Mostrar mensagens com a etiqueta Escultura. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Escultura. Mostrar todas as mensagens

domingo, 1 de dezembro de 2024

Vítor Bastos (1830-1894)

Cólera Morbus (1856, Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa)
-
Busto do actor Anastácio Rosa (1858, Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa)
-
-
Arco da Rua Augusta (1873, Lisboa)
-
Estátua de José Estevão de Magalhães (1878, Assembleia da República, Lisboa)
-
António Vítor de Figueiredo Bastos (1830-1894) fez o curso da Academia Real de Belas-Artes de Lisboa, onde foi discípulo do pintor António Manuel da Fonseca. Em 1852, estreou-se na 3.ª Exposição Trienal com a pintura Amor e Psique. Dentro da Academia ligou-se ao grupo de artistas da geração romântica que incluía os pintores Tomás da Anunciação, Francisco Metrass e Cristino da Silva, sendo o único escultor representado no retrato de grupo Cinco Artistas em Sintra (1855), de Cristino da Silva.
Em 1854, começou a lecionar a Cadeira de Desenho na Universidade de Coimbra e, no ano de 1856, participou na 4.ª Exposição Trienal daAcademia, com a tela Retrato do Visconde da Luz e a escultura Moisés. Em 1860, foi nomeado professor substituto da Academia, cargo do qual se tornou efetivo em 1881. Na 5.ª Exposição Trienal (1861) apresentou os retratos de Rodrigo da Fonseca e do Conde de Melo, bem como o baixo-relevo Cólera Morbus, adquirido pelo rei D. Luís.
No ano de 1867, estreou-se na escultura monumental com o monumento a Luís de Camões (Largo do Camões, Lisboa), onde fez representar, sob a base octogonal, figuras das letras e das ciências da época do Renascimento: Fernão Lopes, Gomes Eanes de Azurara, Pedro Nunes, João de Barros, Fernão Lopes de Castanheda, Jerónimo Corte Real, Vasco Mouzinho de Quevedo e Francisco de Sá de Meneses.
Mais tarde colaborou na decoração escultórica do arco triunfal da Rua Augusta, ao lado de Anatole Calmels, inaugurado em 1873. Para essa obra esculpiu as figuras de Vasco da Gama, Viriato, Marquês de Pombal e D. Nuno Álvares Pereira, bem como as figuras alegóricas dos rios Tejo e Douro. Da sua obra, destaca-se por fim a estátua de José Estevão de Magalhães, realizada para o Parlamento, e inaugurada em 1878.
-
Fontes: Catarina Duarte, «Vítor Bastos», in Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado - http://www.museuartecontemporanea.gov.pt/pt/artistas/ver/10/artists; «Vítor Bastos (1830-1894)«, in Assembleia da República - https://www.parlamento.pt/VisitaParlamento/Paginas/BiogVitorBastos.aspx
-
António Vítor de Figueiredo Bastos (1830-1894) studied at the Royal Academy of Fine Arts in Lisbon, where he was a disciple of the painter António Manuel da Fonseca. In 1852, he made his debut at the 3rd Triennial Exhibition with the painting Amor e Psique. Within the Academy, he joined the group of artists from the Romantic generation that included the painters Tomás da Anunciação, Francisco Metrass and Cristino da Silva, and was the only sculptor represented in the group portrait Cinco Artistas em Sintra (Five Artists in Sintra) (1855), by Cristino da Silva. 
In 1854, he began teaching Drawing at the University of Coimbra and, in 1856, he participated in the 4th Triennial Exhibition of the Academy, with the painting Retrato do Visconde da Luz and the sculpture Moisés. In 1860, he was appointed substitute professor at the Academy, a position he took up in 1881. At the 5th Triennial Exhibition (1861), he presented portraits of Rodrigo da Fonseca and the Count of Melo, as well as the bas-relief Cholera Morbus, acquired by King Luís.
In 1867, he made his debut in monumental sculpture with the monument to Luís de Camões (Largo do Camões, Lisbon), where he represented, on the octagonal base, figures of literature and science from the Renaissance period: Fernão Lopes, Gomes Eanes de Azurara, Pedro Nunes, João de Barros, Fernão Lopes de Castanheda, Jerónimo Corte Real, Vasco Mouzinho de Quevedo and Francisco de Sá de Meneses. He later collaborated on the sculptural decoration of the triumphal arch of Rua Augusta, alongside Anatole Calmels, inaugurated in 1873. For this work he sculpted the figures of Vasco da Gama, Viriato, Marquis of Pombal and D. Nuno Álvares Pereira, as well as the allegorical figures of the rivers Tagus and Douro. Finally, his work includes the statue of José Estevão de Magalhães, made for the Parliament and inaugurated in 1878.

domingo, 29 de setembro de 2024

Marcelino Vespeira (1925-2002)

Apertado pela fome (1945, Centro de Arte Moderna Gulbenkian Lisboa)
-
Aroma-amora - Óleo 52 (1950, Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Lisboa)
-
O Menino Imperativo (1952, Centro de Arte Moderna Gulbenkian Lisboa)
-
Sem Título (1955, Centro de Arte Moderna Gulbenkian Lisboa)
-
Azulejamor Mãe (1978, Centro de Arte Moderna Gulbenkian Lisboa)
-
Marcelino Vespeira nasceu em Samouco (Alcochete) em 9 de Setembro de 1925, tendo falecido e, Lisboa, a Fevereiro de 2002. Fez o curso da Escola de Artes Decorativas António Arroio e frequentou o 1.º ano de Arquitectura da Escola de Belas Artes de Lisboa, após o que começou a trabalhar em artes gráficas. Convidado por Bernardo Marques, foi colaborador e depois director gráfico (1962) da revista Colóquio/Artes. 
Esteve inicialmente ligado ao Neo-realismo, tendo realizando obras como Apertado pela Fome (1945), com o qual participou na I Exposição Geral de Artes Plásticas (1946). No ano seguinte foi um dos fundadores do Grupo Surrealista de Lisboa, juntamente com Cândido Costa Pinto, Fernando Azevedo, Mário Cesariny e José Augusto França, entre outros. Em 1949 participou na primeira e única exposição do grupo, onde foram apresentadas duas obras de colaboração (Cadavre Exquis): numa, participou com Fernando Azevedo; na outra, com António Pedro, Moniz Pereira, António Domingues e Fernando Azevedo. 
A partir de meados da década de 1950, a sua obra passou para a abstracção, primeiro numa linha geométrica e depois lírica, passando a intitular os quadros com uma simples numeração sequencial. Mais tarde reaproximou-se do universo surrealista, e, nos anos 80 utilizou também a colagem. 
Depois do 25 de Abril de 1974, colaborou com o Movimento das Forças Armadas, tendo sido o autor do símbolo do MFA.
Participou em exposições individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Paris, Londres, Nova Deli, etc. Em 2000 foi-lhe atribuído o Prémio Nacional de Artes Plásticas da AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte).
-
«Marcelino Vespeira», in Wikipédia [https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcelino_Vespeira].
-
Marcelino Vespeira was born in Samouco (Alcochete) on 9 September 1925 and died in Lisbon in February 2002. He studied at the António Arroio School of Decorative Arts and attended the 1st year of Architecture at the Lisbon School of Fine Arts, after which he began working in graphic arts. Invited by Bernardo Marques, he collaborated and later became graphic director (1962) of the magazine Colóquio/Artes
He was initially linked to Neo-realism, producing works such as Apertado pela Fome (1945), with which he participated in the 1st General Exhibition of Visual Arts (1946). The following year he was one of the founders of the Lisbon Surrealist Group, together with Cândido Costa Pinto, Fernando Azevedo, Mário Cesariny and José Augusto França, among others. In 1949, he participated in the group's first and only exhibition, where two collaborative works were presented (Cadavre Exquis): in one, he participated with Fernando Azevedo; in the other, with António Pedro, Moniz Pereira, António Domingues and Fernando Azevedo. 
From the mid-1950s onwards, his work moved towards abstraction, first geometric and then lyrical, and he began to title his paintings with simple sequential numbers. Later, he returned to the surrealist universe, and in the 1980s he also used collage. 
After the 25th of April 1974, he collaborated with the Armed Forces Movement, and was the author of the MFA symbol. 
He participated in solo and group exhibitions in Portugal and abroad, including São Paulo, Rio de Janeiro, Paris, London, New Delhi, etc. In 2000 he was awarded the National Prize for Visual Arts by AICA (International Association of Art Critics).

domingo, 4 de agosto de 2024

Maria Luísa de Sousa Holstein, 3ª Duquesa de Palmela (1841-1909)

 O Pescador (1870)
-
Busto do Marquês de Sá da Bandeira (1883, Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa)
-
Diógenes (1883, Veritas)
-
-
Fiat Lux (1900, Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Lisboa)
-
Maria Luísa de Sousa Holstein, 3ª duquesa de Palmela, nasceu em Lisboa a 4 de Agosto de 1841, tendo falecido em Rio do Porto (Sintra), em 2 de Setembro de 1909. Foi discípula do escultor Anatole Célestin Calmels, desde 1858. Entre os primeiros trabalhos, distingue-se a obra O Pescador (1870), onde se nota a influência do Romantismo recebida do seu mestre. Esta obra foi exposta em 1874, na 10ª exposição da Sociedade Promotora de Belas-Artes, juntamente com o retrato em relevo da Condessa de Ficalho. Entre as suas obras mais assinaláveis salienta-se o Diógenes (1883), cujo original em mármore se encontra no Palácio Palmela (Rato, Lisboa), que teve bastante sucesso, sendo realizadas diversas versões reduzidas em bronze. A obra foi exposta em 1884, no Salon de la Société des Artistes Français, tendo voltado a participar no mesmo certame, em 1886, com a obra Sainte-Thérèse (1885), que lhe valeu uma menção honrosa. Os retratos constituem uma parcela importante de seu trabalho, sendo exemplo os bustos do Marquês de Sá da Bandeira (c. 1870, Museu da Sociedade de Geografia de Lisboa) e do Duque da Terceira (Museu Militar). Encaminhando-se progressivamente para o Naturalismo, uma obra a destacar é o busto de Negra (1885), igualmente exposta no Salon parisiense de 1886, que retrata Maria José dos Santos, criada da duquesa de Palmela, e filha dos cozinheiros de seus pais. Pouco depois, esculpiu um dos seus mais aclamados trabalhos, o Fiat Lux, que é uma representação alegórica do Génio do Progresso da Medicina. Obra originalmente feita em bronze, foi oferecida a António de Lencastre, seu médico pessoal. Com o objectivo de se tornar académica de mérito, da Academia Real de Belas-Artes de Lisboa, a duquesa de Palmela fez, em 1900, uma versão em mármore de Carrara, que hoje pertence ao acervo do Museu Nacional de Arte Contemporânea. Outra importante realização foi a escultura Mater Admirabilis. A Duquesa de Palmela foi também ceramista, tendo fundado, com a Condessa de Ficalho, a Oficina ou Fábrica de Cerâmica do Ratinho, no Palácio Palmela.

-

Fernando de Pamplona, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. IV, Barcelos, Livraria Civilização, 1988; pp. 258-259; Sandra Costa Saldanha, «Filantropia e Arte, A Obra de Escultura da 3.ª Duquesa de Palmela», Cidade Solidária, Julho de 2007, pp. 76-80 [https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/92339/1/2007%20-%20Filantropia%20e%20Arte.pdf]; Teresa Campos dos Santos, «Maria Luísa de Sousa Holstein (1841-1909): Construtora de uma obra social», in Revista de História da Arte e da Cultura, Campinas, SP, N.º 18,, 2021, pp. 115–136 [https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/rhac/article/view/15429].

-

Maria Luísa de Sousa Holstein, 3rd Duchess of Palmela, was born in Lisbon on 4 August 1841 and died in Rio do Porto (Sintra) on 2 September 1909. She was a disciple of the sculptor Anatole Célestin Calmels since 1858. Among her early works, The Fisherman (1870) stands out, in which the influence of Romanticism received from her master can be observed. This work was exhibited in 1874, at the 10th exhibition of the Sociedade Promotora de Belas-Artes, together with the relief portrait of the Countess of Ficalho. Among her most notable works is Diógenes (1883), the original in marble of which is in the Palácio Palmela (Rato, Lisbon). It was very successful, and several reduced versions in bronze were produced. The work was exhibited in 1884 at the Salon de la Société des Artistes Français. She participated in the same event again in 1886 with the work Sainte-Thérèse (1885), which earned her an honorable mention. Portraits constitute an important part of her work, examples being the busts of the Marquis of Sá da Bandeira (c. 1870, Museum of the Geographical Society of Lisbon) and of the Duke of Terceira (Military Museum). Progressively moving towards Naturalism, a work worth highlighting is the bust of Negra (1885), also exhibited at the Paris Salon of 1886, which portrays Maria José dos Santos, maid to the Duchess of Palmela and daughter of her parents' cooks. Shortly afterwards, she sculpted one of his most acclaimed works, the Fiat Lux, which is an allegorical representation of the Genius of the Progress of Medicine. Originally made of bronze, the work was given to António de Lencastre, her personal doctor. With the aim of becoming an academic of merit at the Royal Academy of Fine Arts in Lisbon, the Duchess of Palmela created a version in Carrara marble in 1900, which today belongs to the collection of the National Museum of Contemporary Art. Another important achievement was the sculpture Mater Admirabilis. The Duchess of Palmela was also a ceramist, having founded, with the Countess of Ficalho, the Ratinho Ceramics Workshop (or Factory) in the Palmela Palace.

domingo, 23 de junho de 2024

Simões de Almeida (Sobrinho) (1880-1950)

O Chá (1905)
-
Mirábilis (Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)
-
A República (1911, Museu de Lisboa)
-
Infante D. Henrique (1915, Museu Carlos Machado, Ponta Delgada)
-
Relembrando (1920, Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Lisboa)
.
José Simões de Almeida nasceu em Figueiró dos Vinhos, a 17 de Junho de 1880, tendo estudado Desenho e Escultura na Escola de Belas-Artes de Lisboa, onde foi discípulo do seu tio José Simões de Almeida Júnior, mas também do escultor Alberto Nunes e do arquitecto José Luís Monteiro. Terminados os estudos, em 1903, concorreu, em 1904, ao lugar de bolseiro por conta do Legado Valmor, na especialidade de Escultura, sendo apurado e indo para Paris, onde permaneceu até ao ano de 1907. No ano de 1915, foi escolhido, após concurso, para Professor de Escultura da EBAL, substituindo o seu tio. 
Na Escultura evidenciou-se sobretudo como medalhista, sendo de destacar o seu molde para a moeda do escudo aprovada em 1911. Foi também escultor de monumentos e outras obras de carácter oficial e comemorativo, tanto em Portugal, como no estrangeiro. É da sua autoria o busto oficial da República Portuguesa, os baixos–relevos do Monumento ao Marquês de Pombal (na Praça do mesmo nome em Lisboa) e o frontão do Palácio de São Bento.
-
Cf. Museu e Centro de Artes de Figueiró dos Vinhos -https://www.mcafigueirodosvinhos.pt/index.php/2013-04-08-14-35-07/os-nossos-artistas/8-noticias/2-artigo-de-; Centro de Arte Moderna Gulbenkian - https://gulbenkian.pt/cam/artist/jose-simoes-de-almeida-sobrinho/; Assembleia da República - https://app.parlamento.pt/visita/visita_virtual/pdf/142.pdf
-
Born in Figueiró dos Vinhos, on June 17, 1880, José Simões de Almeida studied Drawing and Sculpture at the Lisbon School of Fine Arts, where he was a disciple of his uncle José Simões de Almeida Júnior, but also of the sculptor Alberto Nunes and the architect José Luís Monteiro. After finishing his studies, in 1903, he applied, in 1904, for a scholarship from Legado Valmor, in the specialty of Sculpture, being selected and going to Paris, where he remained until 1907. In 1915, he was chosen, after a competition, to become Professor of Sculpture at EBAL, replacing his uncle.
In Sculpture, he stood out above all as a medalist, particularly his mold for the shield coin approved in 1911. He was also a sculptor of monuments and other works of an official and commemorative nature, both in Portugal and abroad. He was the author of the official bust of the Portuguese Republic, the bas-reliefs of the Monument to the Marquis of Pombal (in the Square of the same name in Lisbon) and the pediment of the São Bento Palace.

domingo, 10 de março de 2024

Leandro Braga (1839-1897)

Cadeira da Presidência da Câmara dos Pares (1866, Assembleia da República)
-
Aparador monumental (1879, Sala de Jantar da Rainha, Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa*)
-
Escultura para o restaurante Leão de Ouro (1885, Rua 1.º de Dezembro, Lisboa - cf. https://www.pl7885.dev/LPIX85)
-
Sala de Jantar da época Luís XIV (1891, Palácio Foz, Lisboa - cf. https://www.flickr.com/photos/biblarte/)
-
Fogão de Sala (c. 1894, Casa Biester, Sintra*)
-
Leandro de Sousa Braga nasceu em Braga a 22 de março de 1839, e faleceu em Lisboa a 6 de abril de 1897. Era filho de André de Sousa Braga, armador de igrejas. Desde criança que mostrava vocação para a escultura, acompanhando o seu pai às igrejas onde este trabalhava. Foi para Lisboa em 1853, com catorze anos de idade, entrando como aprendiz na oficina de entalhador Inácio Caetano, tornando-se oficial ao fim de três anos de aprendizagem. Foi nessa época que executou a decoração da tribuna do teatro de S. Carlos. Em 1862, passou para o atelier do escultor Anatole Calmels, que então trabalhava na execução do Arco Triunfal da Praça do Comércio, onde Leandro Braga colaborou. Nesta época estava a ser construída a sala da Câmara dos Pares, e sendo o escultor Calmels encarregado do modelo para o dossel do trono, a execução em madeira foi realizada por Leandro Braga. Depois executou por modelo próprio a cadeira presidencial do trono. Abriu um atelier na calçada do Combro, que foi visitado pelo rei D. Fernando, que lhe encomendou alguns trabalhos. Desde essa época, executou obras de talha de grande importância, como a decoração da casa de jantar, do Palácio da Ajuda, encomenda de D. Maria Pia, que também lhe encomendou a obra de talha do seu atelier e do seu boudoir. Nas festas do centenário de Camões, em 1880, decorou o carro das Ciências, e no do marquês de Pombal, em 1882, o das Artes. Por ocasião do casamento de D. Carlos, decorou algumas salas do palácio de Belém, e executou o leito nupcial, em estilo Luís XV. Também foi o autor das decorações e da mobília da casa de jantar, estilo século XVI, do conde de Cabral; do chalé dos duques de Palmela em Cascais; da escada e gabinete Renascença, da sala de baile e da sala Luís XVI do palácio Foz; bem como, do salão, da casa de jantar, dum gabinete e da capela do chalé de Frederico Biester em Sintra. Em companhia do marquês da Foz, percorreu a França e a Inglaterra, visitando palácios e museus, aperfeiçoando os seus conhecimentos de arte, delineando o plano de decoração do palácio da Avenida, que conseguiu que fosse confiado a artistas portugueses.
-
Bibl. Portugal, Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, Vol. II, Lisboa, João Romano Torres - Editor, 1906 [https://www.arqnet.pt/dicionario/braga_leandro.html]; * Pedro Bebiano Braga e Maria Helena Mendes Pinto, Leandro Braga e as Artes Decorativas (1839-1997), Instituto da Comunicação Social, 1997.
-
Leandro de Sousa Braga was born in Braga on March 22, 1839, and died in Lisbon on April 6, 1897. He was the son of André de Sousa Braga, a church builder. Since he was a child, he showed a vocation for sculpture, accompanying his father to the churches where he worked. He went to Lisbon in 1853, at the age of fourteen, entering as an apprentice in the workshop of carver Inácio Caetano, becoming an officer after three years of apprenticeship. It was at this time that he decorated the tribune of the S. Carlos theater. In 1862, he moved to the studio of the sculptor Anatole Calmels, who was then working on the execution of the Triumphal Arch in Praça do Comércio, where Leandro Braga collaborated. At this time, the Chamber of Peers room was being built, and with the sculptor Calmels in charge of the model for the throne's canopy, the wooden execution was carried out by Leandro Braga. He then created the presidential throne chair on his own model. He opened a studio on the Combro street, which was visited by King Fernando, who commissioned some works from him. Since that time, he carried out carving works of great importance, such as the decoration of the dining room at Palácio da Ajuda, commissioned by the Queen Maria Pia, who also commissioned him to carry out the carving work for her studio and her boudoir. At Camões' centenary celebrations, in 1880, he decorated the Sciences car, and at the Marquis of Pombal's, in 1882, the Arts car. On the occasion of D. Carlos's wedding, he decorated some rooms in the Belém palace, and created the wedding bed, in the Louis XV style. He was also the author of the decorations and furniture for the 16th century style dining house of the Count of Cabral; the Dukes of Palmela chalet in Cascais; the Renascença staircase and cabinet, the ballroom and the Luís XVI room of the Foz palace; as well as the hall, the dining room, an office and the chapel of Frederico Biester's chalet in Sintra. In the company of the Marquis of Foz, he traveled through France and England, visiting palaces and museums, improving his knowledge of art, outlining the decoration plan for the Avenida palace, which he managed to entrust to Portuguese artists.

domingo, 14 de janeiro de 2024

Thomaz de Mello (1906-1990)

Figurino para "Anjo Bom" - Teatro do Povo (1940, Museu Nacional do Teatro e da Dança, Lisboa)
-
Viloa da ilha da Madeira (miniatura) (década de 40, Museu de Arte Popular, Lisboa)
-
Projeto (1937-1942, Museu Nacional do Azulejo, Lisboa)
-
-
New York (1950, Centro de Arte Moderna - Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa)
-
Thomaz de Mello (Tom) nasceu no Rio de Janeiro, a 11 de janeiro de 1906, tendo vindo para Portugal em 1926, com a companhia de teatro de Leopoldo Fróis. Tendo-se integrado entre os modernistas portugueses, entre 1935 e 1951, participou em todas as Exposições de Arte Moderna do S.P.N./S.N.I., recebendo o Prémio Francisco de Holanda em 1945. Dirigiu, com António Pedro, a Galeria UP, ao Chiado, que foi a primeira galeria comercial de arte de Lisboa, inaugurada em Março de 1933. A partir de 1937 integrou, juntamente com Carlos Botelho, Bernardo Marques, Fred Kradolfer e José Rocha, a equipa de decoradores do S.P.N. (Sociedade de Propaganda de Portugal), ficando encarregues da realização dos pavilhões de Portugal nas Exposições Internacionais de Paris (1937), Nova Iorque e S. Francisco (1939). Em 1937, obteve o Grande Prémio de Decoração e de Artesanato, na Exposição de Artes e Técnicas de Paris. Colaborou com a Companhia Portuguesa de Bailado Verde Gaio, com cenários e figurinos para o bailado Passatempo (Teatro Nacional de D. Maria II, 1941). Em 1948 integrou a equipa de artistas decoradores do Museu de Arte Popular, realizando murais no vestíbulo e nas salas de Entre-Douro-e-Minho e Algarve. Como ilustrador trabalhou em várias publicações, entre as quais a revista Panorama e a Ilustração. Em 1973, o SNI (Secretariano Nacional de Informação) organizou, no Palácio Foz, em Lisboa, uma exposição retrospetiva da sua obra. Faleceu em Lisboa, a 7 de janeiro de 1990.
-
Fonte: Wikipédia.
-
Thomaz de Mello (Tom) was born in Rio de Janeiro, on January 11, 1906, and came to Portugal in 1926, with Leopoldo Fróis' theater company. Having integrated himself among the Portuguese modernists, between 1935 and 1951, he participated in all the Modern Art Exhibitions of the S.P.N./S.N.I., receiving the Francisco de Holanda Prize in 1945. He directed, with António Pedro, the UP Gallery, in Chiado, which was the first commercial art gallery in Lisbon, opened in March 1933. From 1937 onwards, together with Carlos Botelho, Bernardo Marques, Fred Kradolfer and José Rocha, he was part of the team of decorators at S.P.N. (Propaganda Society of Portugal), being responsible for creating the Portuguese pavilions at the International Exhibitions in Paris (1937), New York and S. Francisco (1939). In 1937, he won the Grand Prize for Decoration and Crafts at the Paris Arts and Techniques Exhibition. He collaborated with the Portuguese Ballet Company Verde Gaio, with sets and costumes for the ballet Passatempo (National Theatre D. Maria II, 1941). In 1948 he joined the team of decorating artists at the Museum of Popular Art, creating murals in the lobby and rooms of Entre-Douro-e-Minho and Algarve. As an illustrator he worked in several publications, including the magazines Panorama and Ilustração. In 1973, the SNI (National Secretary of Information) organized a retrospective exhibition of his work at Palácio Foz in Lisbon. He passed away in Lisbon, on January 7, 1990.

domingo, 26 de novembro de 2023

Manuel Maria Bordalo Pinheiro (1815-1880)

D. Jaime (Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado)
-
Ilustração para a obra Miragaia de Almeida Garrett (1844)
-
D. Pedro V (1855, Museu Nacional dos Coches, Lisboa)
-
-
Luiz de Camões (Jardim Luís de Camões, Macau)
-
Nascido em Lisboa em 28 de Novembro de 1815, em 1835 assentou praça como voluntário no Batalhão Nacional Fixo e fez parte do Exército Libertador. Nesse mesmo ano tornou-se Oficial na Secretaria da Câmara dos Pares do Reino, cargo que conservou quase até ao fim da vida. Após a fundação da Academia Real de Belas Artes foi um dos seus primeiros Alunos Extraordinários, sendo discípulo (mesmo fora da escola) de António Manuel da Fonseca e de Luís Pereira de Resende. Em 1849, foi incumbido por D. Fernando para ir a Madrid, fazer estudos de pintura e copiar quadros de Velásquez; em 1851, foi a Paris (onde copiou Ingres, Delacroix, Meissonier e Van Dick) e passou por Londres, onde visitou a Exposição Universal. Como representante do romantismo português, foi autor de pequenas telas com apontamentos da vida quotidiana, de inspiração na arte flamenga e pinturas de costumes num naturalismo incipiente. Expôs desde 1840, na primeira Exposição Trienal da Academia de Belas-Artes, sendo o único concorrente à medalha de ouro com o quadro histórico Os Conspiradores de 1640 perante a Duquesa de Mântua, concorrendo depois a outras exposições da Academia. Em 1862 apresentara-se na primeira Exposição da Sociedade Promotora das Belas-Artes, onde expôs o quadro Leitura duma sentença, tendo posteriormente raramente faltado às exposições dessa sociedade. Fez também os retratos régios de D. Fernando, D. José, D. Maria I e D. Pedro V. Como escultor, tendo sido discípulo de Feliciano José Lopes, executou um busto de Camões para a gruta de Macau, mas também são relevantes outros bustos, como o de D. Pedro IV e Henriques Nogueira. Desenvolveu em Portugal a gravura para jornais ilustrados, colaborando com o Jornal de Belas-Artes, o Panorama, entre outras publicações. Faleceu em Alcolena (Belém), em 31 de Janeiro de 1880.
-
Bibl.: Gulherme de Azevedo, «Manuel Maria Bordallo Pinheiro», O António Maria, n.º 36, 7/2/1880, p. 46; José-Augusto França, A Arte em Portugal no Século XIX, Vol. I, Lisboa, Bertrand Editora, 1990, pp. 272, 279 e 280; Diogo de Macedo, Cadernos de Arte - V - João Cristino da Silva e Manuel Maria Bordalo Pinheiro, Lisboa, Edições Excelsior, 1952; O Ocidente, n.º 52, 15/2/1880, p. 27; Fernando de Pamplona, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. I, Barcelos, Livraria Civilização Editora, 1987, pp. 221-223.
-
Born in Lisbon on November 28, 1815, in 1835 he became a volunteer in the Fixed National Battalion and was part of the Liberation Army, after the Civil War. That same year he became an Officer in the Secretariat of the Chamber of Peers of the Kingdom, a position he held almost until the end of his life. After the founding of the Royal Academy of Fine Arts, he was one of its first Extraordinary Students, being a disciple (even outside of school) of António Manuel da Fonseca and Luís Pereira de Resende. In 1849, he was commissioned by the king Fernando to go to Madrid, carry out painting studies and copy paintings by Velásquez; in 1851, he went to Paris (where he copied Ingres, Delacroix, Meissonier and Van Dick) and went to London, where he visited the Universal Exhibition. As a representative of Portuguese romanticism, he was the author of small canvases with notes from everyday life, inspired by Flemish art and paintings of customs in an incipient naturalism. He exhibited since 1840, at the first Triennial Exhibition of the Academy of Fine Arts, being the only competitor for the gold medal with the historical painting The Conspirators of 1640 before the Duchess of Mantua, later competing in other exhibitions at the same Academy. In 1862 he appeared at the first Exhibition of the Sociedade Promotora das Belas-Artes, where he exhibited the painting Reading of a Sentence, and subsequently rarely missed other exhibitions of this art society. He also made royal portraits of the kings José I, Maria I and Pedro V, as well as Fernando II. As a sculptor, having been a disciple of Feliciano José Lopes, he created a bust of Camões for the Macau cave, but also other busts are relevant, such as that of the king Pedro IV and Henriques Nogueira. He developed engraving for illustrated newspapers in Portugal, collaborating with Jornal de Belas-Artes and Panorama, among other publications. He died in Alcolena (Belém), on January 31, 1880.

domingo, 20 de agosto de 2023

Laranjeira Santos (n. 1930)

Lazer I (1967)

Sem Título (1960-1970, Núcleo de Arte Contemporânea Laranjeira Santos, Figueira da Foz)


Rita (1995)

Turra-turra-turra (2001, Núcleo de Arte Contemporânea Laranjeira Santos, Figueira da Foz)
-
Laranjeira Santos nasceu em Lisboa, em 24 de Setembro de 1930. Depois de ter estudado na Escola António Arroio, ingressou, em 1951, na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, concluindo a licenciatura em Escultura em 1955, tendo sido discípulo de Leopoldo de Almeida. Entre 1952 e 1953, passou pelo atelier de António Duarte, acompanhado por João Cutileiro, de quem era amigo. Em 1955, recebeu uma bolsa para uma missão estética na Figueira da Foz, onde teve como guia o Professor António Victor Guerra (director do Museu e da Biblioteca), com cuja filha, Maria José Guerra, viria a casar em 1959. Em 1956, viajou por Inglaterra e França, onde contactou com a obra  de Henry Moore, Butler, Picasso e Brancusi. Em 1961, com uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian, foi para Itália onde permaneceu até 1963, concluindo outra licenciatura em Escultura na Accademia di Belle Arti di Roma, tendo sido aluno de Marino Marini e Manzu. De regresso a Portugal, retomou a atividade de Professor (iniciada em 1956). Em 1971 integrou a Escola Luís de Camões, onde permaneceu cerca de 20 anos. Paralelamente, deu seguimento à sua produção artística, trabalhando entre o seu atelier dos Coruchéus e o atelier de Sintra. No ano de 1986 foi seleccionado, com mais dois escultores, num concurso público da Câmara Municipal de Lisboa para a realização do Monumento a Fernando Pessoa, posteriormente interrompido. Participou em várias exposições em Portugal e no estrangeiro. Ao longo da sua carreira artística foi galardoado com diversas destinções das quais se destaca, em 2002, o Prémio de Aquisição – Academia Nacional de Belas Artes. A sua obra escultórica iniciou por uma linha figurativa com elevada simplificação das formas, adoptando volumes mais arredondados na década de 60. Nos anos 70 deu-se uma maior estilização e, no final da década de 80, passou a utilizar o poliuretano, entre outros materiais. As suas esculturas tenderam a apresentar cores saturadas, em formas imaginárias, por vezes lúdicas.
-
Laranjeira Santos was born in Lisbon, on September 24, 1930. After studying at the António Arroio School, he entered the Lisbon Superior School of Fine Arts in 1951, completing a degree in Sculpture in 1955, having been a disciple of Leopoldo de Almeida. Between 1952 and 1953, he visited António Duarte's atelier, accompanied by João Cutileiro, with whom he was a friend. In 1955, he received a scholarship for an aesthetic mission in Figueira da Foz, where he was guided by Professor António Victor Guerra (director of the Museum and Library), whose daughter, Maria José Guerra, he would marry in 1959. In 1956, traveled through England and France, where he came into contact with the work of Henry Moore, Butler, Picasso and Brancusi. In 1961, with a scholarship from the Calouste Gulbenkian Foundation, he went to Italy where he stayed until 1963, completing another degree in Sculpture at the Accademia di Belle Arti di Roma, having been a student of Marino Marini and Manzu. Back in Portugal, he resumed his activity as Professor (begun in 1956). In 1971 he joined the Luís de Camões School, where he remained for about 20 years. At the same time, he continued his artistic production, working between his atelier in Coruchéus and the atelier in Sintra. In 1986, he was selected, along with two other sculptors, in a public competition held by the Lisbon City Council to create the Monument to Fernando Pessoa, which was subsequently discontinued. He participated in several exhibitions in Portugal and abroad. Throughout his artistic career he was awarded with several distinctions, of which, in 2002, the Acquisition Prize – Academia Nacional de Belas Artes stands out. His sculptural work began with a more figurative with a high simplification of shapes, adopting more rounded volumes in the 60s. In the 1970s, greater styling took place and, at the end of the 1980s, polyurethane began to be used, among other materials. His sculptures tended to feature saturated colors in imaginary, sometimes playful, forms.

Bibliografia:

Luísa Alexandra, «Espaços de intimidade, espaços de construção de identidade : o escultor Laranjeira Santos : uma história de vida», in Arte teoria, Nº6 (2005), p. 198-215 [https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/11496/2/ULFBA_PER_ARTE%20TEORIA_N6_2005_LUISA%20ALEXANDRA.pdf]
«Laranjeira Santos», in Município da Figueira da Foz [https://www.cm-figfoz.pt/pages/1297]
«Laranjeira Santos», in Centro Português de Serigrafia [https://www.cps.pt/pt/artistas/laranjeira-santos]

domingo, 7 de maio de 2023

António Manuel da Fonseca (1796-1890)

O Génio das Artes - Erato (Séc. XIX, Museu Grão Vasco, Viseu)
-
Cristo entre os Doutores (Séc. XIX, Museu Grão Vasco, Viseu)
-
-
Adónis lutando com o Javali (1862, Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa)
-
Ratificação do Casamento do Rei D. Luis e D. Maria Pia (1864, Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)
-
Nascido em 1796, foi discípulo de seu pai João Tomás da Fonseca, mas também de Joaquim Manuel da Rocha, na Aula de Desenho de Figura de História. A sua primeira obra conhecida foi um painel com o retrato de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, executado em 1820, para uma festa no Palácio das Laranjeiras, organizada por Joaquim Pedro Quintela, futuro Conde do Farrobo. Para este mecenas pintou, em 1822, os frescos do Palácio Quintela, na Rua do Alecrim, entre os quais se conta O Rapto das Sabinas. Entre 1826 e 1834, subsidiado pelo Estado e por Quintela, partiu para Roma, onde foi discípulo de Camuccini e de Andrea Pozzi. Em 1836, foi nomeado professor de Pintura de História da Academia de Belas-Artes, criada nesse mesmo ano. Trabalhou em escultura e pintura, incluindo pintura decorativa, inserindo a sua obra no neoclassicismo, expondo regularmente na Academia. De acordo com Maria de Aires Silveira: «Da sua produção, destacam-se equilibradas obras de cenas religiosas e uma conhecida pintura histórica Eneias salvando o seu pai Anquises do incêndio de Tróia, muito elogiada no seu dramatismo de um neoclassicismo erudito, exposta em 1843, e alterada durante décadas».
-
Fernando de Pamplona, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. II, Bsarcelos, Livraria Civilização Editora, 1987, pp. 317-323; Maria Aires Silveira, «António Manuel da Fonseca», Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.
-
Born in 1796, he was a disciple of his father João Tomás da Fonseca, but also of Joaquim Manuel da Rocha, in the History Figure Drawing Class. His first known work was a panel with the portrait of D. João VI and D. Carlota Joaquina, executed in 1820, for a party at the Laranjeiras Palace, organized by Joaquim Pedro Quintela, future Count of Farrobo. For this patron he painted, in 1822, the frescoes of the Quintela Palace, on Rua do Alecrim, among which is The Abduction of the Sabines. Between 1826 and 1834, subsidized by the State and Quintela, he left for Rome, where he was a disciple of Camuccini and Andrea Pozzi. In 1836, he was appointed Professor of History Painting at the Academy of Fine Arts, created that same year. He worked in sculpture and painting, including decorative painting, inserting his work in neoclassicism, exhibiting regularly at the Academy. According to Maria de Aires Silveira: «His output includes balanced works of religious scenes and a well-known historical painting Aeneas saving his father Anchises from the fire of Troy, highly praised for its dramatism of erudite neoclassicism, exhibited in 1843 , and perfected for decades».

domingo, 12 de fevereiro de 2023

António Augusto da Costa Mota Tio (1862-1930)

Monumento a Eduardo Coelho (1904, Jardim de São Pedro de Alcântara, Lisboa)
-
Bernardim Ribeiro (1907, Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, Lisboa)
-
O Cavador (1911, Jardim da Estrela, Lisboa)
-
Busto de Rapariga (1918, Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, Lisboa)
-
O Poeta Chiado (1925, Largo do Chiado, Lisboa)
-
António Augusto da Costa Mota nasceu em 12 de Fevereiro de 1862, em Coimbra, cidade onde iniciou os seus estudos artísticos, na Associação de Artistas e na Escola Livre de Artes do Desenho, conhecendo António Augusto Gonçalves. Com o apoio do Conde do Ameal, João Maria Aires de Campos, foi viver para Lisboa para ingressar na Academia de Belas-Artes, em 1883. Nessa escola foi aluno de Silva Porto, Vítor Bastos e Simões de Almeida Júnior. Terminou o curso em 1891, expondo nesse ano no Grémio Artístico. Expôs também, posteriormente, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, onde leccionou Desenho em 1908, tendo presidido à associação em 1912, 1915 e 1917. Expôs também no Rio de Janeiro, em 1908 e 1922. Entre 1922 e 1923 viveu no Brasil, onde presidiu a secção artística do Comissariado da Exposição Internacional do Rio de Janeiro. Em 1929, expôs em Sevilha, recebendo uma medalha de ouro. Faleceu em 20 de Março de 1930, tendo vivido «essencialmente da sua arte». Foi autor de numerosas obras escultóricas, que se caracterizam pelo forte pendor naturalista. Entre os seus trabalhos, pode-se nomear Uma Velha (1891), O Remorso, Bernardim Ribeiro, monumento a Afonso de Albuquerque (1902), O Cavador (1911) e o Poeta Chiado (1925).
-
Cf. Elsa Belo, «António Augusto da Costa Mota Tio», in Arte teoria, Nº4, 2003, pp. 151-164 [https://repositorio.ul.pt/handle/10451/11421].

-
António Augusto da Costa Mota was born on February 12, 1862, in Coimbra, the city where he began his artistic studies, at the Association of Artists and at the Free School of Drawing Arts, meeting António Augusto Gonçalves. With the support of the Count of Ameal, João Maria Aires de Campos, he went to live in Lisbon to join the Academy of Fine Arts in 1883. There he studied with Silva Porto, Víctor Bastos and Simões de Almeida Júnior. He finished the course in 1891, exhibiting that year at the Grémio Artístico. He also exhibited later at the Sociedade Nacional de Belas-Artes, where he taught Drawing in 1908, having chaired the association in 1912, 1915 and 1917. He also exhibited in Rio de Janeiro, in 1908 and 1922. Between 1922 and 1923 he lived in Brazil, where he chaired the artistic section of the Commissariat of the International Exhibition of Rio de Janeiro. In 1929 he exhibited in Seville, receiving a gold medal. He died on March 20, 1930, having lived «essentially from his art». He was the author of numerous sculptural works, which are characterized by a strong naturalistic bent. Among his works, one can name Uma Velha (1891), O Remorso, Bernardim Ribeiro (1907), monument to Afonso de Albuquerque (1902), O Cavador (1911) and Poeta Chiado (1925).