Álbum de desenhos / Sagrada Conversação (Pormenor); Tema Mitológico (1796-1797, MNAA) - A Pintura (MNAA) - Fuga de Margarida de Anjou (Episódio da Guerra das Duas Rosas) (1798, MNSR) - Leda e o Cisne (1798, MNAA) - D. Filipa de Vilhena Armando Seus Filhos Cavaleiros (1801, colecção particular).
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Francisco Vieira nasceu no Porto a 13 de Maio de 1765. Não existem muitas referências documentais sobre a sua juventude. Pensa-se que terá aprendido a pintar com o pai e com os pintores João Glama Strobërle (1708-1792) e Jean Pillment (1728-1808) e que terá frequentado a Aula de Debuxo e Desenho do Porto. A aprendizagem no ensino oficial iniciou-se em 1787, quando se inscreveu na Aula Régia de Desenho, em Lisboa. Dois anos mais tarde prosseguiu os estudos em Roma, financiado provavelmente pela Companhia Geral de Agricultura e das Vinhas do Alto Douro.
Nos anos que passou em Roma foi discípulo de Domenico Corvi (1721-1803) e obteve o 1.º prémio de Desenho no concurso da Academia do Nu do Capitólio (1789). Entre Junho de 1793 e 1796 passou uma temporada em Parma para pintar e estudar a obra de Antonio da Corregio (c. 1489-1534). Foi nesta época que conheceu o pintor Thomson, seu futuro companheiro de viagem a Nápoles. Viajou pelos arredores de Parma, Cremona, Colorno e Piacenza, onde o poeta Giampaolo Maggi lhe dedicou um livro. Visitou os centros culturais e artísticos de Itália, da Alemanha e de Inglaterra, que marcaram profundamente o seu trabalho. Fixou-se em Londres a partir de 1789, onde, numa fase inicial, residiu na casa de Mello e Castro. Foi aqui que conheceu o famoso pintor Joshua Reynolds (1723-1792) e o gravador Francesco Bartolozzi (1725-1815). Durante a sua estadia em Londres participou nas edições de 1798 e 1799 da Exposição da Royal Academy of Arts. Em 1799 casou com Maria Fabbri e passou a viver na casa de Bartolozzi, em North End, Fulham.
Em 1800, depois do seu regresso a Portugal, foi contratado como professor da Aula de Desenho da Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto. Entre 1801 e 1802 trabalhou em Lisboa nas ilustrações de uma edição de Os Lusíadas, promovida por D. Rodrigo de Sousa Coutinho (1801-1802). Em 1802 iniciou as suas funções como professor da Aula de Desenho da academia portuense e, em 1803, foi nomeado director da Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto. O pintor adoeceu gravemente em 1805 enquanto pintava o quadro Duarte Pacheco defendendo o passo de Cambalão em Cochim para a Casa das Descobertas do Paço de Mafra. Procurou curar-se no Funchal, mas sem sucesso. Aí faleceu, vítima de tuberculose, a 12 de Maio de 1805.
Resumo do texto da Universidade do Porto.
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