Mostrar mensagens com a etiqueta Mobiliário. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Mobiliário. Mostrar todas as mensagens

domingo, 10 de março de 2024

Leandro Braga (1839-1897)

Cadeira da Presidência da Câmara dos Pares (1866, Assembleia da República)
-
Aparador monumental (1879, Sala de Jantar da Rainha, Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa*)
-
Escultura para o restaurante Leão de Ouro (1885, Rua 1.º de Dezembro, Lisboa - cf. https://www.pl7885.dev/LPIX85)
-
Sala de Jantar da época Luís XIV (1891, Palácio Foz, Lisboa - cf. https://www.flickr.com/photos/biblarte/)
-
Fogão de Sala (c. 1894, Casa Biester, Sintra*)
-
Leandro de Sousa Braga nasceu em Braga a 22 de março de 1839, e faleceu em Lisboa a 6 de abril de 1897. Era filho de André de Sousa Braga, armador de igrejas. Desde criança que mostrava vocação para a escultura, acompanhando o seu pai às igrejas onde este trabalhava. Foi para Lisboa em 1853, com catorze anos de idade, entrando como aprendiz na oficina de entalhador Inácio Caetano, tornando-se oficial ao fim de três anos de aprendizagem. Foi nessa época que executou a decoração da tribuna do teatro de S. Carlos. Em 1862, passou para o atelier do escultor Anatole Calmels, que então trabalhava na execução do Arco Triunfal da Praça do Comércio, onde Leandro Braga colaborou. Nesta época estava a ser construída a sala da Câmara dos Pares, e sendo o escultor Calmels encarregado do modelo para o dossel do trono, a execução em madeira foi realizada por Leandro Braga. Depois executou por modelo próprio a cadeira presidencial do trono. Abriu um atelier na calçada do Combro, que foi visitado pelo rei D. Fernando, que lhe encomendou alguns trabalhos. Desde essa época, executou obras de talha de grande importância, como a decoração da casa de jantar, do Palácio da Ajuda, encomenda de D. Maria Pia, que também lhe encomendou a obra de talha do seu atelier e do seu boudoir. Nas festas do centenário de Camões, em 1880, decorou o carro das Ciências, e no do marquês de Pombal, em 1882, o das Artes. Por ocasião do casamento de D. Carlos, decorou algumas salas do palácio de Belém, e executou o leito nupcial, em estilo Luís XV. Também foi o autor das decorações e da mobília da casa de jantar, estilo século XVI, do conde de Cabral; do chalé dos duques de Palmela em Cascais; da escada e gabinete Renascença, da sala de baile e da sala Luís XVI do palácio Foz; bem como, do salão, da casa de jantar, dum gabinete e da capela do chalé de Frederico Biester em Sintra. Em companhia do marquês da Foz, percorreu a França e a Inglaterra, visitando palácios e museus, aperfeiçoando os seus conhecimentos de arte, delineando o plano de decoração do palácio da Avenida, que conseguiu que fosse confiado a artistas portugueses.
-
Bibl. Portugal, Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, Vol. II, Lisboa, João Romano Torres - Editor, 1906 [https://www.arqnet.pt/dicionario/braga_leandro.html]; * Pedro Bebiano Braga e Maria Helena Mendes Pinto, Leandro Braga e as Artes Decorativas (1839-1997), Instituto da Comunicação Social, 1997.
-
Leandro de Sousa Braga was born in Braga on March 22, 1839, and died in Lisbon on April 6, 1897. He was the son of André de Sousa Braga, a church builder. Since he was a child, he showed a vocation for sculpture, accompanying his father to the churches where he worked. He went to Lisbon in 1853, at the age of fourteen, entering as an apprentice in the workshop of carver Inácio Caetano, becoming an officer after three years of apprenticeship. It was at this time that he decorated the tribune of the S. Carlos theater. In 1862, he moved to the studio of the sculptor Anatole Calmels, who was then working on the execution of the Triumphal Arch in Praça do Comércio, where Leandro Braga collaborated. At this time, the Chamber of Peers room was being built, and with the sculptor Calmels in charge of the model for the throne's canopy, the wooden execution was carried out by Leandro Braga. He then created the presidential throne chair on his own model. He opened a studio on the Combro street, which was visited by King Fernando, who commissioned some works from him. Since that time, he carried out carving works of great importance, such as the decoration of the dining room at Palácio da Ajuda, commissioned by the Queen Maria Pia, who also commissioned him to carry out the carving work for her studio and her boudoir. At Camões' centenary celebrations, in 1880, he decorated the Sciences car, and at the Marquis of Pombal's, in 1882, the Arts car. On the occasion of D. Carlos's wedding, he decorated some rooms in the Belém palace, and created the wedding bed, in the Louis XV style. He was also the author of the decorations and furniture for the 16th century style dining house of the Count of Cabral; the Dukes of Palmela chalet in Cascais; the Renascença staircase and cabinet, the ballroom and the Luís XVI room of the Foz palace; as well as the hall, the dining room, an office and the chapel of Frederico Biester's chalet in Sintra. In the company of the Marquis of Foz, he traveled through France and England, visiting palaces and museums, improving his knowledge of art, outlining the decoration plan for the Avenida palace, which he managed to entrust to Portuguese artists.

domingo, 8 de maio de 2022

Jorge Colaço (1868-1942)

Projecto para azulejos (Fábrica de Pão Aliança) (1901-1942, Museu Nacional do Azulejo, Lisboa)
-
Projecto para peças de mobiliário (1901-1942, Museu Nacional do Azulejo, Lisboa)
-
Projecto para azulejos (1904-1942, Museu Nacional do Azulejo, Lisboa)
-
São Francisco de Assis e o lobo (1904-1942, Museu Nacional do Azulejo, Lisboa)
-
Vindima (1924-1940, Museu Nacional do Azulejo, Lisboa)
-
Jorge Rey Colaço (1868-1942) foi pintor e ceramista. Nasceu no Consulado de Portugal em Tânger (Marrocos), filho do escritor e diplomata José Daniel Colaço, 1.º barão de Colaço e Macnamara. Estudou em Lisboa, Madrid e Paris, cidade onde também trabalhou como caricaturista para o jornal Le Figaro. Foi admitido no Salon de Paris em 1893 e, anos mais tarde, em Lisboa, foi Presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes (1906-1910). Colaborou no periódico Branco e Negro e na revista Illustração portugueza, tendo sido proprietário e diretor artístico da revista O Thalassa (1913-1916). Em 1936, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Trabalhou na Fábrica de Louça de Sacavém de 1904 até 1924 e depois na Fábrica de Cerâmica Lusitânia de Lisboa e Coimbra, destacando-se sobretudo no azulejo. Os seus trabalhos em azulejo cabem estilisticamente ao Naturalismo, tendo trabalhado temáticas ligadas à história de Portugal e temas etnográficos. Destacam-se, por exemplo, os painéis para o Hotel Palácio do Buçaco, da Estação de São Bento (Porto) e no Pavilhão do Parque Eduardo VII (Lisboa).
-
Cf. Wikipédia. Sobre este artista, ler: Cláudia Emanuel Franco dos Santos, A obra azulejar de Jorge Rey Colaço (1862-1942) em Portugal, Universidade Católica Portuguesa, 2020 (Tese de Doutoramento).
-
Jorge Rey Colaço (1868-1942) was a painter and ceramist. He was born at the Portuguese Consulate in Tangier (Morocco), the son of the writer and diplomat José Daniel Colaço, 1st Baron of Colaço and Macnamara. He studied in Lisbon, Madrid and Paris, where he also worked as a caricaturist for the newspaper Le Figaro. He was admitted to the Paris' Salon in 1893 and, later, in Lisbon, was President of the National Society of Fine Arts (1906-1910). He collaborated in the periodical Branco e Negro and in the magazine Illustração Portugueza, being the owner and artistic director of the magazine O Thalassa (1913-1916). In 1936, he was awarded the rank of Grand Officer of the Military Order of Sant'Iago da Espada. He worked at the Fábrica de Louça de Sacavém from 1904 to 1924 and then at the Fábrica de Cerâmica Lusitânia in Lisbon and Coimbra, especially in tile. His tile works belong to the naturalist period, having worked on themes linked to the history of Portugal and ethnographic subjects. Of note, for example, are the panels for the Palace Hotel of Buçaco, for the São Bento Station (Porto) and in the Eduardo VII Park Pavilion (Lisbon).
-

quarta-feira, 4 de março de 2015

Maria Keil (1914-2012)

Menina sentada (1938, Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea)
-
Figurino "Astrólogo" do bailado " Lenda das Amendoeiras", pela , Companhia Portuguesa de Bailados Verde Gaio. Teatro da Trindade. 1940 (Museu Nacional do Teatro)
-
Bar dos cavalos (1955)
-
Projecto (painel de azulejos "O Mar" para a avenida Infante Santo, Lisboa) (1956-1958, Museu Nacional do Azulejo)
-
-
Maria Keil (Maria Pires da Silva Keil do Amaral) nasceu em Silves, a 9 de Agosto de 1914. Pertencente à 2ª geração de pintores modernistas portugueses, a sua obra é vasta e diversificada, abarcando pintura, desenho, ilustração, azulejo, design gráfico e de mobiliário, tapeçaria, cenografia, etc. Destacou-se sobretudo como ilustradora e também como desenhadora de azulejos, contribuindo para a renovação do azulejo contemporâneo em Portugal. Em 1929, com quinze anos, veio para Lisboa, onde frequentou a Escola de Belas Artes, tendo sido aluna de Veloso Salgado. Em 1933, casou com o arquiteto Francisco Keil do Amaral e dois anos mais tarde nasceu o seu único filho, Francisco. No ano de 1936, tornou-se membro do ETP (Estúdio Técnico de Publicidade, formado por José Rocha), estabelecendo amizade com Carlos Botelho, Fred Kradolfer, Ofélia Marques e Bernardo Marques. No ano imediato faz uma estadia em Paris durante a construção do Pavilhão da Exposição Internacional de Paris (de que Keil do Amaral era arquitecto), para o qual realizou o motivo decorativo na Sala IV – Ultramar (Salle IV – Outremer). Expôs individualmente, pela primeira vez, em 1939, na Galeria Larbom, uma loja de móveis da Rua do Ouro, Lisboa. Nesse mesmo ano participou na IV Exposição de Arte Moderna do S.P.N. e recebeu o Prémio de Revelação Souza-Cardoso, em 1941. Entretanto, em 1940, concebeu cenários e figurinos para o bailado Lenda das Amendoeiras, apresentado no espetáculo de estreia da Companhia de Bailado Verde Gaio. Entre 1946 e 1956 participou nas Exposições Gerais de Artes Plásticas (SNBA), tendo realizado, em 1945 e 1955, exposições individuais. No domínio do azulejo, deve-se destacar o painel de azulejos O mar, na Avenida Infante Santo, em Lisboa; bem como a extensa colaboração para as estações do Metropolitano de Lisboa (1957-1972). No ano de 1980, foi agraciada com o grau de Comendador da Ordem Militar de Santiago da Espada e, em 2013, o Museu da Presidência da República organizou, no Palácio da Cidadela de Cascais, em parceria com a Câmara Municipal de Cascais, a exposição De propósito - Maria Keil, obra artística, apresentando uma visão retrospectiva e abrangente dos seus trabalhos.
-
Cf. Wikipedia.
-
Maria Keil (Maria Pires da Silva Keil do Amaral) was born in Silves, in August 9th 1914. She belongs to the Portuguese modernist painters second generation, and she is the author of a long and diversified work, that includes painting, drawing, illustration, tile designing, graphic design, furniture design, tapestry, scenography, etc. She became specially famous for her work has a illustrator, but also as a tile designer, having contributed to the renovation of the contemporary tile art in Portugal. In the year of 1929, being 15 years old, she went to live in Lisbon, where she attended the Art School and was the a pupil of the painter Veloso Salgado. In 1933, she married the architect Francisco Keil of the Amaral, and two years to later was born to their only son, Francisco. In 1936, she became member of the ETP (Publicity Technical Studio), formed by Jose Rocha, and became friends to other artists like Carlos Botelho, Fred Kradolfer, Ofélia Marques and Bernardo Marques. On the next year she spent some time in Paris, during the construction of the Portuguese Pavilion at the International Paris Exhibit, to which she created the decorative motif for the IVth room - Oversea. Maria Keil exhibited her work, for the first time, in 1939, at the Larbom Gallery, a furniture shop in Rua do Ouro (Lisbon). At the same to year, she took part of the IVth Modern Art Exhibition of SPN (National Propaganda Secretariat) and received the prize Souza-Cardoso, in 1941, at another SPN exhibit. Meanwhile, in 1940, she conceived sceneries and figurines to the dance show Legend of the Almond trees, which was presented at the opening of the Company of Bailado Verde Gaio. In the years of 1946 and 1956, she participated at the General Expositions of Arts (at Fine Arts National Society, Lisbon). As a tile art designer, one has to enhance the tile panel The sea, that is located at the Infant Santo Avenue (Lisbon), as well as the works that she made for the decorations of the Lisbon subway stations (1957-1972). In the year of 1980, Maria Keil received the state decoration of “Comendador” of the Military Order of Santiago e Espada, and, in 2013, it was held a retrospective exhibition of her work, organized by the Museum of the Presidency of the Republic and the City Council of Cascais, entitled On purpose - Maria Keil, artistic work.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Siza Vieira (n. 1933)

Casa de Chá Boa Nova, Leça da Palmeira (1963)
-
-
Museu de Serralves, Porto (1997)
-
Pavilhão de Portugal (1998, Lisboa)
-
---
Álvaro Joaquim de Melo Siza Vieira (n. 1933) é o mais conceituado e premiado arquiteto contemporâneo português. Nascido em Matosinhos, estudou, entre 1949 e 1955, na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde lecionou, de 1966 a 1969, voltando em 1976 (sempre como professor assistente). Iniciou a sua vida profissional em 1955, tendo trabalhado com Fernando Távora até 1958. Cedo conseguiu desenvolver a sua própria linguagem, embebida não só nas referências modernistas internacionais como também na forte tradição construtiva portuguesa. As suas obras encontram-se por todo o mundo e foi agraciado em 1992 com o Prémio Pritzker da Fundação Hyatt, de Chicago, e, em 2010, pela Universidade Técnica de Lisboa com o grau de Honoris Causa.
---
---
Álvaro Joaquim de Melo Siza Vieira (b. 1933) graduated in architecture in 1955, at the former School of Fine Arts from the University of Porto, the current FAUP - Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. He completed his first built work (four houses in Matosinhos) even before ending his studies in 1954, the same year that he first opened his private practice in Porto. Between 1955 and 1958 he worked with Fernando Távora. Siza Vieira taught at the school from 1966 to 1969, returning in 1976. In addition to his teaching, he has been a visiting professor at the Graduate School of Design, Harvard University; the University of Pennsylvania; Los Andes University of Bogota; and the École Polytechnique Fédérale de Lausanne. Most of his best known works are located in his hometown Porto: the Boa Nova Tea House (1963), the Faculty of Architecture (1987–93), and the Serralves Museum of Contemporary Art (1997). Siza's Iberê Camargo Foundation (Porto Alegre) was honoured by the Venice Architecture Biennale with the Golden Lion award in 2002. Siza was conferred the title of Honoris Causa Doctor by several universities and he is a member of the American Academy of Arts and Sciences as well as Honorary Fellow of the Royal Institute of British Architects, the American Institute of Architects, the Académie d'Architecture de France and the European Academy of Sciences and Arts.
-