domingo, 25 de agosto de 2024

Manuel da Maia (1677-1768)

Aqueduto das Águas Livres (1731-1744, Lisboa)
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Hospital Termal da Rainha D. Leonor (1747-50, Caldas da Rainha)
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Terceira parte da Dissertação sobre a Renovação de Lisboa, 1756, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Correspondência, mç. 270, n.º 1, cx. 954

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Manuel da Maia nasceu em Lisboa no ano de 1677 (baptizado a 5 de Agosto), tendo falecido na mesma cidade em 17 de Setembro de 1768. Fez a sua carreira no exército, onde se distinguiu como engenheiro e arquitecto. Frequentou a Aula de Fortificação, da qual foi regente. Em 1703-1705, foi incumbido da realização de trabalhos de fortificação em Lisboa, Estremoz, Beira, Abrantes e Elvas. No ano de 1713, traduziu para português os tratados de António de Ville e Pfeffinger. Em 1718, fez um levantamento da cidade de Lisboa. Foi também um dos engenheiros envolvidos na construção do Aqueduto das Águas Livres (Lisboa). Em 1747, participou na reedificação do novo Hospital Termal da Rainha D. Leonor, nas Caldas da Rainha, com projecto de Eugénio dos Santos. No ano de 1754, foi nomeado Engenheiro-Mor do Reino. Nesse cargo, esteve envolvido na reconstrução da cidade de Lisboa após o Terramoto de 1755, tendo realizado uma Dissertação que esteve na base das obras, que supervisionou. Entre 1745 e 1768, foi Guarda-mor da Torre do Tombo. Da sua obra, é também o edifício da Câmara Municipal do Redondo.
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Bibliografia: PEREIRA, José Fernandes, «Manuel da Maia», in dicionário Ilustrado da História de Portugal, Vol. I, Alfa, 1989, pp. 418-419; PEREIRA, Paulo (Dir.), História da Arte Portuguesa, Vol. III, Temas & Debates, 1995; Wikipédia [https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_da_Maia].
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Manuel da Maia was born in Lisbon in 1677 (baptized on August 5), and died in the same city on September 17, 1768. He made his career in the army, where he distinguished himself as an engineer and architect. He attended the Fortification Class, of which he later was regent. In 1703-1705, he was tasked with carrying out fortification work in Lisbon, Estremoz, Beira, Abrantes and Elvas. In 1713, he translated the treatises of António de Ville and Pfeffinger into Portuguese. In 1718, he surveyed the city of Lisbon. He was also one of the engineers involved in the construction of the Águas Livres Aqueduct (Lisbon). In 1747, he participated in the reconstruction of the new Thermal Hospital of Queen D. Leonor, in Caldas da Rainha, with a design by Eugénio dos Santos. In 1754, he was appointed Chief Engineer of the Kingdom. In this role, he was involved in the reconstruction of the city of Lisbon after the 1755 Earthquake, having written a Dissertation that was the basis for the works, which he supervised. Between 1745 and 1768, he was Chief Guard of the Torre do Tombo (National Archive). His work also includes the building of the Redondo Town Hall.

domingo, 4 de agosto de 2024

Maria Luísa de Sousa Holstein, 3ª Duquesa de Palmela (1841-1909)

 O Pescador (1870)
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Busto do Marquês de Sá da Bandeira (1883, Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa)
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Diógenes (1883, Veritas)
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Fiat Lux (1900, Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Lisboa)
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Maria Luísa de Sousa Holstein, 3ª duquesa de Palmela, nasceu em Lisboa a 4 de Agosto de 1841, tendo falecido em Rio do Porto (Sintra), em 2 de Setembro de 1909. Foi discípula do escultor Anatole Célestin Calmels, desde 1858. Entre os primeiros trabalhos, distingue-se a obra O Pescador (1870), onde se nota a influência do Romantismo recebida do seu mestre. Esta obra foi exposta em 1874, na 10ª exposição da Sociedade Promotora de Belas-Artes, juntamente com o retrato em relevo da Condessa de Ficalho. Entre as suas obras mais assinaláveis salienta-se o Diógenes (1883), cujo original em mármore se encontra no Palácio Palmela (Rato, Lisboa), que teve bastante sucesso, sendo realizadas diversas versões reduzidas em bronze. A obra foi exposta em 1884, no Salon de la Société des Artistes Français, tendo voltado a participar no mesmo certame, em 1886, com a obra Sainte-Thérèse (1885), que lhe valeu uma menção honrosa. Os retratos constituem uma parcela importante de seu trabalho, sendo exemplo os bustos do Marquês de Sá da Bandeira (c. 1870, Museu da Sociedade de Geografia de Lisboa) e do Duque da Terceira (Museu Militar). Encaminhando-se progressivamente para o Naturalismo, uma obra a destacar é o busto de Negra (1885), igualmente exposta no Salon parisiense de 1886, que retrata Maria José dos Santos, criada da duquesa de Palmela, e filha dos cozinheiros de seus pais. Pouco depois, esculpiu um dos seus mais aclamados trabalhos, o Fiat Lux, que é uma representação alegórica do Génio do Progresso da Medicina. Obra originalmente feita em bronze, foi oferecida a António de Lencastre, seu médico pessoal. Com o objectivo de se tornar académica de mérito, da Academia Real de Belas-Artes de Lisboa, a duquesa de Palmela fez, em 1900, uma versão em mármore de Carrara, que hoje pertence ao acervo do Museu Nacional de Arte Contemporânea. Outra importante realização foi a escultura Mater Admirabilis. A Duquesa de Palmela foi também ceramista, tendo fundado, com a Condessa de Ficalho, a Oficina ou Fábrica de Cerâmica do Ratinho, no Palácio Palmela.

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Fernando de Pamplona, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. IV, Barcelos, Livraria Civilização, 1988; pp. 258-259; Sandra Costa Saldanha, «Filantropia e Arte, A Obra de Escultura da 3.ª Duquesa de Palmela», Cidade Solidária, Julho de 2007, pp. 76-80 [https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/92339/1/2007%20-%20Filantropia%20e%20Arte.pdf]; Teresa Campos dos Santos, «Maria Luísa de Sousa Holstein (1841-1909): Construtora de uma obra social», in Revista de História da Arte e da Cultura, Campinas, SP, N.º 18,, 2021, pp. 115–136 [https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/rhac/article/view/15429].

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Maria Luísa de Sousa Holstein, 3rd Duchess of Palmela, was born in Lisbon on 4 August 1841 and died in Rio do Porto (Sintra) on 2 September 1909. She was a disciple of the sculptor Anatole Célestin Calmels since 1858. Among her early works, The Fisherman (1870) stands out, in which the influence of Romanticism received from her master can be observed. This work was exhibited in 1874, at the 10th exhibition of the Sociedade Promotora de Belas-Artes, together with the relief portrait of the Countess of Ficalho. Among her most notable works is Diógenes (1883), the original in marble of which is in the Palácio Palmela (Rato, Lisbon). It was very successful, and several reduced versions in bronze were produced. The work was exhibited in 1884 at the Salon de la Société des Artistes Français. She participated in the same event again in 1886 with the work Sainte-Thérèse (1885), which earned her an honorable mention. Portraits constitute an important part of her work, examples being the busts of the Marquis of Sá da Bandeira (c. 1870, Museum of the Geographical Society of Lisbon) and of the Duke of Terceira (Military Museum). Progressively moving towards Naturalism, a work worth highlighting is the bust of Negra (1885), also exhibited at the Paris Salon of 1886, which portrays Maria José dos Santos, maid to the Duchess of Palmela and daughter of her parents' cooks. Shortly afterwards, she sculpted one of his most acclaimed works, the Fiat Lux, which is an allegorical representation of the Genius of the Progress of Medicine. Originally made of bronze, the work was given to António de Lencastre, her personal doctor. With the aim of becoming an academic of merit at the Royal Academy of Fine Arts in Lisbon, the Duchess of Palmela created a version in Carrara marble in 1900, which today belongs to the collection of the National Museum of Contemporary Art. Another important achievement was the sculpture Mater Admirabilis. The Duchess of Palmela was also a ceramist, having founded, with the Countess of Ficalho, the Ratinho Ceramics Workshop (or Factory) in the Palmela Palace.