quarta-feira, 28 de julho de 2010

António Carneiro (1872-1930)

1- Retrato de Teixeira de Pascoaes, desenho, 1921, Colecção Casa de Pascoaes





2- Porto Manso; o Rio Douro em Ancede, 1927, óleo sobre tela, Museu do Chiado
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3- Sinfonia Azul, óleo s/tela, 1920, colecção CAMJA/FCG









4-Reflexos, óleo s/madeira, 1921, colecção CAMJA/FCG



5- Retratos dos filhos do pintor, óleo s/tela, colecção CAMJA/FCG




6- Aspecto Nocturno e um Casario nas Águas de Um Rio, óleo s/tela, 1911,colecção CAMJA/FCG



7- Minhota, óleo s/tela, Fund. D. Pinheiro e A. Cardoso















8- Praia com Barcos, óleo s/tela, 1911, Camâra M. Matosinhos
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António Carneiro nasceu em 1872 em Amarante. Com doze anos de idade começou a frequentar a Academia Portuense de Belas-Artes, onde quis cursar Escultura e foi um aluno atento de Soares dos Reis. Na mesma Academia fez o curso, que concluiu em 1896,de Pintura de História.
Partiu para Paris em noventa e sete, viajou em 1899 e 1900 pela Itália e Bélgica e só depois regressou ao Porto. Em 1911 foi nomeado professor de Desenho na Escola de Belas-Artes do Porto.
A sua pintura mostra um sentimento trágico da vida, que foi bastante difícil na infância devido à morte prematura da sua mãe quando tinha sete anos e abandono do pai.
Os retratos e auto-retratos que pintou têm fundos escuros e cores algo lívidas. Estas pinturas contrastam com o colorido alegre das cenas familiares e retratos dos seus filhos.
A seu respeito José Augusto França escreveu:«A originalidade de Carneiro como paisagista, já sugerimos de onde vem: desta oposição espiritual à materialidade naturalista; e sugerimos também que se deve a sua atitude às ligações mentais e sensíveis que manteve com os seus companheiros portuenses d'A Águia.»

fonte: Bernardo Pinto de Almeida, em António Carneiro, Ed. Caminho
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Born in Amarante, António Carneiro studied at the Oporto Academy of Fine Arts, where he was a disciple of Marques de Oliveira and João António Correia. Between 1897 and 1900 he lived in Paris and attended the Académie Julian, under the direction of Jean-Paul Laurens and Benjamin Constant. As a painter and poet, Carneiro was one of the leading figures in cultural life in the North of Portugal. While working as artistic director of the magazine A Águia from 1912 onwards, he also distinguished himself as a Life Drawing teacher at the School of Fine Arts. A renowned portrait painter, he also painted landscapes and History paintings, developing his own poetics that distanced him from academic art and naturalism and drew him towards a symbolist aesthetics. His most famous work is the triptych A Vida [“Life”] (1899-1901, Famalicão, Cupertino de Miranda Foundation), taking up the classical theme of the ages of life in a composition influenced by Puvis de Chavannes, an artist that Carneiro greatly admired.
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Bibliography: José-Augusto França, António Carneiro, Lisbon, Fundação Calouste Gulbenkian, 1973; Teixeira de Pascoaes, António Carneiro, Amarante, Câmara Municipal de Amarante, 1980; José-Augusto França, A Arte em Portugal no Século XIX, vol. II, Lisbon, Bertrand Editora, 1990; Laura Castro, António Carneiro, Círculo de Leitores, 1997.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929)

Sarau (1880)
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Retrato de Artur Loureiro (1882)
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Retrato de D. José Pessanha (1885, MNAC)
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A Chávena de Chá (1898, MNAC)
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Retrato de Eduardo Brazão (1909-1911, MNAC)
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Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929) estudou pintura na Academia de Belas-Artes onde foi discípulo de Miguel Ângelo Lupi. Era filho de um artista do romantismo, Manuel Maria Bordalo Pinheiro, e irmão do caricaturista Rafael Bordalo Pinheiro. As suas pinturas ligam-se inicialmente ao realismo, figurando a sociedade burguesa do seu tempo. Contemporâneo dos pintores naturalistas do Grupo do Leão, fez parte desse agrupamento e com eles conviveu e expôs, mas raramente se interessou pela pintura de paisagem ou de costumes, que caracterizou a obra dos seus colegas. Em contrapartida, desde 1880 que se dedicou cada vez mais ao tema do retrato, com o qual se notabilizou, tendo retratado pessoas da sua família e figuras eminentes da intelectualidade portuguesa. Também se destacou como pintor de naturezas mortas, de grande sensibilidade, sendo este um tema que se adequava ao seu gosto por espaços fechados e sombrios. Fez também pintura religiosa, histórica e decorativa, inspirando-se muitas vezes nos temas camonianos, que muito apreciava. Além de pintor, foi professor da Escola de Belas-Artes de Lisboa e director do Museu Nacional de Arte Contemporânea, sendo ainda o artista responsável pelo desenho da Bandeira Nacional.

Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929) studied Painting at the Fine Arts' Academy, with Miguel Ângelo Lupi as a teacher. His father, Manuel Maria Bordalo Pinheiro, was a Romantic artist himself, and he had famous caricaturist Rafael Bordalo Pinheiro as a brother. His paintings initially dwell on the Realism, featuring XIXth century bourgeois society. Contemporary with the "Grupo do Leão" naturalist painters, he belonged to the grouping, having also co-exhibited some work, although he never showed any interest in the landscape or societal painting characteristic to his colleagues. Setting his own path, he increasingly devoted himself since 1880 to portrait paintings, which made him famous, featuring not only his distinguished family but many prominent figures of portuguese society and intelligentsia. He also became notable by his sensible still-llife paintings, a theme suited for his predillection of enclosed, dark spaces. Finally, he also made important work in religious, historical and decorative art, often inspired by much adored Camonian themes. Besides being a painter, he teached at Lisbon's Fine-Arts School and run the Contemporary Art National Museum for many years on the beginning of the XXth century, and he was responsible for the design of the Portuguese National Flag.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Abel Salazar (1889-1946)

Mulher sentada (Museu do Abade de Baçal)
Preto e Cinzento (Museu do Abade de Baçal)
Auto-retrato (Museu do Abade de Baçal)
No Cais - Porto (c. 1930, Museu do Chiado)
Mulheres no mercado (Museu do Abade de Baçal)
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Abel de Lima Salazar nasceu em Guimarães. Foi médico e professor catedrático da Faculdade de Medicina do Porto. Em 1935, começou a ser perseguido por motivos de ordem política, sendo expulso da Faculdade. Enveredou igualmente por estudos filosóficos, regeu um curso de Filosofia da Arte e escreveu Notas sobre a Filosofia da Arte, em 1933. Trabalhou em crítica de arte, tendo feito conferências e artigos, colaborando em revistas literárias e na imprensa, nomeadamente na Seara Nova, entre outras. Foi também desenhador, aguafortista, pintor e escultor, concorrendo a numerosas exposições. Realizou uma exposição individual em 1938. As suas obras estão ligadas à temática social, tornando-se precursoras do Neo-Realismo no nosso País. Entre as suas pinturas encontram-se representações da Ribeira no Porto, por exemplo, Mercado na Ribeira (1927, Casa-Museu Abel Salazar).

Born in Guimarães, Abel de Lima Salazar was a physician and a teacher at the Faculty of Medicine in Oporto. In 1935, he began to be harassed for political reasons and was later expelled from the Faculty of Medicine, another victim of Salazar’s repressive regime. His multifaceted nature took him to follow philosophy studies, writing his Notas sobre a Filosofia da Arte [“Notes on the Philosophy of Art”] (1933) and working as a regular contributor to a number of magazines, such as Seara Nova. As a draughtsman, etcher, painter and sculptor he submitted his works to many exhibitions, having organized a solo exhibition in 1938. His works primarily dealt with social themes and were considered to be precursors of Portuguese neo-realism. Among his paintings, we can find several representations of Oporto's "Ribeira" (waterfront), e.g. Mercado na Ribeira (1927, Casa-Museu Abel Salazar)

Bibliografia
José-Augusto França, A Arte em Portugal no Século XIX, Volume II, Lisboa, Bertrand Editora, 1990; José-Augusto França, A Arte em Portugal no Século XX, 1911-1961, Lisboa, Bertrand Editora, 1991; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. XXVI, Lisboa e Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia Lda, [1956]., pp. 678-679.

domingo, 18 de julho de 2010

Vasco Fernandes, o Grão Vasco





















Anunciação, Grão Vasco, 1506-11, Museu de Lamego

Assunção da Virgem, Grão Vasco, início do séc. XVI, Viseu


S. João Baptista e Santo António, Grão Vasco, 1515, Museu do Caramulo


S. Sebastião, Grão Vasco, 1530, Viseu

Pentecostes, Grão Vasco, 1535, Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra

A informação histórica mais antiga a respeito de Vasco Fernandes data apenas de 1501-02, ano em que já era pintor, casado e residente em Viseu. Sabe-se que faleceu nesta cidade entre o final de 1542 e o início do ano seguinte.
O recurso a uma paleta sombria mas com uma extraordinária diversidade tonal, o sensível manuseamento da luz, cujas virtualidades explora para representar o espaço em profundidade e para espacializar a forma, ou a plasticidade que obtém na poderosa modelação de panejamentos, com formas invariavelmente muito elaboradas, são elementos que permitem individualizar o seu muito personalizado processo artístico. Mas as caracteristicas que imediatamente se lhe associam passam pela poderosa caracterização fisionómica dos rostos e pelo envolvimento dramático das figuras, pelo realismo e minucioso descritivo dos cenários e dos adereços, que habitualmente reflectem ambientes e objectos simples do quotidiano familiar e religioso.

The oldest recorded mention on Vasco Fernandes is only from 1501-02, when he was already a professional artist, married and established at Viseu. It is also known he passed away here between the end of 1542 and the beginning of the following year.
The dark but extraordinarily versatile color use, the sensible handling of the light, whose properties he explored to represent the deepness of the space and to "spatialize" the shapes, or the plasticity he obtained when fiercely modeling the draperies, always with highly elaborate shapes, all these are elements which allow us to identify his rather unique artistic process. But the characteristics most often associated with him are the powerful phisionomic face detailing and the subjects' dramatic enclosing, and the scenarios and props' realistic and precise describing, which usually reflect simple objects and environments of family and religious routine.

Dalila Rodrigues, em Arte Portuguesa da pré-história ao século XX, vol. 6

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Jorge Afonso


Pinturas: Anunciação - Retábulo da Igreja da Madre de Deus (1515, MNAA); Aparição de Cristo a Nossa Senhora (1515, MNAA); Adoração dos Magos e Ascenção - Retábulo da Igreja da Madre de Deus (1515, MNAA).
http://www1.ci.uc.pt/artes/6spp/j2.html
Adoração dos Pastores - Retábulo da Igreja da Madre de Deus (1515, MNAA).
Pentecostes - Retábulo da Igreja da Madre de Deus (1515, MNAA).
Assunção da Virgem - Retábulo da Igreja da Madre de Deus (1515, MNAA).
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Grande pintor português do séc. XVI, foi nomeado pintor régio, por D. Manuel I, em 1508., sendo essa nomeação confirmada por D. João III, em 1529. Sabe-se que tinha oficina junto ao Mosteiro de São Domingos, em Lisboa, onde teve como discípulos o sobrinho Garcia Fernandes, o genro Gregório Lopes, Cristóvão de Figueiredo, Gaspar Vaz e, durante algum tempo, Vasco Fernandes. Foi presumivelmente o autor dos painéis da charola da Igreja do Convento de Cristo, em Tomar; e do grande retábulo da Igreja Matriz da Madre de Deus (hoje no Museu Nacional de Arte Antiga).

Great portuguese painter of the 16th century, appointed "King's painter" by D. Manuel I in 1508, and again by D. João III in 1529. He had a workshop in Lisbon, where he teached other great painters of his time: Garcia Fernandes, Gregório Lopes, Cristóvão de Figueiredo, Gaspar Vaz and Vasco Fernandes. Thought to be the author of some of the panels of the Church of Convento de Cristo, at Tomar, and the grand altarpiece of the Church "Matriz da Madre de Deus" from which these images were taken (resting today at the Museu Nacional de Arte Antiga-Ancient Art National Museum).
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Bibliografia Fernando de Pamplona (1988).