundada a Escola de Arte Aplicada de Lisboa (actual Escola de Artes Decorativas António Arroio) e Roque Gameiro foi o seu primeiro diretor (até 1930). Bastante importante para a carreira do artista foi o ano de 1920, quando realizou, com a filha Helena, uma exposição no Rio de Janeiro e São Paulo, que obteve grande sucesso. Numa sequência de êxitos, em 1923, participou na Exposição Coletiva de Aguarelistas Portugueses em Madrid, e foi eleito membro da Real Academia de Belas-Artes de São Fernando, de Madrid. Entretanto, em 1926, voltou a viver em Lisboa, tendo comprado uma casa em Campolide. No ano de 1934, foi nomeado Cidadão de Lisboa, cidade onde faleceu a 5 de Agosto de 1935.
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BIBLIOGRAFIA: AA VV. 1964. Exposição Comemorativa do 1.º Centenário de Roque Gameiro. Lisboa (4 de Abril); AA VV. 1997. A Casa de Roque Gameiro, na Amadora. Amadora: Câmara Municipal da Amadora; AA VV. 2014. Alfredo Roque Gameiro. Retorno à Casa da Venteira. Amadora: Câmara Municipal da Amadora; ABREU, Maria Lucília. 2005. Roque Gameiro, O Homem e a Obra. Lisboa: ACD Editores; BARROS, Teresa Leytão de. 1946. Exposição Retrospectiva da Obra de Roque Gameiro. Lisboa; GAMEIRO, Maria Alzira Roque, FRAGOSO, Margarida (coord.). 2014. Roque Gameiro – o Mar, a Serra, a Cidade. Minde: Casa de Artes e Ofícios Roque Gameiro - Museu de Aguarela Roque Gameiro; PEREIRA, Fernando António Baptista (coord.). 2009. Roteiro do Museu de Aguarela Roque Gameiro. Minde: Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro.

Internet: http://pt.wikipedia.org/wiki/Roque_Gameiro

domingo, 1 de julho de 2012

Aurélia de Sousa (1866-1922)

Auto-retrato (1900, MNSR).
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À sombra (1900-1910, Museu Abade de Baçal).
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No atelier (1916, MNAC).
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Visitação (MNSR).
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Maria Aurélia Martins de Souza nasceu no Chile, na cidade de Valparaíso, em 13 de Junho de 1866, filha de António Martins de Souza e Olinda Perez, emigrantes portugueses no Brasil e no Chile. Em 1869 acompanhou o regresso da família a Portugal que, com o dinheiro amealhado na América Latina, comprou a Quinta da China, na margem norte do rio Douro, nas proximidades da cidade do Porto, onde passou a residir. Após a morte do pai, em 1874, a sua mãe voltou a casar-se, em 1880.
Aos dezasseis anos, Aurélia iniciou as suas aulas de desenho e pintura com António da Costa Lima e em 1893 inscreveu-se, juntamente com a sua irmã Sofia de Souza (1870-1960), na Academia Portuense de Belas Artes. Entre 1893 e 1896 integrou diversas exposições e, no ano lectivo de 1896-1897, fez o primeiro e o segundo anos do curso de Pintura Histórica, na Academia de Belas-Artes do Porto. No ano de 1897-1898 completou o terceiro ano com a classificação final de dezasseis valores. Em Outubro de 1898 matriculou-se no quarto ano, contudo não chegou a completá-lo.
Em 1899, sem bolsa de estudo do Estado mas com o apoio monetário da sua irmã mais velha, Helena Souza Dias, casada com José Augusto Dias, rumou até Paris. Nos três anos em que aí residiu frequentou os cursos de J. P. Laurens e B. Constant na Academia Julien, expôs e vendeu trabalhos, enviou estudos ao mestre Marques de Oliveira para que este avaliasse a progressão da sua arte e viajou até à Bretanha. Em 1900 pintou o famoso auto-retrato, com casaco vermelho, hoje pertença do Museu Nacional de Soares dos Reis. Por esta altura, a irmã e artista Sofia de Souza, juntou-se a ela em França. Em 1902, antes do regresso a Portugal, as duas irmãs dedicaram-se a viajar pela Europa, visitando a Bélgica, a Alemanha, a Itália e a Espanha. Em 1907, foi convidada por António Teixeira Lopes a presidir à Sociedade de Belas-Artes do Porto, mas declinou a oferta. Para além da sua actividade de pintora, Aurélia fez ilustrações para revistas. De saúde frágil, morreu na sua casa da Quinta da China, a 26 de Maio de 1922, com 55 anos.
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Resumo de Universidade Digital / Gestão de Informação, 2008.
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She was born in Valparaíso, Chile. Her parents were emigrants in Brazil and Chile, but they moved back to Porto, Portugal, in 1869. She studyed at the Fine-Arts Academy of Porto, since 1893, where she was a pupil of João Marques de Oliveira, who greatly influenced her style. In 1898, she moved to Paris to study painting, and she traveled for Europe in the next three years, before finally returning to Portugal in 1901. She died in Porto, in 1922.
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Resume from Wukipedia.
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Bibliografia a consultar: OLIVEIRA, Maria João Lello Ortigão de (2006). Aurélia de Sousa em contexto - a cultura artística no fim do século. Imprensa Nacional / Casa da Moeda.

domingo, 4 de março de 2012

Henrique Pousão (1859-1884)

Cecília (1882, MNSR)
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Esperando o sucesso (1882, MNSR)
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A casa das persianas azuis (1882 ?, MNSR)
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Nascido em Vila Viçosa, a 1 de Janeiro de 1859, Henrique Pousão viveu a sua infância e adolescência em várias cidades portuguesas, devido à profissão do pai, que era juiz. Em 1872, com a deslocação do pai para Barcelos e depois para Guimarães, começou os seus estudos artísticos em aulas particulares com o pintor António José da Costa e na Academia Portuense de Belas Artes, que frequentou até concluir o Curso  de Pintura, em 1879. Quando Marques de Oliveira regressou de Paris, Pousão colaborou com ele e outros artistas na formação do Centro Artístico Portuense. Em Junho de 1880, o jovem pintor venceu o concurso de pensionista do Estado no estrangeiro na classe de Pintura de Paisagem, e, em Novembro desse ano, partiu para Paris, sendo admitido na Escola de Belas Artes, onde teve como orientadores Cabanel e Yvon. Ficando doente devido à exposição ao frio, pediu transferência para Roma, onde chegou em Dezembro de 1881. Apesar de já não estar integrado em nenhuma escola, inscreveu-se no Círculo de Artistas e, no Verão de 1882, partiu para Capri. Passou duas estadas em Capri (de Junho de 82 a Janeiro de 83 e de Julho a Setembro de 83), entremeadas por alguns meses em Roma. A agudização da doença obrigou-o a regressar a Portugal em Outubro de 1883, antes de terminar o pensionato. Em Novembro fixou-se em Vila Viçosa, onde acabou por morrer vítima de tuberculose, em Março de 1884.
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Cf. MatrizNet (resumido)
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Henrique Pousão was the son of a judge, from a wealthy family of Alentejo. In 1872 he enrolled in the Porto's Fine Arts Academy, graduating in 1879. After graduation, Pousão travelled to France, with a scholarship, and he studied at the Fine Art Academy of Paris under Adolphe Yvon and Cabanel. He started to suffer from tuberculosis, and under his doctor's advice, left Paris for Italy, hoping that a warmer climate might relieve his condition. In 1882, he established a studio in Rome on the Via dei Portoghesi, moving later to Naples and Capri. In the year of 1884, still unwell, he returned to Portugal, where he died that year. Pousão belonged to the naturalist generation and distinguished himself has a painter of genre scenes and landscapes.
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Cf. Wikipedia (adapted)

Nota: Sobre este artista importa ler o livro de Carlos Silveira, Henrique Pousão, Matosinhos, Quidnovi, 2010 e o texto no site 19&20, assinado pelo mesmo historiador.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Alfredo Keil (1850-1907)

Leitura de uma carta, 1874 (MNAC).
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Compositor e pintor português de ascendência alemã, Alfredo Keil nasceu a 3 de Julho de 1850, em Lisboa, e morreu a 4 de Outubro de 1907, em Hamburgo. Durante a sua infância e adolescência frequentou conceituados colégios alemães e ingleses, tornando-se um pintor e músico exímio. Compôs óperas, de entre as quais se destaca A Serrana, a sua verdadeira obra-prima. Em 1890 criou o hino A Portuguesa, com letra de Henrique Lopes de Mendonça, que a República, implantada em 1910, adoptou como hino nacional. Na pintura, Alfredo Keil foi um artista de características românticas, mostrando já uma aproximação ao Naturalismo. Foi galardoado com vários prémios, de entre os quais uma medalha de ouro recebida em 1879, na Exposição Artística do Rio de Janeiro.
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Cf. Alfredo Keil. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-02-01].
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Alfredo Keil was a Portuguese romantic composer and painter. He was born in Lisbon, the son of Johann Christian Keil and Maria Josefina Stellflug. He studied in Munich and Nuremberg with the German romantic painters Kaulbach and von Kreling. Returning to Portugal, where he continued his studies, he became a well known painter, being also the contemporary of the naturalist generation, with his melancholic intimate scenes and landscapes. As a composer, he gained prominence with his operas Dona Branca (1883) and Serrana (1899). He composed the music of A Portuguesa, the Portuguese national anthem, in 1891, with lyrics by the poet and playwrighter Henrique Lopes de Mendonça.
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Cf. Wikipedia.
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

José Malhoa (1855-1933)

À Sombra da Parreira (Museu Grão Vasco).
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Lendo o jornal (1905, Museu José Malhoa).
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Paisagem (Figueiró dos Vinhos) (1908, Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves).
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O Fado (1910, Museu da Cidade de Lisboa).
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Retrato de minha mulher (1914, Museu do Chiado - MNAC).
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José Malhoa nasceu nas Caldas da Rainha em 1855. Foi estudar para Lisboa aos 8 anos e aos 12 entrou na Real Academia de Belas Artes de Lisboa, onde foi discípulo de Miguel Ângelo Lupi e Tomás da Anunciação. Conclui o curso em 1875 e concorreu a pensionista do estado no estrangeiro por duas vezes, mas ambos os concursos foram anulados. Desiludido, partiu “pincéis e paleta”e empregou-se como caixeiro na loja de confecções do irmão. Ao fim de seis meses, porém, começou a pintar A Seara Invadida, que apresentou numa exposição em Madrid, obtendo grande sucesso. Decidiu abandonar a loja, para se dedicar definitiva e exclusivamente à pintura. Foi um dos fundadores do Grupo de Leão, criado em 1880. Os quadros de ar livre dos anos 80, mais luminosos e de colorido mais intenso, demonstram que se abria à estética de Barbizon – introduzida em Portugal por Silva Porto – apesar de nunca lá ter estado. Dentro desse espírito naturalista começava o longo percurso de exaltação da cor e da luz de Portugal, que iria marcar a sua obra no resto da sua vida. Ainda nos anos 80 instalou em Figueiró dos Vinhos a sua segunda residência – “O Casulo” – onde realizou grande parte das cenas rurais que o celebrizaram. Malhoa foi pintor de paisagens, cenas de género ou de costumes, retratos e nus. Raramente pintou a paisagem pela paisagem. Recebeu encomendas de composições históricas para diversos locais entre outros, para o Supremo Tribunal de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa, o Palacete Lambertini, o Palácio Burnay e o Museu de Artilharia de Lisboa. Além dos retratos das gentes do povo que figuram nos quadros de género, pintou inúmeros retratos da aristocracia. O Retrato de Laura Sauvinet (Museu de José Malhoa), uma sua aluna, realizado em 1888, foi por ele considerado a sua obra-prima. Expôs em Portugal desde 1880 e participou regularmente em exposições no estrangeiro. Foi presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes desde 1918 e foi condecorado inúmeras vezes. Realizou-se uma exposição retrospectiva da sua obra em Lisboa, em 1928, tendo-lhe então sido erigido um busto numa homenagem prestada nas Caldas da Rainha. Viu em vida avançar o projecto de um museu com o seu nome, que seria inaugurado seis meses após a sua morte. Morreu em Figueiró dos Vinhos a 26 de Outubro de 1933.
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Texto baseado no da Matriznet (IMC - Instituto dos Museus e da Conservação).
José Malhoa was a Portuguese painter, that was, like Columbano Bordalo Pinheiro, one of the leading name in Portuguese naturalist painting, in the second half of the 19th century. He painted often popular scenes and subjects, like his two most famous paintings, The Drunks (1907) and Fado (1910). He always remained faithful to the naturalist style, but in some of is works there are impressionist influences, like in his Autumn (1918), that can be considered as an "impressionist exercise".
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Based on the article of Wikipedia.
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Sobre este artista recomenda-se a obra de Nuno Saldanha, José Malhoa- Tradição e Modernidade, editado pela Scribe (9789898410047).