Mostrar mensagens com a etiqueta Caricatura. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Caricatura. Mostrar todas as mensagens

domingo, 14 de julho de 2024

Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (1867-1920)

"V - O Progresso Nacional: o grande Caranguejo", in A Paródia, 8 de Agosto de 1900.
-
Cabaça. Lagarto (1900, Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
-
Jarro (Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
-
Jarra. Cerejas (Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
-
Jarra. Algas (Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
-
Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, nasceu em 20 de Junho de 1867, sendo filho de Rafael Bordalo Pinheiro e de Elvira Ferreira de Almeida Bordalo Pinheiro. Nasceu em Lisboa, tendo sido educado na casa de família do pai do artista, em Alcolena, onde conviveu com o avô Manuel Maria, que era gravador, pintor e escultor amador, e o tio Columbano, futuro pintor, que era dez anos mais velho. Estudou depois num colégio interno. Em 1884, iniciou a colaboração jornalística com o seu pai, fazendo caricaturas, primeiro no jornal O António Maria, depois em Os Pontos nos ii (1885) e A Paródia (1900). Em 1903, participou na revista infantil O Gafanhoto, fazendo uma incursão na banda desenhada. A partir de 1896, foi professor na Escola Rodrigues Sampaio, passando, em 1914, para a Escola de Cerâmica de Lisboa. A partir de 1905, começou a dirigir a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, fundada pelo seu pai (1884). Tendo perdido a posse da fábrica, em 1908, montou uma nova fábrica de cerâmica denominada San Rafael, com modelos mais modernos, nomeadamente Arte Nova. Entretanto, em 1914, casou com Angélica Barreto da Cruz. Viajou até França em 1918, para contactar os principais centros cerâmicos. Faleceu em 8 de Setembro de 1920.
-
Bibl.: Horta, Cristina Ramos e, Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (1867-1920), Obra Cerâmica e Gráfica, Ministério da Cultura, Instituto Português de Museus, Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha, 2004.
-
Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, was born on June 20, 1867, the son of Rafael Bordalo Pinheiro and Elvira Ferreira de Almeida Bordalo Pinheiro. He was born in Lisbon, having been educated in the artist's father's family home, in Alcolena, where he lived with his grandfather Manuel Maria, who was an amateur engraver, painter and sculptor, and his uncle Columbano, a future painter, who was ten years older. He later studied at a boarding school. In 1884, he began journalistic collaboration with his father, creating caricatures, first in the newspaper O António Maria, then in Os Pontos nos ii (1885) and A Paródia (1900). In 1903, he participated in the children's magazine O Gafanhoto, making a foray into comics. From 1896, he was a teacher at the Rodrigues Sampaio School, moving, in 1914, to the Lisbon Ceramic School. From 1905 onwards, he began running the Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, founded by his father (1884). Having lost ownership of the factory, in 1908, he set up a new ceramics factory called San Rafael, with more modern models, namely Art Nouveau. In 1914, he married Angélica Barreto da Cruz. He traveled to France in 1918, to contact the main ceramic centers. He died on September 8, 1920.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Raquel Roque Gameiro (1889-1970)

-
Figurino para "Três Fadas" da Revista "Lua Cheia" (1934, Museu Nacional do Teatro e da Dança)
-
Minho (1935, Museu José Malhoa)
-
-
-
Raquel Roque Gameiro era a filha mais velha de Alfredo Roque Gameiro (1864-1935). Nasceu em 1889 e com catorze anos (1903) já fazia ilustrações para os Contos para Crianças de Ana de Castro Osório (1872-1935). Desse trabalho, onde se pode notar a influência da ilustração inglesa, recebeu o prémio internacional do Petit Journal Illustré de la Jéunesse
No ano de 1909, participou pela primeira vez nos Salões da Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), recebendo uma Menção Honrosa. Posteriormente, continuou a expor nesses salões e foi premiada com a primeira medalha (1929) e a medalha de honra. 
Em 1911 casou com Jorge Ottolini, mas o casamento não a afastou das actividades artísticas. Nesse mesmo ano realizou, com o pai e os irmãos, Helena (1895-1986) e Manuel (1892-1944), uma exposição de aguarela, no atelier da rua D. Pedro V, em Lisboa. Em 1914, também com o pai, fez caricaturas para o espectáculo «Damas e Varões Ilustres da Amadora», constituído por projecções, numa lanterna mágica, de caricaturas de figuras locais. A apresentação foi acompanhada por versos de Delfim Guimarães e o espectáculo ter-se-á realizado no Salão de Festas dos Recreios. 
Em 1923, participou com o pai na exposição de aguarelistas portugueses em Madrid; em 1925 obteve o primeiro e segundo prémio num concurso para o desenho do Ex-Libris da Imprensa Nacional. Igualmente com o pai e a irmã Helena, em 1933, organizou uma exposição no Porto. 
Expôs, em 1935, na Casa de Portugal, em Londres, sendo convidada a participar na Society of Women Artists Exhibition. Fez ilustrações para periódicos e outras publicações, destacando-se o Livro do Bebé, em colaboração com Delfim Guimarães (1917) e o primeiro Livro Único do Ministério da Educação Nacional. 
No ano de 1969, realizou-se uma exposição retrospectiva na SNBA, tendo falecido em 1970. 
Exímia aguarelista, dela disse Fernando de Pamplona (1950): «A arte de Raquel Gameiro ficará. É que a arte verdadeira não tem data.» O mesmo autor também escreveu (1988):
«Comprazia-se em representar, em tintas vivas e cantantes, figuras de pescadores e camponeses, surpreendidos na sua faina diária, e sobretudo tipos e costumes de saloios dos arredores de Lisboa, em cujos traços se vinca a sua ascendência moira. Também representava de maneira saborosa interiores rústicos, pobres mas airosos, com chitas de ramagens e loiças toscas de barro vidrado. Muito decorativas as suas composições de flores, de tonalidades fortes e álacres. Há nas aguarelas de Raquel Gameiro largo sentido ilustrativo.»
Uma exposição da obra da artista, com curadoria da historiadora Sandra Leandro, está patente na Casa Roque Gameiro da Amadora, até 25 de Fevereiro de 2018.
-
Bibliografia: Fernando de Pamplona, 1988, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses ou que Trabalharam em Portugal, vol. III, Barcelos, Livraria Civilização Editora, p. 17; Sandra Leandro, 2005, «Raquel Roque Gameiro Ottolini», in Dicionário no Feminino (séculos XIX-XX), Lisboa, Livros Horizonte, pp. 826-827; AA VV, 2014, Alfredo Roque Gameiro. Retorno à Casa da Venteira, Amadora, Câmara Municipal da Amadora.
-
Raquel Roque Gameiro, born in 1889, was the eldest daughter of Alfredo Roque Gameiro (1864-1935). When she was fourteen years old (1903), she made illustrations for the fairy tales for children, written by Ana de Castro Osório (1872-1935). This work received the international prize of the Petit Journal Illustré de la Jéunesse. In the year 1909, Raquel participated for the first time in the exhibitions of the Lisbon National Society of Fine Arts (SNBA), receiving an Honorable Mention. Later, she continued to expose in these salons and was awarded the first medal (1929) and the Medal of Honor. In 1911, she made an exhibition of watercolor, with her father and brothers, Helena (1895-1986) and Manuel (1892-1944), at the atelier of D. Pedro V Street, in Lisbon. In the year of 1923, she participated with her father in a watercolor exhibition in Madrid. She exposed, in 1935, at the Casa de Portugal, in London, being invited to participate in the Society of Women Artists Exhibition. She made illustrations for several publications. She died in 1970.

sábado, 29 de março de 2014

Stuart Carvalhais (1887-1961)

Ilustração Portugueza, n. º 543, 17 de Julho de 1916
-
Senhora de vestido verde (1925, Museu Dr. Joaquim Manso)
-
Emigrantes (Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea)
-
-
-
José Herculano Stuart Torrie d'Almeida Carvalhais nasceu em Vila Real, a 7 de Março de 1887. Foi no Alentejo que realizou os seus primeiros estudos, tendo sido aluno do Liceu de Évora. Por volta de 1900 foi para Lisboa, onde frequentou o Real Instituto (1901-1903) e cerca de 1905, trabalhou no estúdio de Jorge Colaço. Este era director da publicação O Século - Suplemento Humorístico, na qual, em 1906, Stuart se estreou como caricaturista. Começou a também a trabalhar como repórter fotográfico e ilustrador, sendo também em 1906 que fez a sua primeira incursão na banda desenhada, com "As Aventuras de Dois Meninos no Bosque". Em 1909 trabalhou no Salão Foz, um pequeno teatro que existia perto do Palácio Foz, onde foi palhaço e fazia caricaturas dos espectadores. Dois anos depois, em 1911, tornou-se director do periódico A Sátira, e, nos anos seguintes participou nos primeiros Salões dos Humoristas (1912 e 1913). Em 1913, esteve em Paris, cidade onde colaborou no Gil Blas e encontrou Amadeu de Sousa Cardoso, Almada Negreiros, Santa Rita e José Pacheco, entre outros artistas portugueses, que lá estavam nesse tempo. Regressado a Portugal, devido à Primeira Guerra Mundial, tornou-se director de ABC a Rir. Foi em 1915, n'O Século Cómico, que surgiram as "histórias aos quadradinhos" de Quim e Manecas. Em 1920 voltou a participar no Salão dos Humoristas, e em 1922, iniciou uma colaboração com a editora discográfica Valentim de Carvalho fazendo capas de discos. Em 1925 e 1926, começou a trabalhar para o Diário de Notícias e o Sempre Fixe, consolidando ao longo dos anos seguintes uma carreira artística consagrada sobretudo à caricatura e à ilustração, mas também à pintura. Morreu em Lisboa, a 2 de Março de 1961.
-
Cf. José Pedro Cavalheiro, «José Stuart Carvalhais (1887-1961)», 19-9-2009. in Tipografos.net; Paulo Heitlinger, «Stuart»in Colecção Designers Portugueses; «Stuart Carvalhais». In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2014; «Stuart Carvalhais». In Wikipedia.
-
José Herculano Stuart Torrie d'Almeida Carvalhais was born in Vila Real on March 7, 1887. His first studies were conducted in Alentejo, at Évora's High School. Around the year 1900 he went to Lisbon, where he enrolled at the Royal Institute (1901-1903), and around 1905 we was working at Jorge Colaço's studio. This artist was at the time running the humoristic supplement of the O Século magazine, at which Stuart debuted in 1906 as a caricature cartoonist. He also began his work as a photo reporter and illustrator, and yet also in 1906 he made his first try at comics, with As Aventuras de Dois Meninos no Bosque - "Two kids' adventures at the woods" . In 1909 we worked at the Salão Foz, a small theater near the Foz Palace, where he played a clown and caricaturized the viewers. A couple of years later, he became manager of the journal A Sátira, and in the following years he participated in the first Salões dos Humoristas (1912 and 13). In 1913, he was in Paris collaborating at the Gil Blas and found Amadeu de Sousa Cardoso, Almada Negreiros, Santa Rita and José Pacheco, among other portuguese artists living in Paris at the time. Back to Portugal because of the First World War, he became manager of the magazine ABC a Rir. In 1915, at the O Século Cómico, the first Comic stories of Quim and Manecas appeared. In 1920 he participated once again at the Salão dos Humoristas and in 1922 he began working for the music record editor Valentim de Carvalho making vinyl disks' covers. In 1925 and 26, he began working to the daily newspaper Diário de Notícias and for the Sempre Fixe magazine, building over the following years and decades an artistic career focused mainly on cartooning and illustrating, but also in painting. He died in Lisbon, on March 2nd, 1961.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905)

 -
Jarra com friso de rãs (1893, Museu da Cerâmica das Caldas da Rainha).
Chávena e pires (1897, Museu da Cerâmica das Caldas da Rainha).
-
Azulejo com folhas de nenúfar (1900, Museu da Cerâmica das Caldas da Rainha).
-
«Vinte anos depois», in A Paródia, 1903.
---
Rafael Bordalo Pinheiro nasceu em 1846, no seio de uma família de artistas e dedicou-se, entre outras actividades, ao desenho e à caricatura. Integrou a primeira geração naturalista e fez parte do Grupo do Leão, constituído por artistas como Silva Porto, José Malhoa, João Vaz, António Ramalho e seu irmão Columbano Bordalo Pinheiro, entre outros. Em 1884, começou a dirigir o sector artístico da Fabrica de Faianças das Caldas da Rainha, onde criou o segundo grande momento de renovação da cerâmica das Caldas da Rainha, dedicando-se à criação de cerâmica artística e produzindo centenas de peças decorativas, de temática naturalista e humorística. Bordalo Pinheiro executou variadas obras para oferta ou para assinalar datas relevantes da sua vida, das quais é exemplo a Jarra Dr. Feijão, o médico que o tratou de uma doença grave e cuja peça o artista ornamenta com mãos aladas e iconografia alusiva ao seu nome: ramos e vagens de feijoeiro. O ícone mais significativo da sua criação é a personagem do Zé Povinho (1875), que simboliza o povo modesto e vai aparecer em diversas representações cerâmicas – figuras de movimento, tinteiros, cinzeiros, entre outras –, sempre com expressões criticas e sofredoras. A produção de Rafael Bordalo apresenta características peculiares de elevado interesse artístico, capaz de reproduzir a textura dos materiais para além das formas dos objectos, traduzindo também a herança de um romantismo tardio, presente nos revivalismos e com ligação ao naturalismo, oscilando entre o requinte e o popular e anunciando o estilo artístico da modernidade – a Arte Nova. Reconhecida internacionalmente, distinguida com inúmeras medalhas e prémios em exposições universais, a obra de Rafael Bordalo Pinheiro é uma das principais referências da cerâmica portuguesa da actualidade.
---
in Matriznet.
---
Rafael Bordalo Pinheiro was a Portuguese artist known for his illustration, caricatures, sculpture and ceramics designs, and is considered the first Portuguese comics creator. He started publishing illustrations and caricatures in humoristic magazines such as A Berlinda and O Calcanhar de Aquiles, frequently demonstrating a sarcastic humour with a political or social message. In 1875 he travelled to Brazil to work as an illustrator and cartoonist for the publication Mosquito (and later,another publication called O Besouro). In 1875, Bordalo Pinheiro created the cartoon character Zé Povinho, a Portuguese everyman, portrayed as a poor peasant. In 1885, he founded a ceramics factory in Caldas da Rainha, where he created many of the pottery designs for which this city is known.
---
in Wikipedia.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Emmerico Nunes (1888-1968)

-
---
-
-
---
Emmérico Hartwich Nunes nasceu em Lisboa e foi aluno da Escola de Belas-Artes, discípulo de Condeixa e Alberto Nunes, continuando depois os seus estudos em Paris, para onde partiu em 1906. Em 1910 viajou pela Inglaterra, Holanda e Bélgica e, no ano seguinte, foi viver para Munique, onde colaborou no jornal Meggendorfer Blätter. Fez parte da Exposição Livre de 1911. Com o eclodir da Guerra em 1914, mudou-se para a Suiça, mas regressou a Portugal no final da Guerra. Trabalhou também como decorador, mas destacou-se sobretudo como desenhador humorista, tendo colaborado em jornais ilustrados, como o ABC.  Em pintura salientam-se particularmente as paisagens de temas urbanos. Foi condecorado com a Ordem de Cristo e exerceu o cargo de professor na Sociedade de Belas-Artes.

Born in Lisbon, he studied at the School of Fine Arts, where he was a disciple of Ernesto Condeixa and Alberto Nunes. In 1906 he set off for Paris to continue his studies. He travelled in England, Holland and Belgium (1910) before settling in Munich (1911), where he worked on the newspaper Meggendorfer Blätter. At the outbreak of war in 1914, he moved to Switzerland, returning to Portugal in around 1918. Among his works, his humoristic drawings stand out as one of the principal paths for the transition to modernity, alongside poster art and illustration. His pictorial production, in which the main theme is landscape, is less innovative, demonstrating continuity with the naturalist system, from which it distinguishes itself particularly through the use of a light tone which is more synthetic than descriptive.

Links:
Lambiek.net

Bibliografia / Bibliography
José-Augusto França, A Arte em Portugal no Século XX, 1911-1961, Lisboa, Bertrand Editora, 1991; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. XIX, Lisboa e Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia Lda, [1956]., p. 42.