domingo, 22 de novembro de 2020

Cruzeiro Seixas (1920-2020)

Sem Título (1944, Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa)
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Homenagem a Julien Gracq ou Littérature pour l’estomac (1953, Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa)
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Do espelho Maelstrong (1953, Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa)
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Estudo para local urgentemente necessário (1972, Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa)
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Novos sofrimentos do jovem Werther (1973, Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa)
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Artur Manuel Rodrigues do Cruzeiro Seixas (1920-2020), foi um pintor e poeta português. Frequentou a Escola António Arroio, onde fez amizade com Mário Cesariny, Marcelino Vespeira, Júlio Pomar e Fernando Azevedo. Em meados da década de 1940, aproximou-se do neorrealismo, aderindo depois ao surrealismo. Integrou o Grupo Surrealista de Lisboa, participando na primeira exposição dos Surrealistas, em Lisboa, em 1949. Em 1950, alistou-se na Marinha Mercante, tendo viajado para a África e Ásia. Em 1951, fixou-se em Angola, desenvolvendo atividade no Museu de Luanda. Data desse tempo o início da sua produção poética, tendo também realizado as primeiras exposições individuais. Regressou a Portugal em 1964. Em 1966, foi convidado por Natália Correia a ilustrar a obra Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica. No ano de 1967, recebeu uma  bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, realizando uma pequena retrospetiva na Galeria Buchholz (Lisboa) e expôs na Galeria Divulgação (Porto). Em 1970, expôs na Galeria de S. Mamede (Lisboa)  um conjunto de desenhos. Trabalhou como programador nas Galerias 111 e São Mamede. Nessa mesma década, viajou pela Europa e entrou em contacto com artistas representantes do surrealismo internacional. Na década seguinte, radicou-se no Algarve, colaborando em revistas internacionais ligadas ao surrealismo. Sendo, em 2009, agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, viveu os últimos tempos da sua vida na Casa do Artista, em Lisboa. Considerando-se um «homem que pinta» (e não um pintor), é visto como «um dos precursores portugueses do surrealismo fantástico, inspirado em De Chirico. As suas obras caracterizam-se pela conjugação entre personagens híbridas e subvertidas, assentes em planos de profundidade que seguem regras de perspectiva, luz e sombra próximos da representação da realidade. Do surrealismo proposto por Breton, interessou-lhe sobretudo a liberdade de criação» (in Galeria O Rastro).
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Artur Manuel Rodrigues do Cruzeiro Seixas (1920-2020), was a Portuguese painter and poet. He attended the António Arroio School, where he became friends with Mário Cesariny, Marcelino Vespeira, Júlio Pomar and Fernando Azevedo. In the mid-1940s, he approached neorealism, later adhering to surrealism. He was part of the group Grupo Surrealista de Lisboa, participating in the first exhibition of the Surrealists, in Lisbon, in 1949. In 1950, he joined the Merchant Navy, having traveled to Africa and Asia. In 1951, he settled in Angola, developing activities at the Luanda Museum. From that time, dates the beginning of his poetic production, having also made his first individual exhibitions. He returned to Portugal in 1964. In 1966, he was invited by Natália Correia to illustrate the work Anthology of Portuguese Erotic and Satirical Poetry. In 1967, he received a grant from the Calouste Gulbenkian Foundation, holding a short retrospective at Galeria Buchholz (Lisbon) and exhibiting at Galeria Divulgação (Porto). In 1970, he exhibited a set of drawings at the Galeria de S. Mamede (Lisbon). He worked as a programmer at Galerias 111 and São Mamede. In that same decade, he traveled through Europe and came into contact with artists from the international surrealism. In the following decade, he settled in the Algarve, collaborating in international magazines linked to surrealism. In 2009, he was awarded the degree of Grand Officer of the Order of Sant'Iago da Espada. Lived the last moments of his life at Casa do Artista, in Lisbon. Considering himself a “man who paints” (and not a painter), he is “considered one of the Portuguese precursors of fantastic surrealism, inspired by De Chirico. His works are characterized by the combination of hybrid and subverted characters, based on depth planes that follow rules of perspective, light and shadow close to the representation of reality. Of the surrealism proposed by Breton, he was mainly interested in the freedom of creation » (in Galeria O Rastro).

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