D. Jaime (Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado)
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Ilustração para a obra Miragaia de Almeida Garrett (1844)
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D. Pedro V (1855, Museu Nacional dos Coches, Lisboa)
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Varina com Torre de Belém (1873)
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Luiz de Camões (Jardim Luís de Camões, Macau)
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Nascido em Lisboa em 28 de Novembro de 1815, em 1835 assentou praça como voluntário no Batalhão Nacional Fixo e fez parte do Exército Libertador. Nesse mesmo ano tornou-se Oficial na Secretaria da Câmara dos Pares do Reino, cargo que conservou quase até ao fim da vida. Após a fundação da Academia Real de Belas Artes foi um dos seus primeiros Alunos Extraordinários, sendo discípulo (mesmo fora da escola) de António Manuel da Fonseca e de Luís Pereira de Resende. Em 1849, foi incumbido por D. Fernando para ir a Madrid, fazer estudos de pintura e copiar quadros de Velásquez; em 1851, foi a Paris (onde copiou Ingres, Delacroix, Meissonier e Van Dick) e passou por Londres, onde visitou a Exposição Universal. Como representante do romantismo português, foi autor de pequenas telas com apontamentos da vida quotidiana, de inspiração na arte flamenga e pinturas de costumes num naturalismo incipiente. Expôs desde 1840, na primeira Exposição Trienal da Academia de Belas-Artes, sendo o único concorrente à medalha de ouro com o quadro histórico Os Conspiradores de 1640 perante a Duquesa de Mântua, concorrendo depois a outras exposições da Academia. Em 1862 apresentara-se na primeira Exposição da Sociedade Promotora das Belas-Artes, onde expôs o quadro Leitura duma sentença, tendo posteriormente raramente faltado às exposições dessa sociedade. Fez também os retratos régios de D. Fernando, D. José, D. Maria I e D. Pedro V. Como escultor, tendo sido discípulo de Feliciano José Lopes, executou um busto de Camões para a gruta de Macau, mas também são relevantes outros bustos, como o de D. Pedro IV e Henriques Nogueira. Desenvolveu em Portugal a gravura para jornais ilustrados, colaborando com o Jornal de Belas-Artes, o Panorama, entre outras publicações. Faleceu em Alcolena (Belém), em 31 de Janeiro de 1880.
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Bibl.: Gulherme de Azevedo, «Manuel Maria Bordallo Pinheiro», O António Maria, n.º 36, 7/2/1880, p. 46; José-Augusto França, A Arte em Portugal no Século XIX, Vol. I, Lisboa, Bertrand Editora, 1990, pp. 272, 279 e 280; Diogo de Macedo, Cadernos de Arte - V - João Cristino da Silva e Manuel Maria Bordalo Pinheiro, Lisboa, Edições Excelsior, 1952; O Ocidente, n.º 52, 15/2/1880, p. 27; Fernando de Pamplona, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. I, Barcelos, Livraria Civilização Editora, 1987, pp. 221-223.
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Born in Lisbon on November 28, 1815, in 1835 he became a volunteer in the Fixed National Battalion and was part of the Liberation Army, after the Civil War. That same year he became an Officer in the Secretariat of the Chamber of Peers of the Kingdom, a position he held almost until the end of his life. After the founding of the Royal Academy of Fine Arts, he was one of its first Extraordinary Students, being a disciple (even outside of school) of António Manuel da Fonseca and Luís Pereira de Resende. In 1849, he was commissioned by the king Fernando to go to Madrid, carry out painting studies and copy paintings by Velásquez; in 1851, he went to Paris (where he copied Ingres, Delacroix, Meissonier and Van Dick) and went to London, where he visited the Universal Exhibition. As a representative of Portuguese romanticism, he was the author of small canvases with notes from everyday life, inspired by Flemish art and paintings of customs in an incipient naturalism. He exhibited since 1840, at the first Triennial Exhibition of the Academy of Fine Arts, being the only competitor for the gold medal with the historical painting The Conspirators of 1640 before the Duchess of Mantua, later competing in other exhibitions at the same Academy. In 1862 he appeared at the first Exhibition of the Sociedade Promotora das Belas-Artes, where he exhibited the painting Reading of a Sentence, and subsequently rarely missed other exhibitions of this art society. He also made royal portraits of the kings José I, Maria I and Pedro V, as well as Fernando II. As a sculptor, having been a disciple of Feliciano José Lopes, he created a bust of Camões for the Macau cave, but also other busts are relevant, such as that of the king Pedro IV and Henriques Nogueira. He developed engraving for illustrated newspapers in Portugal, collaborating with Jornal de Belas-Artes and Panorama, among other publications. He died in Alcolena (Belém), on January 31, 1880.
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