Mostrar mensagens com a etiqueta Paisagem. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Paisagem. Mostrar todas as mensagens

domingo, 3 de agosto de 2025

Bartolomeu Cid dos Santos (1931-2008)

O Barco dos Doidos (1961, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa)
-
Atlantis (1972)
-
O Poeta Alberto Caeiro (1984, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa)
-
Sem Título (Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa)
-
-
Bartolomeu Vilhena Cid dos Santos nasceu em Lisboa em 24 de Agosto de 1931, sendo filho do cirurgião João Cid dos Santos e neto do médico e historiador de arte Reinaldo dos Santos. Estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1950-1956), tendo continuado a sua formação na Slade School of Fine Art, em Londres (1956-1958), cidade onde fixaou residência. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian entre 1961 e 1964. Desde 1961, até à data da sua reforma, em 1996, ensinou no Departamento de Gravura dessa escola londrina. Foi Emeritus Professor in Fine Art da Universidade de Londres e Fellow do University College London; membro da Royal Society of Painter-Printmakers. Foi professor visitante da Universidade de Wisconsin, em Madison (1969 e 1980), na Konstkollan Umea, Suécia (1977 e 1978), no National College of Art em Lahore, Paquistão (1986 e 1987) e na Academia de Artes Visuais de Macau.
Expôs desde 1951, na 6ª Exposição Geral de Artes Plásticas, da Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa). Em 1959 participou na exposição 50 Artistas Independentes, na mesma instituição, onde realizou a primeira exposição individual, ainda nesse ano. Em 1961, foi-lhe atribuído o Prémio de Gravura na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian. Trabalhou com a Galeria 111, Lisboa, desde 1969, até à data da sua morte. Ao longo da vida rxpôs em diversas exposições colectivas, quer em Portugal, quer no estrangeiro, destacando-se Avant Garde British Printmaking 1914-1960 no Museu Britânico (1990), e Signatures of the Invisible em Londres, na Atlantis Gallery (2001). Individualmente, também realizou várias exposições, não só em Lisboa e outras cidades portuguesas, como internacionalmente. Em 1992, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Faleceu em Londres, em 21 de Maio de 2008.
Pertencente à terceira geração de artistas modernistas portugueses, a sua obra centrou-se na gravura, mas teve também produção significativa noutras áreas, como o desenho, a pintura e o azulejo. «A viagem e a exploração são temas constantes e transversais na sua obra» (Gomes, 2014). Nela sobressai a série dos "Labirintos", que criou a partir do final de 1969, depois de descobrir a obra do escritor Jorge Luís Borges (que lhe fora sugerido por Paula Rego) e o filme 2001: Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick. Na década seguinte explorou a ombinação da montagem fotográfica com a água-forte. Mais tarde dedicou-se a uma série evocativa da Ode Marítima de Fernando Pessoa / Álvaro de Campos. Realizou grandes painéis de pedra gravada para o metropolitano de Tóquio (Estação Nihonbashi) e de Lisboa (Estação Entre Campos).
-
Bibl.: «Bartolomeu Cid dos Santos», in Wikipédia [https://pt.wikipedia.org/wiki/Bartolomeu_Cid_dos_Santos]; Inês Gomes, «Bartolomeu Cid dos Santos», 2014, in Centro de Arte Moderna Gulbenkian [https://gulbenkian.pt/cam/artist/bartolomeu-cid-dos-santos/].
-
Bartolomeu Vilhena Cid dos Santos was born in Lisbon on August 24, 1931, the son of surgeon João Cid dos Santos and grandson of physician and art historian Reinaldo dos Santos. He studied at the Lisbon School of Fine Arts (1950-1956) and continued his training at the Slade School of Fine Art in London (1956-1958), city where he later resided. He received a scholarship from the Calouste Gulbenkian Foundation from 1961 to 1964. From 1961 until his retirement in 1996, he taught in the Printmaking Department of that London school. He was Emeritus Professor of Fine Art at the University of London and a Fellow of University College London, and a member of the Royal Society of Painter-Printmakers. He was a visiting professor at the University of Wisconsin, Madison (1969 and 1980), at Konstkollan Umea, Sweden (1977 and 1978), at the National College of Art in Lahore, Pakistan (1986 and 1987), and at the Academy of Visual Arts of Macau.
He exhibited his work since 1951 at the 6th General Exhibition of Visual Arts of the National Society of Fine Arts (S.N.B.A., Lisbon). In 1959, he participated in the exhibition "50 Independent Artists" at the same institution, where he held his first solo exhibition in that year. In 1961, he was awarded the Printmaking Prize at the 2nd Exhibition of Visual Arts of the Calouste Gulbenkian Foundation. He worked with Galeria 111, Lisbon, from 1969 until his death. Throughout his life, he exhibited in numerous group exhibitions, both in Portugal and abroad, including Avant Garde British Printmaking 1914-1960 at the British Museum (1990) and Signatures of the Invisible at the Atlantis Gallery in London (2001). He also held several solo exhibitions, not only in Lisbon and other Portuguese cities, but also internationally. In 1992, he was awarded the rank of Commander of the Order of Prince Henry the Navigator. Died in London on May 21, 2008.
Belonging to the third generation of Portuguese modernist artists, his work focused on printmaking, but also produced significant works in other areas, such as drawing, painting, and tile. "Travel and exploration are constant and cross-cutting themes in his work" (Gomes, 2014). Of particular note among his works is the "Labyrinths" series, which he created in 1969, after discovering the work of the writer Jorge Luis Borges (who had been suggested to him by Paula Rego) and Stanley Kubrick's movie 2001: A Space Odyssey. In the following decade, he explored the combination of photographic montage and etching. Later, he dedicated herself to a series evocative of Fernando Pessoa/Álvaro de Campos's "Ode Marítima." He created large engraved stone panels for the Tokyo subway (Nihonbashi Station) and Lisbon (Entre Campos Station).

domingo, 20 de abril de 2025

Luís Noronha da Costa (1942-2020)

s/ título (objecto) (1968, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa)
-
Mar Português (da série: Mares portugueses) (1982, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa)
-
Do Subnaturalismo ao Sobrenaturalismo (Pintura Fria) (1988, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa)
-
Sem título (Séc. XX, Museu Francisco Tavares Proença Júnior, Castelo Branco)
-
Pintura (Séc. XX, Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Lisboa)
-
Luís Noronha da Costa nasceu em Lisboa em 1942, cidade onde faleceu em 2020. Foi estudante de arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1959-1968), começando a trabalhar com colagens e têmperas vinílicas, entre 1965 e 1966. Expôs os seus trabalhos pela primeira vez em 1967, na Galeria Quadrante (Lisboa), recebendo a aclamação crítica e numerosos prémios nacionais, ao longo dos anos seguintes. Representou Portugal na Bienal de São Paulo (1969) e na Bienal de Veneza (1970). Realizou experiências visuais no cinema, mas dedicou-se à pintura, em quase exclusividade desde de 1969, realizando duas mostras individuais: "Magritte Após Polanski" (Galeria Quadrante, 1969) e "Piero della Francesca após Lúcio Fontana" (Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa, 2005). Foi, também, crítico e teórico do cinema, com artigos sobre Godard, Fisher, Ozu, Dreyer, Syberberg, Hitchcock, entre outros. Daí resultou uma intersecção experimental dos géneros visuais do cinema e da pintura, que o levou a expor na Cinemateca Francesa (Paris, 1974), a convite de Henri Langlois. O seu trabalho mereceu duas retrospetivas na Fundação Calouste Gulbenkian (1983 e 2002) e uma no Centro Cultural de Belém (Lisboa, 2003). Recebeu ainda o Prémio Europeu de Pintura do Parlamento Europeu (1999) e o Prémio AICA/MC (2003).
-
Bibl.: Afonso Ramos, «Luís Noronha da Costa», Outubro de 2011, in Centro de Arte Moderna Gulbenkian, https://gulbenkian.pt/cam/artist/luis-noronha-da-costa/
-
Luís Noronha da Costa was born in Lisbon in 1942, where he died in 2020. He studied architecture at the Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1959-1968), and began working with collages and vinyl tempera between 1965 and 1966. He exhibited his work for the first time in 1967, at Galeria Quadrante (Lisbon), receiving critical acclaim and numerous national awards over the following years. He represented Portugal at the São Paulo Biennale (1969) and the Venice Biennale (1970). He experimented with visual cinema, but devoted himself almost exclusively to painting since 1969, holding two solo exhibitions: "Magritte After Polanski" (Galeria Quadrante, 1969) and "Piero della Francesca after Lúcio Fontana" (Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisbon, 2005). He was also a film critic and theorist, with articles on Godard, Fisher, Ozu, Dreyer, Syberberg, Hitchcock, among others. This resulted in an experimental intersection of the visual genres of cinema and painting, which led him to exhibit at the Cinémathèque Française (Paris, 1974), at the invitation of Henri Langlois. His work was the subject of two retrospectives at the Calouste Gulbenkian Foundation (1983 and 2002) and one at the Centro Cultural de Belém (Lisbon, 2003). He also received the European Painting Prize from the European Parliament (1999) and the AICA/MC Prize (2003).

domingo, 26 de janeiro de 2025

Martinho Gomes da Fonseca (1890-1972)

Retrato de Jorge Barradas (1917, via Invaluable)
-
Nu Feminino (1920, via BestNet Leilões)
-
Retrato de Bernardino Machado (1935, Museu da Presidência da República, Lisboa)
-
Vista de um Jardim (1944, via Invaluable)
-
-
Martinho Gomes da Fonseca nasceu em Lisboa, a 3 de Janeiro de 1890. Foi aluno de Columbano Bordalo Pinheiro na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Enveredou pela carreira docente, tendo sido professor de Desenho das Escolas Industriais, nomeadamente em Angra do Heroísmo, e na Sociedade Nacional de Belas-Artes (Lisboa), de que foi presidente. Foi um dos colaboradores da revista Seara Nova e ainda da II série da revista Alma Nova (1915-1918). Expôs em Portugal e em diversas cidades europeias, sendo o autor do retrato de Bernardino Machado que consta da Galeria dos Presidentes da República Portuguesa, no Palácio de Belém. Morreu em Lisboa, a 14 de Janeiro de 1972.
-
Bibl.: «Martinho Gomes da Fonseca», in Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Martinho_Gomes_da_Fonseca
-
Martinho Gomes da Fonseca was born in Lisbon on 3 January 1890. He was a student of Columbano Bordalo Pinheiro at the Lisbon School of Fine Arts. He pursued a teaching career, having taught Drawing at Industrial Schools, namely in Angra do Heroísmo, and at the National Society of Fine Arts (Lisbon), of which he was president. He was a contributor to the magazine Seara Nova and also to the second series of the magazine Alma Nova (1915-1918). He exhibited in Portugal and in several European cities, and was the author of the portrait of Bernardino Machado that hangs in the Gallery of Presidents of the Portuguese Republic, in the Belém Palace. He died in Lisbon on 14 January 1972.

domingo, 9 de junho de 2024

Lima de Freitas (1927-1998)

Sem Título (1948, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa - https://gulbenkian.pt/cam/works_cam/stitulo-148518/)
-
Sem Título (1957, Lima de Freitas, 1957, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira, via A.Muse.Arte - https://amusearte.hypotheses.org/10999#more-10999)

Músicos (1961, via Palácio do Correio Velho - https://amusearte.hypotheses.org/10999#more-10999)
-
O Terceiro Olho (1981, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa - https://gulbenkian.pt/cam/works_cam/o-terceiro-olho-148522/)
-
Paisagem (1997, via Centro Português de Serigrafia - https://www.cps.pt/pt/loja/es042)
-
José Lima de Freitas nasceu em Setúbal a 22 de Junho de 1927, tendo a sua família mudado depois para Évora, onde ele estudou no Liceu Garcia de Resende. Em 1945, começou a frequentar a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde estudou Arquitetura. No ano de 1946, aderiu ao Neorrealismo, vindo a desempenhar um papel importante nesse movimento, quer através da sua obra plástica, quer através da escrita. Viveu em Paris, entre 1954 e 1959. Em 1964, mudou-se para Aarhus, na Dinamarca; regressando a Portugal em 1965, onde, mais tarde (1967), conheceu Almada Negreiros. Nos anos 80, produziu uma série de obras que denominou Mitolusismos, em que desenvolveu a temática dos mitos nacionais. Como ilustrador, colaborou com editoras norte-americanas, ilustrou romances de J. Conrad (Nova Iorque), Afonso Schmidt (Varsóvia) e inúmeros contos em revistas francesas, alemãs, espanholas, brasileiras, sobressaindo também, por exemplo, as ilustrações para Os Lusíadas e para a Lírica de Luís de Camões. Como pintor, a sua obra evoluiu por um caminho espiritual, dentro de uma simbólica visionária e esotérica, ligado ao Realismo Fantástico. Expôs coletivamente desde 1946, na Sociedade Nacional de Belas-Artes e Fundação Calouste Gulbenkian, na II Bienal de S. Paulo, etc. Individualmente, realizou exposições desde 1950, também na Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa, mas igualmente em Évora, no Porto e em Madrid. Foi Diretor-Geral da Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e diretor e professor no IADE (Escola de Arte e Design), de 1969 a 1972. Foi ainda Presidente da Comissão Instaladora do Teatro Nacional D. Maria II, que reabriu as portas ao público em 1978, após longos anos de encerramento. Publicou textos em jornais e livros, sendo exemplo a obra Almada e o número (1977). Faleceu em Lisboa, a 5 de Outubro de 1998.
-
Bibl.: Teresa Lousa, «Lima de Freitas» (2019), in Gerações Hispânicas [https://fabricadesites.fcsh.unl.pt/ghispanicas/2019/05/08/lima-de-freitas/]; Wikipédia [https://pt.wikipedia.org/wiki/Lima_de_Freitas]
-
José Lima de Freitas was born in Setúbal on June 22, 1927, but his family moved later to Évora, where he studied at the Liceu Garcia de Resende. In 1945, he began attending the Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, where he studied Architecture. In 1946, he joined Neorealism, playing an important role in this movement, both through his plastic work and through writing. He lived in Paris between 1954 and 1959. In 1964, he moved to Aarhus, Denmark; returning to Portugal in 1965, where, later (1967), he met Almada Negreiros. In the 1980s, he produced a series of works that he called Mitolusismos, in which he developed the theme of national myths. As an illustrator, he collaborated with North American publishers, illustrated novels by J. Conrad (New York), Afonso Schmidt (Warsaw) and countless short stories in French, German, Spanish and Brazilian magazines, also highlighting, for example, the illustrations for Os Lusíadas and for the Lírica of Luís de Camões. As a painter, his work evolved along a spiritual path, within a visionary and esoteric symbolism, linked to Fantastic Realism. He has exhibited collectively since 1946, at the Sociedade Nacional de Belas-Artes and Fundação Calouste Gulbenkian, at the II Bienal de S. Paulo, etc. Individually, he has held exhibitions since 1950, at the Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisbon, but also in Évora, Porto and Madrid. He was General Director of Cultural Action at the State Secretariat for Culture, director and professor at IADE (School of Art and Design), from 1969 to 1972. He was President of the Installation Committee of the D. Maria II National Theater, which reopened its doors to public in 1978, after long years of closure. He published texts in newspapers and books, an example being the work Almada e o numero (1977). He passed away in Lisbon, on October 5, 1998.

domingo, 14 de janeiro de 2024

Thomaz de Mello (1906-1990)

Figurino para "Anjo Bom" - Teatro do Povo (1940, Museu Nacional do Teatro e da Dança, Lisboa)
-
Viloa da ilha da Madeira (miniatura) (década de 40, Museu de Arte Popular, Lisboa)
-
Projeto (1937-1942, Museu Nacional do Azulejo, Lisboa)
-
-
New York (1950, Centro de Arte Moderna - Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa)
-
Thomaz de Mello (Tom) nasceu no Rio de Janeiro, a 11 de janeiro de 1906, tendo vindo para Portugal em 1926, com a companhia de teatro de Leopoldo Fróis. Tendo-se integrado entre os modernistas portugueses, entre 1935 e 1951, participou em todas as Exposições de Arte Moderna do S.P.N./S.N.I., recebendo o Prémio Francisco de Holanda em 1945. Dirigiu, com António Pedro, a Galeria UP, ao Chiado, que foi a primeira galeria comercial de arte de Lisboa, inaugurada em Março de 1933. A partir de 1937 integrou, juntamente com Carlos Botelho, Bernardo Marques, Fred Kradolfer e José Rocha, a equipa de decoradores do S.P.N. (Sociedade de Propaganda de Portugal), ficando encarregues da realização dos pavilhões de Portugal nas Exposições Internacionais de Paris (1937), Nova Iorque e S. Francisco (1939). Em 1937, obteve o Grande Prémio de Decoração e de Artesanato, na Exposição de Artes e Técnicas de Paris. Colaborou com a Companhia Portuguesa de Bailado Verde Gaio, com cenários e figurinos para o bailado Passatempo (Teatro Nacional de D. Maria II, 1941). Em 1948 integrou a equipa de artistas decoradores do Museu de Arte Popular, realizando murais no vestíbulo e nas salas de Entre-Douro-e-Minho e Algarve. Como ilustrador trabalhou em várias publicações, entre as quais a revista Panorama e a Ilustração. Em 1973, o SNI (Secretariano Nacional de Informação) organizou, no Palácio Foz, em Lisboa, uma exposição retrospetiva da sua obra. Faleceu em Lisboa, a 7 de janeiro de 1990.
-
Fonte: Wikipédia.
-
Thomaz de Mello (Tom) was born in Rio de Janeiro, on January 11, 1906, and came to Portugal in 1926, with Leopoldo Fróis' theater company. Having integrated himself among the Portuguese modernists, between 1935 and 1951, he participated in all the Modern Art Exhibitions of the S.P.N./S.N.I., receiving the Francisco de Holanda Prize in 1945. He directed, with António Pedro, the UP Gallery, in Chiado, which was the first commercial art gallery in Lisbon, opened in March 1933. From 1937 onwards, together with Carlos Botelho, Bernardo Marques, Fred Kradolfer and José Rocha, he was part of the team of decorators at S.P.N. (Propaganda Society of Portugal), being responsible for creating the Portuguese pavilions at the International Exhibitions in Paris (1937), New York and S. Francisco (1939). In 1937, he won the Grand Prize for Decoration and Crafts at the Paris Arts and Techniques Exhibition. He collaborated with the Portuguese Ballet Company Verde Gaio, with sets and costumes for the ballet Passatempo (National Theatre D. Maria II, 1941). In 1948 he joined the team of decorating artists at the Museum of Popular Art, creating murals in the lobby and rooms of Entre-Douro-e-Minho and Algarve. As an illustrator he worked in several publications, including the magazines Panorama and Ilustração. In 1973, the SNI (National Secretary of Information) organized a retrospective exhibition of his work at Palácio Foz in Lisbon. He passed away in Lisbon, on January 7, 1990.

domingo, 24 de setembro de 2023

D. Carlos de Bragança (1863-1908)

-
Charneca dos Almos (Alentejo) (1898, MNAC, Lisboa)
-
O Sobreiro (1905, Fundação da Casa de Bragança)
-
Arribas da Guia à Tarde (1906, Museu Histório e Diplomático - Palácio do Itamaraty, Rio de Janeiro)
-
Praia de Cascais (1906, Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Lisboa)
-
Nascido em 28 de Setembro de 1863, era filho do rei D. Luís I e da rainha D. Maria Pia de Saboia. Foi rei de Portugal desde 1889, até ao seu assassinato em 1 de Fevereiro de 1908. Foi um notável pintor, que se distinguiu sobretudo no pastel e na aguarela, tendo sido discípulo de António Manuel da Fonseca, Miguel Ângelo Lupi e Enrique Casanova. Ficaram célebres as suas marinhas, tendo sido «um dos mais fortes intérpretes do mar português» (Pamplona, 1987). São também de grande qualidade as suas representações das paisagens alentejanas e cenas da vida ribatejana. Próximo dos artistas do seu tempo, amigo de Carlos Reis (que auxiliou durante os estudos), participou em exposições colectivas, desde 1888, na Exposição Industrial de Lisboa. Também figurou nas exposições do Grémio Artístico, da Sociedade Nacional de Belas-Artes e na Exposição Universal de Paris de 1900. Foi também fotógrafo, pintor ceramista e escultor-barrista.
-
Bibl.: Fernando de Pamplona, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. II, Barcelos, Livraria Civilização Editora, 1987, pp. 43-46. Cf. também «Carlos I de Portugal», in Wikipédia.
-
Born on September 28, 1863, he was the king of Portugal from 1889, until his assassination on February 1, 1908. He was a notable painter, who distinguished himself especially in pastel and watercolor, having been a disciple of António Manuel da Fonseca, Miguel Ângelo Lupi and Enrique Casanova. His marine paintings became famous, having been «one of the strongest interpreters of the Portuguese sea» (Pamplona, 1987). His representations of Alentejo landscapes and scenes of Ribatejo life are also of high quality. Close to the artists of his time, a friend of Carlos Reis (who helped him during his studies), he participated in group exhibitions, since 1888, at the Lisbon Industrial Exhibition. He also appeared in the exhibitions of the Grémio Artístico, the National Society of Fine Arts and the Paris Universal Exhibition of 1900. He was also a photographer, ceramic painter and sculptor.

domingo, 11 de dezembro de 2022

D. Maria Pia (1847-1911)

 

Fábrica de Louça de Sacavém, Prato (1874, Palácio Nacional da Pena, Sintra)
-

Paisagem à Beira-Rio (1885, Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)
-
Cigana (Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)
-
Gôndola em Veneza (1894, Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)
-
Sintra, Castelo dos Mouros (1893, Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)
-
D. Maria Pia de Sabóia nasceu em Turim, em 1847, filha do rei Vítor Emanuel II da Sardenha e da arquiduquesa austríaca Adelaide da Áustria. Foi rainha de Portugal, tendo casado com o rei D. Luís I em 1862. Ficou sobretudo conhecida como benemérita, tendo fundado estabelecimentos de solidariedade social, de que é exemplo a Creche Victor Manuel, na Tapada da Ajuda. Após a implantação da República, em 1910, partiu para o Palazzina di caccia di Stupinigi, no Piemonte , onde viria a falecer em 1911. 
Segundo o site do Palácio Nacional da Ajuda: «Tendo apreendido, enquanto jovem princesa, os rudimentos do desenho e da aguarela, foi em Portugal, já rainha, que aprimorou a técnica e desenvolveu o sentido estético e artístico, que estendeu mais tarde à fotografia. A feminilidade transmitida em algumas temáticas caminhou, no tempo, a par de uma sensibilidade para a vida que a rodeava e que ela passou à arte, sem perder os ecos das evoluções, dos movimentos inovadores que se sucediam no país e no estrangeiro. Rendida a um naturalismo muito português, não deixou de incorrer por vezes num bucolismo romantizado que a sua vontade determinou. Foi uma rainha artista, amadora e intimista, que desenhou, pintou e fotografou para si e para os que de mais perto com ela conviveram».
-
Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Pia_de_Saboia; DGPC: https://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/agenda/exhibitions/um-olhar-real-obra-artistica-da-rainha-d-maria-pia-desenho-aguarela-e-fotografia/
-
D. Maria Pia de Savoy was born in Turin in 1847, the daughter of King Victor Emmanuel II of Sardinia and the Austrian Archduchess Adelaide of Austria. She was queen of Portugal, having married King D. Luís I in 1862. She was mainly known as a benefactor, having founded social solidarity establishments, such as the Creche Victor Manuel, in Tapada da Ajuda. After the establishment of the Republic, in 1910, she left for the Palazzina di caccia di Stupinigi, in Piedmont, where she would die in 1911.
According to the Palácio Nacional da Ajuda website: «Having learned, as a young princess, the rudiments of drawing and watercolor, it was in Portugal, as a queen, that she improved the technique and developed an aesthetic and artistic sense, which she later extended to photography. The femininity conveyed in some themes walked, over time, along with a sensitivity to the life that surrounded her and which she passed on to art, without losing the echoes of the evolutions, of the innovative movements that followed in the country and abroad. Surrendered to a very Portuguese naturalism, she did not fail to incur at times a romanticized bucolismo that her will determined. She was an artist queen, amateur and intimate, who drew, painted and photographed for herself and for those closest to her».

domingo, 10 de julho de 2022

Nadir Afonso (1920-2013)

 
Cais do Porto (1942, MNAC, Lisboa)
-
Espacilimité (1957, MNAC, Lisboa)
-
Babilónia (1968, MNAC, Lisboa)
-
Os Portugueses (1970, Centro de Arte Moderna - FCG, Lisboa)
-
"Composição período barroco" (Séc. XXI, Museu Nacional do Azulejo, Lisboa)
-
Nadir Afonso Rodrigues nasceu a 4 de dezembro de 1920, em Chaves, Vila Real. Em 1938 ingressou no curso de Arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Partiu depois para Paris, em 1946, onde se inscreveu na École des Beaux-Arts para estudar Pintura, e obteve, por intermédio de Portinari, uma bolsa de estudo do governo francês. Colaborou, de 1946 até 1948 e novamente em 1951, com Le Corbusier. No final de 1951 foi para o Brasil, onde trabalhou com Oscar Niemeyer. Em finais de 1954 estava de regresso a Paris, tendo participado no movimento da arte cinética, expondo em coletivas com Victor Vasarely, entre outros Neste âmbito efetuou a série Espacillimité. Em Chaves projectou a Panificadora, uma obra de referência da arquitectura portuguesa do século XX. Representou Portugal na Bienal de São Paulo, no Brasil, em 1961 e em 1969. Publicou diversos livros, entre eles Les Mécanismes de la Création Artistique (1970). Na sua obra, defendeu uma estética que pressupõe a relação das leis geométricas e universais que existem na Natureza. As suas obras iniciais ligam-se ao expressionismo, em que pintou a cidade do Porto, evoluindo em diversos períodos que desembocam no período fractal, no século XXI. Morreu a 11 de dezembro de 2013, no hospital de Cascais, onde se encontrava internado.
-
Cf. Wikipédia [https://pt.wikipedia.org/wiki/Nadir_Afonso].
-
Nadir Afonso Rodrigues was born on December 4, 1920, in Chaves, Vila Real. In 1938 he enrolled in the Architecture course at the Escola Superior de Belas-Artes do Porto. He then left for Paris, in 1946, where he enrolled at the École des Beaux-Arts to study painting, and obtained, through Portinari, a scholarship from the French government. He collaborated, from 1946 until 1948 and again in 1951, with Le Corbusier. At the end of 1951 he went to Brazil, where he worked with Oscar Niemeyer. At the end of 1954 he was back in Paris, having participated in the kinetic art movement, exhibiting in collective exhibitions with Victor Vasarely, among others. In this context, he produced the series Espacillimité. In Chaves he designed the Panificadora, a landmark work of 20th century Portuguese architecture. He represented Portugal at the Bienal de São Paulo, in Brazil, in 1961 and 1969. He published several books, including Les Mécanismes de la Création Artistique (1970). In his work, he defended an aesthetic that presupposes the relationship of geometric and universal laws that exist in Nature. His early works are linked to expressionism, in which he painted the city of Porto, evolving in different periods that lead to the fractal period, in the 21st century. He died on December 11, 2013, in Cascais hospital, where he was hospitalized.

domingo, 29 de maio de 2022

Maluda (1934-1999)

-
Janela VII - Algarve (1980, Centro de Arte Moderna - Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa)
-
Portel (1986)
-
Lisboa Cais II (1990, Galeria São Mamede, Lisboa)
-
-
Maria de Lourdes Ribeiro, conhecida por Maluda, nasceu em 1934, na cidade de Pangim, no estado de Goa, no então Estado Português da Índia. Começou por trabalhar como retratista autodidata ainda em Lourenço Marques (Maputo), onde viveu a partir de 1948. Foi lá que formou, com Garizo do Carmo, João Paulo e João Aires o grupo de pintura "Os Independentes", que expôs coletivamente em 1961, 1962 e 1963. No ano de 1963, obteve uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian e viajou para Portugal, onde trabalhou com o mestre Roberto de Araújo. Entre 1964 e 1967, viveu em Paris, como bolseira da Gulbenkian, tendo trabalhado na Academie de la Grande Chaumière. Durante a sua estada em Paris, conviveu com outros artistas, entre eles os pintores Maria Helena Vieira da Silva e Árpád Seznes. Foi nessa altura que se interessou pelo retrato e por composições que fazem a síntese da paisagem urbana. Pintou os retratos de Amália Rodrigues e Mário Soares, entre outros. Em 1969, realizou a sua primeira exposição individual na galeria do Diário de Notícias, em Lisboa; realizando em 1973 uma grande exposição individual na Fundação Gulbenkian. Entre os anos de 1976 e 1978, foi novamente bolseira da Gulbenkian, estudando em Londres e na Suíça. A partir de 1978 dedicou-se também à temática das janelas. No ano de 1979, realizou uma exposição na Fundação Gulbenkian em Paris. O seu livro “Maluda” com prefácio de Maria Helena Vieira da Silva foi publicado em 1981. A partir de 1985, fez várias séries de selos para os Correios (CTT). No âmbito da "Lisboa Capital da Cultura", realizou uma exposição individual no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Em 1998, realizou a sua última exposição individual, "Os selos de Maluda", patrocinada pelos CTT. Morreu em Lisboa em 1999. Em 2001, o crítico e historiador de arte português, José-Augusto França elegeu seu quadro Portel (de 1986) como um dos "100 Quadros Portugueses do Século XX".
-
Bibl. - Wikipédia.
-
Maria de Lourdes Ribeiro, known as Maluda, was born in 1934, in the city of Panjim, in the state of Goa. She began working as a self-taught portraitist while still in Lourenço Marques (Maputo), where she lived from 1948 onwards. It was there that she formed, with Garizo do Carmo, João Paulo and João Aires, the painting group "The Independents", which collectively exhibited in 1961 , 1962 and 1963. In 1963, she obtained a scholarship from the Calouste Gulbenkian Foundation and traveled to Portugal, where she worked with master Roberto de Araújo. Between 1964 and 1967 she lived in Paris, with a Gulbenkian scholarship, having worked at the Academy of the Grande Chaumière. During her stay in Paris, she interacted with other artists, including the painters Maria Helena Vieira da Silva and Árpád Seznes. It was at that time that she became interested in portraiture and compositions that synthesize the urban landscape. She painted portraits of the fado singer Amália Rodrigues and the polititian Mário Soares, among others. In 1969 she held her first solo exhibition at the Diário de Notícias gallery in Lisbon; followed, in 1973, by a large solo exhibition at the Gulbenkian Foundation. Between 1976 and 1978, received another scholarship from the Gulbenkian Foundation, studying in London and Switzerland. From 1978 onwards she also dedicated herself to the theme of windows. In the year of 1979, she held an exhibition at the Gulbenkian Foundation in Paris. Her book “Maluda” with a preface by Maria Helena Vieira da Silva was published in 1981. As of 1985, she was invited to make several series of stamps for CTT. As part of the "Lisbon Capital of Culture", she held a solo exhibition at the Centro Cultural de Belém in Lisbon. In 1998, she held her last solo exhibition, "The Stamps of Maluda", sponsored by CTT. She died in Lisbon in 1999. In 2001, the Portuguese art historian and critic, José-Augusto França elected her painting Portel (from 1986) as one of the "100 Portuguese Paintings of the 20th Century".

sexta-feira, 2 de abril de 2021

José Cândido Dominguez Alvarez (1906-1942)

Bairro de Pescadores (1929, Museu do Chiado, Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa)
-
Louco (1934, Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa)
-
D. Quixote (1934, Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa)
-
Casario e Figuras de um Sonho (Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa)
-
Casa das Violas (Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa)
-
De ascendência galega, José Cândido Dominguez Alvarez nasceu no Porto, em 23 de Fevereiro 1906. Em 1919 instalou-se na Galiza com o objetivo de fazer um curso para funcionário dos Correios e Telégrafos, mas voltou ao Porto, em 1920, sem o ter frequentado. Em 1926, matriculou-se no curso Preparatório de Arquitetura da Escola de Belas Artes do Porto, que veio a trocar pelo de Pintura, em 1928. Em 1931 perdeu o ano por motivos de saúde e, parte do ano seguinte, passou-o na Galiza, a pintar. Em 1934 produziu algumas das suas obras mais aclamadas, entre as quais o Homem da Cartola, Louco, Casario, Homem Compostelano ou Figura dum Sonho. A sua única exposição individual foi realizada no Salão Silva Porto, em 1936. Em contrapartida, participou em várias exposições coletivas, como na Grande Exposição dos Artistas Portugueses, em 1935, entre outras. Concluiu o curso de Pintura em 1940, tendo apresentado o trabalho Paisagem com Animais, com o qual obteve a classificação de 20 valores. Entretanto, durante a licenciatura, recebeu alguns prémios e elogios de diversos professores, tais como Aarão de Lacerda e Dórdio Gomes. Entre 1940 e 1942 foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura. Nesse período pintava essencialmente paisagens e foi nomeado professor da Escola Industrial Infante D. Henrique, no Porto. Faleceu em 16 de Abril de 1942, vítima de tuberculose. A sua obra foi inspirada pelo Porto e pelas localidades dos seus antepassados, autointitulando-se «pintor oriundo de Pontevedra, residente no Porto». Nas suas pinturas vemos a representação de paisagens rurais e urbanas, cenas do dia-a-dia com figuras, interpretadas segundo uma linguagem expressionista e surrealista.
-
Cf. «José Dominguez Alvarez», Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto, 2010.
-
Of Galician descent, José Cândido Dominguez Alvarez was born in Porto, on February 23, 1906. In 1919 he settled in Galicia with the objective of taking a course for postal and telegraph employees, but returned to Porto in 1920, without having frequented it. In 1926, he enrolled in the Preparatory Course in Architecture at the School of Fine Arts of Porto, which he changed to Painting in 1928. In 1931 he lost the year for health reasons and, part of the following year, was spent it in Galicia, painting. In 1934 he produced some of his most acclaimed works. His only solo exhibition was held at Salão Silva Porto, in 1936. On the other hand, he participated in several group exhibitions, such as the Great Exhibition of Portuguese Artists in 1935, among others. He completed the Painting course in 1940. Between 1940 and 1942 he received a scholarship from the Instituto de Alta Cultura. During this period he essentially painted landscapes and was appointed professor at Escola Industrial Infante D. Henrique, in Porto. He died on April 16, 1942, victim of tuberculosis. His work was inspired by the city of Porto and the locations of his ancestors, calling himself "painter from Pontevedra, resident in Porto". In his paintings we see the representation of rural and urban landscapes, everyday scenes with figures, using an expressionist and surrealist language.
-
Cf. «José Dominguez Alvarez», University of Porto Famous Alumni, 2010.