domingo, 1 de dezembro de 2024

Vítor Bastos (1830-1894)

Cólera Morbus (1856, Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa)
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Busto do actor Anastácio Rosa (1858, Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa)
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Arco da Rua Augusta (1873, Lisboa)
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Estátua de José Estevão de Magalhães (1878, Assembleia da República, Lisboa)
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António Vítor de Figueiredo Bastos (1830-1894) fez o curso da Academia Real de Belas-Artes de Lisboa, onde foi discípulo do pintor António Manuel da Fonseca. Em 1852, estreou-se na 3.ª Exposição Trienal com a pintura Amor e Psique. Dentro da Academia ligou-se ao grupo de artistas da geração romântica que incluía os pintores Tomás da Anunciação, Francisco Metrass e Cristino da Silva, sendo o único escultor representado no retrato de grupo Cinco Artistas em Sintra (1855), de Cristino da Silva.
Em 1854, começou a lecionar a Cadeira de Desenho na Universidade de Coimbra e, no ano de 1856, participou na 4.ª Exposição Trienal daAcademia, com a tela Retrato do Visconde da Luz e a escultura Moisés. Em 1860, foi nomeado professor substituto da Academia, cargo do qual se tornou efetivo em 1881. Na 5.ª Exposição Trienal (1861) apresentou os retratos de Rodrigo da Fonseca e do Conde de Melo, bem como o baixo-relevo Cólera Morbus, adquirido pelo rei D. Luís.
No ano de 1867, estreou-se na escultura monumental com o monumento a Luís de Camões (Largo do Camões, Lisboa), onde fez representar, sob a base octogonal, figuras das letras e das ciências da época do Renascimento: Fernão Lopes, Gomes Eanes de Azurara, Pedro Nunes, João de Barros, Fernão Lopes de Castanheda, Jerónimo Corte Real, Vasco Mouzinho de Quevedo e Francisco de Sá de Meneses.
Mais tarde colaborou na decoração escultórica do arco triunfal da Rua Augusta, ao lado de Anatole Calmels, inaugurado em 1873. Para essa obra esculpiu as figuras de Vasco da Gama, Viriato, Marquês de Pombal e D. Nuno Álvares Pereira, bem como as figuras alegóricas dos rios Tejo e Douro. Da sua obra, destaca-se por fim a estátua de José Estevão de Magalhães, realizada para o Parlamento, e inaugurada em 1878.
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Fontes: Catarina Duarte, «Vítor Bastos», in Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado - http://www.museuartecontemporanea.gov.pt/pt/artistas/ver/10/artists; «Vítor Bastos (1830-1894)«, in Assembleia da República - https://www.parlamento.pt/VisitaParlamento/Paginas/BiogVitorBastos.aspx
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António Vítor de Figueiredo Bastos (1830-1894) studied at the Royal Academy of Fine Arts in Lisbon, where he was a disciple of the painter António Manuel da Fonseca. In 1852, he made his debut at the 3rd Triennial Exhibition with the painting Amor e Psique. Within the Academy, he joined the group of artists from the Romantic generation that included the painters Tomás da Anunciação, Francisco Metrass and Cristino da Silva, and was the only sculptor represented in the group portrait Cinco Artistas em Sintra (Five Artists in Sintra) (1855), by Cristino da Silva. 
In 1854, he began teaching Drawing at the University of Coimbra and, in 1856, he participated in the 4th Triennial Exhibition of the Academy, with the painting Retrato do Visconde da Luz and the sculpture Moisés. In 1860, he was appointed substitute professor at the Academy, a position he took up in 1881. At the 5th Triennial Exhibition (1861), he presented portraits of Rodrigo da Fonseca and the Count of Melo, as well as the bas-relief Cholera Morbus, acquired by King Luís.
In 1867, he made his debut in monumental sculpture with the monument to Luís de Camões (Largo do Camões, Lisbon), where he represented, on the octagonal base, figures of literature and science from the Renaissance period: Fernão Lopes, Gomes Eanes de Azurara, Pedro Nunes, João de Barros, Fernão Lopes de Castanheda, Jerónimo Corte Real, Vasco Mouzinho de Quevedo and Francisco de Sá de Meneses. He later collaborated on the sculptural decoration of the triumphal arch of Rua Augusta, alongside Anatole Calmels, inaugurated in 1873. For this work he sculpted the figures of Vasco da Gama, Viriato, Marquis of Pombal and D. Nuno Álvares Pereira, as well as the allegorical figures of the rivers Tagus and Douro. Finally, his work includes the statue of José Estevão de Magalhães, made for the Parliament and inaugurated in 1878.

domingo, 20 de outubro de 2024

José Luís Monteiro (1848-1942)

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Casa Biester (1890, Sintra)
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Igreja dos Anjos (1897, Lisboa)
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José Luís Monteiro nasceu em Lisboa em 25 de Outubro 1848, filho de Tomás Luís Monteiro, canteiro de profissão, e de Gertrudes Margarida da Conceição Monteiro. Entrou para a Academia das Belas Artes de Lisboa com 12 anos, tendo sido aluno de José da Costa Sequeira, em desenho de arquitectura. Em 1872, venceu o concurso para pensionista em Paris, para onde partiu em 1873. Inscrito na École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts, estudou arquitectura civil com Jean-Louis Pascal. Em 1876, tornou-se condutor de obras da reconstrução dos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Paris. No ano de 1879, recebeu o Diploma de Arquitecto, fazendo entre 1879 e 1880, uma viagem que o levou ao Sul de França, à Suíça, à Itália e a Espanha. Regressando a Portugal, em 1880, tornou-se Arquitecto-Chefe da Câmara Municipal de Lisboa nesse mesmo ano. Desde 1881, foi professor de Arquitectura Civil da Escola de Belas Artes, sendo Director deste estabelecimento entre 1912 e 1929. Como arquitecto, a sua obra insere-se no estilo ecléctico de raiz clássica da Escola de Belas-Artes de Paris, tendo sido ele que introduziu a utilização do ferro na prática arquitectónico-construtiva portuguesa. Na sua vasta obra, destaca-se, por exemplo, a Estação Central dos Caminhos de Ferro (Rossio, Lisboa, 1886-1887) e o Hotel Internacional ou Avenida Palace, contíguo (1890-1892); a casa de Ernesto Biester (Sintra, 1890), o chalet da Rainha D. Maria Pia (Cascais, 1890) e o Palácio da Herdade de Santos Jorge (Rio Frio, 1919); e o projecto de reconstrução da Igreja dos Anjos (Lisboa, 1897). Faleceu em Lisboa, em 27 de Janeiro de 1942.
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Bibl.: TRIGUEIROS, Luiz e CUNHA, José Alves da, José Luiz Monteiro, 1848-1942, ed. Luiz Trigueiros, 2004; VIEGAS, Inês Morais (Coord.), José Luís Monteiro, Marcos de um Percurso, Câmara Municipal de Lisboa, 1998.
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José Luís Monteiro was born in Lisbon on 25 October 1848, the son of Tomás Luís Monteiro, a stonemason by trade, and Gertrudes Margarida da Conceição Monteiro. He entered the Lisbon Academy of Fine Arts at the age of 12, having studied architectural drawing under José da Costa Sequeira. In 1872, he won a scolarship to become a student in Paris, where he went in 1873. Enrolled in the École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts, he studied civil architecture with Jean-Louis Pascal. In 1876, he became the construction manager for the reconstruction of the Paris City Hall. In 1879, he received his Diploma in Architecture, and between 1879 and 1880, he travelled to the South of France, Switzerland, Italy and Spain. Returning to Portugal in 1880, he became Chief Architect of the Lisbon City Council that same year. From 1881, he was Professor of Civil Architecture at the School of Fine Arts, and was Director of this establishment between 1912 and 1929. As an architect, his work is part of the clsssical and eclectic style of the School of Fine Arts in Paris, and it was he who introduced the use of iron into Portuguese architectural and construction practice. Among his vast work, highlights include, for example, the Central Railway Station (Rossio, Lisbon, 1886-1887) and the adjacent Hotel Internacional or Avenida Palace (1890-1892); the house of Ernesto Biester (Sintra, 1890), the chalet of Queen D. Maria Pia (Cascais, 1890) and the Palace of Herdade de Santos Jorge (Rio Frio, 1919); and the project for the reconstruction of the Church of the Anjos (Lisbon, 1897). He died in Lisbon on 27 January 1942.

domingo, 29 de setembro de 2024

Marcelino Vespeira (1925-2002)

Apertado pela fome (1945, Centro de Arte Moderna Gulbenkian Lisboa)
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Aroma-amora - Óleo 52 (1950, Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Lisboa)
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O Menino Imperativo (1952, Centro de Arte Moderna Gulbenkian Lisboa)
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Sem Título (1955, Centro de Arte Moderna Gulbenkian Lisboa)
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Azulejamor Mãe (1978, Centro de Arte Moderna Gulbenkian Lisboa)
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Marcelino Vespeira nasceu em Samouco (Alcochete) em 9 de Setembro de 1925, tendo falecido e, Lisboa, a Fevereiro de 2002. Fez o curso da Escola de Artes Decorativas António Arroio e frequentou o 1.º ano de Arquitectura da Escola de Belas Artes de Lisboa, após o que começou a trabalhar em artes gráficas. Convidado por Bernardo Marques, foi colaborador e depois director gráfico (1962) da revista Colóquio/Artes. 
Esteve inicialmente ligado ao Neo-realismo, tendo realizando obras como Apertado pela Fome (1945), com o qual participou na I Exposição Geral de Artes Plásticas (1946). No ano seguinte foi um dos fundadores do Grupo Surrealista de Lisboa, juntamente com Cândido Costa Pinto, Fernando Azevedo, Mário Cesariny e José Augusto França, entre outros. Em 1949 participou na primeira e única exposição do grupo, onde foram apresentadas duas obras de colaboração (Cadavre Exquis): numa, participou com Fernando Azevedo; na outra, com António Pedro, Moniz Pereira, António Domingues e Fernando Azevedo. 
A partir de meados da década de 1950, a sua obra passou para a abstracção, primeiro numa linha geométrica e depois lírica, passando a intitular os quadros com uma simples numeração sequencial. Mais tarde reaproximou-se do universo surrealista, e, nos anos 80 utilizou também a colagem. 
Depois do 25 de Abril de 1974, colaborou com o Movimento das Forças Armadas, tendo sido o autor do símbolo do MFA.
Participou em exposições individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Paris, Londres, Nova Deli, etc. Em 2000 foi-lhe atribuído o Prémio Nacional de Artes Plásticas da AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte).
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«Marcelino Vespeira», in Wikipédia [https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcelino_Vespeira].
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Marcelino Vespeira was born in Samouco (Alcochete) on 9 September 1925 and died in Lisbon in February 2002. He studied at the António Arroio School of Decorative Arts and attended the 1st year of Architecture at the Lisbon School of Fine Arts, after which he began working in graphic arts. Invited by Bernardo Marques, he collaborated and later became graphic director (1962) of the magazine Colóquio/Artes
He was initially linked to Neo-realism, producing works such as Apertado pela Fome (1945), with which he participated in the 1st General Exhibition of Visual Arts (1946). The following year he was one of the founders of the Lisbon Surrealist Group, together with Cândido Costa Pinto, Fernando Azevedo, Mário Cesariny and José Augusto França, among others. In 1949, he participated in the group's first and only exhibition, where two collaborative works were presented (Cadavre Exquis): in one, he participated with Fernando Azevedo; in the other, with António Pedro, Moniz Pereira, António Domingues and Fernando Azevedo. 
From the mid-1950s onwards, his work moved towards abstraction, first geometric and then lyrical, and he began to title his paintings with simple sequential numbers. Later, he returned to the surrealist universe, and in the 1980s he also used collage. 
After the 25th of April 1974, he collaborated with the Armed Forces Movement, and was the author of the MFA symbol. 
He participated in solo and group exhibitions in Portugal and abroad, including São Paulo, Rio de Janeiro, Paris, London, New Delhi, etc. In 2000 he was awarded the National Prize for Visual Arts by AICA (International Association of Art Critics).

domingo, 25 de agosto de 2024

Manuel da Maia (1677-1768)

Aqueduto das Águas Livres (1731-1744, Lisboa)
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Hospital Termal da Rainha D. Leonor (1747-50, Caldas da Rainha)
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Terceira parte da Dissertação sobre a Renovação de Lisboa, 1756, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Correspondência, mç. 270, n.º 1, cx. 954

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Manuel da Maia nasceu em Lisboa no ano de 1677 (baptizado a 5 de Agosto), tendo falecido na mesma cidade em 17 de Setembro de 1768. Fez a sua carreira no exército, onde se distinguiu como engenheiro e arquitecto. Frequentou a Aula de Fortificação, da qual foi regente. Em 1703-1705, foi incumbido da realização de trabalhos de fortificação em Lisboa, Estremoz, Beira, Abrantes e Elvas. No ano de 1713, traduziu para português os tratados de António de Ville e Pfeffinger. Em 1718, fez um levantamento da cidade de Lisboa. Foi também um dos engenheiros envolvidos na construção do Aqueduto das Águas Livres (Lisboa). Em 1747, participou na reedificação do novo Hospital Termal da Rainha D. Leonor, nas Caldas da Rainha, com projecto de Eugénio dos Santos. No ano de 1754, foi nomeado Engenheiro-Mor do Reino. Nesse cargo, esteve envolvido na reconstrução da cidade de Lisboa após o Terramoto de 1755, tendo realizado uma Dissertação que esteve na base das obras, que supervisionou. Entre 1745 e 1768, foi Guarda-mor da Torre do Tombo. Da sua obra, é também o edifício da Câmara Municipal do Redondo.
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Bibliografia: PEREIRA, José Fernandes, «Manuel da Maia», in dicionário Ilustrado da História de Portugal, Vol. I, Alfa, 1989, pp. 418-419; PEREIRA, Paulo (Dir.), História da Arte Portuguesa, Vol. III, Temas & Debates, 1995; Wikipédia [https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_da_Maia].
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Manuel da Maia was born in Lisbon in 1677 (baptized on August 5), and died in the same city on September 17, 1768. He made his career in the army, where he distinguished himself as an engineer and architect. He attended the Fortification Class, of which he later was regent. In 1703-1705, he was tasked with carrying out fortification work in Lisbon, Estremoz, Beira, Abrantes and Elvas. In 1713, he translated the treatises of António de Ville and Pfeffinger into Portuguese. In 1718, he surveyed the city of Lisbon. He was also one of the engineers involved in the construction of the Águas Livres Aqueduct (Lisbon). In 1747, he participated in the reconstruction of the new Thermal Hospital of Queen D. Leonor, in Caldas da Rainha, with a design by Eugénio dos Santos. In 1754, he was appointed Chief Engineer of the Kingdom. In this role, he was involved in the reconstruction of the city of Lisbon after the 1755 Earthquake, having written a Dissertation that was the basis for the works, which he supervised. Between 1745 and 1768, he was Chief Guard of the Torre do Tombo (National Archive). His work also includes the building of the Redondo Town Hall.

domingo, 4 de agosto de 2024

Maria Luísa de Sousa Holstein, 3ª Duquesa de Palmela (1841-1909)

 O Pescador (1870)
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Busto do Marquês de Sá da Bandeira (1883, Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa)
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Diógenes (1883, Veritas)
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Fiat Lux (1900, Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Lisboa)
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Maria Luísa de Sousa Holstein, 3ª duquesa de Palmela, nasceu em Lisboa a 4 de Agosto de 1841, tendo falecido em Rio do Porto (Sintra), em 2 de Setembro de 1909. Foi discípula do escultor Anatole Célestin Calmels, desde 1858. Entre os primeiros trabalhos, distingue-se a obra O Pescador (1870), onde se nota a influência do Romantismo recebida do seu mestre. Esta obra foi exposta em 1874, na 10ª exposição da Sociedade Promotora de Belas-Artes, juntamente com o retrato em relevo da Condessa de Ficalho. Entre as suas obras mais assinaláveis salienta-se o Diógenes (1883), cujo original em mármore se encontra no Palácio Palmela (Rato, Lisboa), que teve bastante sucesso, sendo realizadas diversas versões reduzidas em bronze. A obra foi exposta em 1884, no Salon de la Société des Artistes Français, tendo voltado a participar no mesmo certame, em 1886, com a obra Sainte-Thérèse (1885), que lhe valeu uma menção honrosa. Os retratos constituem uma parcela importante de seu trabalho, sendo exemplo os bustos do Marquês de Sá da Bandeira (c. 1870, Museu da Sociedade de Geografia de Lisboa) e do Duque da Terceira (Museu Militar). Encaminhando-se progressivamente para o Naturalismo, uma obra a destacar é o busto de Negra (1885), igualmente exposta no Salon parisiense de 1886, que retrata Maria José dos Santos, criada da duquesa de Palmela, e filha dos cozinheiros de seus pais. Pouco depois, esculpiu um dos seus mais aclamados trabalhos, o Fiat Lux, que é uma representação alegórica do Génio do Progresso da Medicina. Obra originalmente feita em bronze, foi oferecida a António de Lencastre, seu médico pessoal. Com o objectivo de se tornar académica de mérito, da Academia Real de Belas-Artes de Lisboa, a duquesa de Palmela fez, em 1900, uma versão em mármore de Carrara, que hoje pertence ao acervo do Museu Nacional de Arte Contemporânea. Outra importante realização foi a escultura Mater Admirabilis. A Duquesa de Palmela foi também ceramista, tendo fundado, com a Condessa de Ficalho, a Oficina ou Fábrica de Cerâmica do Ratinho, no Palácio Palmela.

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Fernando de Pamplona, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. IV, Barcelos, Livraria Civilização, 1988; pp. 258-259; Sandra Costa Saldanha, «Filantropia e Arte, A Obra de Escultura da 3.ª Duquesa de Palmela», Cidade Solidária, Julho de 2007, pp. 76-80 [https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/92339/1/2007%20-%20Filantropia%20e%20Arte.pdf]; Teresa Campos dos Santos, «Maria Luísa de Sousa Holstein (1841-1909): Construtora de uma obra social», in Revista de História da Arte e da Cultura, Campinas, SP, N.º 18,, 2021, pp. 115–136 [https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/rhac/article/view/15429].

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Maria Luísa de Sousa Holstein, 3rd Duchess of Palmela, was born in Lisbon on 4 August 1841 and died in Rio do Porto (Sintra) on 2 September 1909. She was a disciple of the sculptor Anatole Célestin Calmels since 1858. Among her early works, The Fisherman (1870) stands out, in which the influence of Romanticism received from her master can be observed. This work was exhibited in 1874, at the 10th exhibition of the Sociedade Promotora de Belas-Artes, together with the relief portrait of the Countess of Ficalho. Among her most notable works is Diógenes (1883), the original in marble of which is in the Palácio Palmela (Rato, Lisbon). It was very successful, and several reduced versions in bronze were produced. The work was exhibited in 1884 at the Salon de la Société des Artistes Français. She participated in the same event again in 1886 with the work Sainte-Thérèse (1885), which earned her an honorable mention. Portraits constitute an important part of her work, examples being the busts of the Marquis of Sá da Bandeira (c. 1870, Museum of the Geographical Society of Lisbon) and of the Duke of Terceira (Military Museum). Progressively moving towards Naturalism, a work worth highlighting is the bust of Negra (1885), also exhibited at the Paris Salon of 1886, which portrays Maria José dos Santos, maid to the Duchess of Palmela and daughter of her parents' cooks. Shortly afterwards, she sculpted one of his most acclaimed works, the Fiat Lux, which is an allegorical representation of the Genius of the Progress of Medicine. Originally made of bronze, the work was given to António de Lencastre, her personal doctor. With the aim of becoming an academic of merit at the Royal Academy of Fine Arts in Lisbon, the Duchess of Palmela created a version in Carrara marble in 1900, which today belongs to the collection of the National Museum of Contemporary Art. Another important achievement was the sculpture Mater Admirabilis. The Duchess of Palmela was also a ceramist, having founded, with the Countess of Ficalho, the Ratinho Ceramics Workshop (or Factory) in the Palmela Palace.

domingo, 14 de julho de 2024

Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (1867-1920)

"V - O Progresso Nacional: o grande Caranguejo", in A Paródia, 8 de Agosto de 1900.
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Cabaça. Lagarto (1900, Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
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Jarro (Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
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Jarra. Cerejas (Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
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Jarra. Algas (Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
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Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, nasceu em 20 de Junho de 1867, sendo filho de Rafael Bordalo Pinheiro e de Elvira Ferreira de Almeida Bordalo Pinheiro. Nasceu em Lisboa, tendo sido educado na casa de família do pai do artista, em Alcolena, onde conviveu com o avô Manuel Maria, que era gravador, pintor e escultor amador, e o tio Columbano, futuro pintor, que era dez anos mais velho. Estudou depois num colégio interno. Em 1884, iniciou a colaboração jornalística com o seu pai, fazendo caricaturas, primeiro no jornal O António Maria, depois em Os Pontos nos ii (1885) e A Paródia (1900). Em 1903, participou na revista infantil O Gafanhoto, fazendo uma incursão na banda desenhada. A partir de 1896, foi professor na Escola Rodrigues Sampaio, passando, em 1914, para a Escola de Cerâmica de Lisboa. A partir de 1905, começou a dirigir a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, fundada pelo seu pai (1884). Tendo perdido a posse da fábrica, em 1908, montou uma nova fábrica de cerâmica denominada San Rafael, com modelos mais modernos, nomeadamente Arte Nova. Entretanto, em 1914, casou com Angélica Barreto da Cruz. Viajou até França em 1918, para contactar os principais centros cerâmicos. Faleceu em 8 de Setembro de 1920.
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Bibl.: Horta, Cristina Ramos e, Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (1867-1920), Obra Cerâmica e Gráfica, Ministério da Cultura, Instituto Português de Museus, Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha, 2004.
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Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, was born on June 20, 1867, the son of Rafael Bordalo Pinheiro and Elvira Ferreira de Almeida Bordalo Pinheiro. He was born in Lisbon, having been educated in the artist's father's family home, in Alcolena, where he lived with his grandfather Manuel Maria, who was an amateur engraver, painter and sculptor, and his uncle Columbano, a future painter, who was ten years older. He later studied at a boarding school. In 1884, he began journalistic collaboration with his father, creating caricatures, first in the newspaper O António Maria, then in Os Pontos nos ii (1885) and A Paródia (1900). In 1903, he participated in the children's magazine O Gafanhoto, making a foray into comics. From 1896, he was a teacher at the Rodrigues Sampaio School, moving, in 1914, to the Lisbon Ceramic School. From 1905 onwards, he began running the Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, founded by his father (1884). Having lost ownership of the factory, in 1908, he set up a new ceramics factory called San Rafael, with more modern models, namely Art Nouveau. In 1914, he married Angélica Barreto da Cruz. He traveled to France in 1918, to contact the main ceramic centers. He died on September 8, 1920.

domingo, 23 de junho de 2024

Simões de Almeida (Sobrinho) (1880-1950)

O Chá (1905)
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Mirábilis (Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa)
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A República (1911, Museu de Lisboa)
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Infante D. Henrique (1915, Museu Carlos Machado, Ponta Delgada)
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Relembrando (1920, Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Lisboa)
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José Simões de Almeida nasceu em Figueiró dos Vinhos, a 17 de Junho de 1880, tendo estudado Desenho e Escultura na Escola de Belas-Artes de Lisboa, onde foi discípulo do seu tio José Simões de Almeida Júnior, mas também do escultor Alberto Nunes e do arquitecto José Luís Monteiro. Terminados os estudos, em 1903, concorreu, em 1904, ao lugar de bolseiro por conta do Legado Valmor, na especialidade de Escultura, sendo apurado e indo para Paris, onde permaneceu até ao ano de 1907. No ano de 1915, foi escolhido, após concurso, para Professor de Escultura da EBAL, substituindo o seu tio. 
Na Escultura evidenciou-se sobretudo como medalhista, sendo de destacar o seu molde para a moeda do escudo aprovada em 1911. Foi também escultor de monumentos e outras obras de carácter oficial e comemorativo, tanto em Portugal, como no estrangeiro. É da sua autoria o busto oficial da República Portuguesa, os baixos–relevos do Monumento ao Marquês de Pombal (na Praça do mesmo nome em Lisboa) e o frontão do Palácio de São Bento.
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Cf. Museu e Centro de Artes de Figueiró dos Vinhos -https://www.mcafigueirodosvinhos.pt/index.php/2013-04-08-14-35-07/os-nossos-artistas/8-noticias/2-artigo-de-; Centro de Arte Moderna Gulbenkian - https://gulbenkian.pt/cam/artist/jose-simoes-de-almeida-sobrinho/; Assembleia da República - https://app.parlamento.pt/visita/visita_virtual/pdf/142.pdf
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Born in Figueiró dos Vinhos, on June 17, 1880, José Simões de Almeida studied Drawing and Sculpture at the Lisbon School of Fine Arts, where he was a disciple of his uncle José Simões de Almeida Júnior, but also of the sculptor Alberto Nunes and the architect José Luís Monteiro. After finishing his studies, in 1903, he applied, in 1904, for a scholarship from Legado Valmor, in the specialty of Sculpture, being selected and going to Paris, where he remained until 1907. In 1915, he was chosen, after a competition, to become Professor of Sculpture at EBAL, replacing his uncle.
In Sculpture, he stood out above all as a medalist, particularly his mold for the shield coin approved in 1911. He was also a sculptor of monuments and other works of an official and commemorative nature, both in Portugal and abroad. He was the author of the official bust of the Portuguese Republic, the bas-reliefs of the Monument to the Marquis of Pombal (in the Square of the same name in Lisbon) and the pediment of the São Bento Palace.

domingo, 9 de junho de 2024

Lima de Freitas (1927-1998)

Sem Título (1948, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa - https://gulbenkian.pt/cam/works_cam/stitulo-148518/)
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Sem Título (1957, Lima de Freitas, 1957, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira, via A.Muse.Arte - https://amusearte.hypotheses.org/10999#more-10999)

Músicos (1961, via Palácio do Correio Velho - https://amusearte.hypotheses.org/10999#more-10999)
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O Terceiro Olho (1981, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa - https://gulbenkian.pt/cam/works_cam/o-terceiro-olho-148522/)
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Paisagem (1997, via Centro Português de Serigrafia - https://www.cps.pt/pt/loja/es042)
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José Lima de Freitas nasceu em Setúbal a 22 de Junho de 1927, tendo a sua família mudado depois para Évora, onde ele estudou no Liceu Garcia de Resende. Em 1945, começou a frequentar a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde estudou Arquitetura. No ano de 1946, aderiu ao Neorrealismo, vindo a desempenhar um papel importante nesse movimento, quer através da sua obra plástica, quer através da escrita. Viveu em Paris, entre 1954 e 1959. Em 1964, mudou-se para Aarhus, na Dinamarca; regressando a Portugal em 1965, onde, mais tarde (1967), conheceu Almada Negreiros. Nos anos 80, produziu uma série de obras que denominou Mitolusismos, em que desenvolveu a temática dos mitos nacionais. Como ilustrador, colaborou com editoras norte-americanas, ilustrou romances de J. Conrad (Nova Iorque), Afonso Schmidt (Varsóvia) e inúmeros contos em revistas francesas, alemãs, espanholas, brasileiras, sobressaindo também, por exemplo, as ilustrações para Os Lusíadas e para a Lírica de Luís de Camões. Como pintor, a sua obra evoluiu por um caminho espiritual, dentro de uma simbólica visionária e esotérica, ligado ao Realismo Fantástico. Expôs coletivamente desde 1946, na Sociedade Nacional de Belas-Artes e Fundação Calouste Gulbenkian, na II Bienal de S. Paulo, etc. Individualmente, realizou exposições desde 1950, também na Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa, mas igualmente em Évora, no Porto e em Madrid. Foi Diretor-Geral da Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e diretor e professor no IADE (Escola de Arte e Design), de 1969 a 1972. Foi ainda Presidente da Comissão Instaladora do Teatro Nacional D. Maria II, que reabriu as portas ao público em 1978, após longos anos de encerramento. Publicou textos em jornais e livros, sendo exemplo a obra Almada e o número (1977). Faleceu em Lisboa, a 5 de Outubro de 1998.
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Bibl.: Teresa Lousa, «Lima de Freitas» (2019), in Gerações Hispânicas [https://fabricadesites.fcsh.unl.pt/ghispanicas/2019/05/08/lima-de-freitas/]; Wikipédia [https://pt.wikipedia.org/wiki/Lima_de_Freitas]
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José Lima de Freitas was born in Setúbal on June 22, 1927, but his family moved later to Évora, where he studied at the Liceu Garcia de Resende. In 1945, he began attending the Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, where he studied Architecture. In 1946, he joined Neorealism, playing an important role in this movement, both through his plastic work and through writing. He lived in Paris between 1954 and 1959. In 1964, he moved to Aarhus, Denmark; returning to Portugal in 1965, where, later (1967), he met Almada Negreiros. In the 1980s, he produced a series of works that he called Mitolusismos, in which he developed the theme of national myths. As an illustrator, he collaborated with North American publishers, illustrated novels by J. Conrad (New York), Afonso Schmidt (Warsaw) and countless short stories in French, German, Spanish and Brazilian magazines, also highlighting, for example, the illustrations for Os Lusíadas and for the Lírica of Luís de Camões. As a painter, his work evolved along a spiritual path, within a visionary and esoteric symbolism, linked to Fantastic Realism. He has exhibited collectively since 1946, at the Sociedade Nacional de Belas-Artes and Fundação Calouste Gulbenkian, at the II Bienal de S. Paulo, etc. Individually, he has held exhibitions since 1950, at the Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisbon, but also in Évora, Porto and Madrid. He was General Director of Cultural Action at the State Secretariat for Culture, director and professor at IADE (School of Art and Design), from 1969 to 1972. He was President of the Installation Committee of the D. Maria II National Theater, which reopened its doors to public in 1978, after long years of closure. He published texts in newspapers and books, an example being the work Almada e o numero (1977). He passed away in Lisbon, on October 5, 1998.

domingo, 19 de maio de 2024

Fernando Lemos (1926-2019)

Eu (Auto-Retrato) (1949, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa)
Luz Teimosa (1949, Colecção Berardo)
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Série 1 - n.º 8 (1960, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa)
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Série Memórias n.º 9 (1983, Centro de Arte Moderna Gulbenkian, Lisboa)
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Sem Título (1997, fot. Horst Merkel, in Enciclopédia Itaú Cultural)
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José Fernandes de Lemos nasceu, em Lisboa, em 1926, e morreu a 18 de dezembro de 2019 em São Paulo, no Brasil. A sua atividade abarcou diversas áreas de expressão artística, como a pintura, desenho, fotografia, gravura, artes gráficas e poesia. Estudou pintura e litografia na Escola de Artes Decorativas António Arroio e, depois, pintura na Sociedade Nacional de Belas Artes, de Lisboa. Aos 18 anos começou a trabalhar como desenhador de publicidade. A sua actividade na fotografia decorreu sobretudo a partir de 1946, recorrendo a processos utilizados na fotografia surrealista (sobreposição, dupla exposição, manipulação do negativo, solarização, entre outros). Expôs pela primeira vez na Casa Jalco (1952), em Lisboa, conjuntamente com Marcelino Vespeira e Fernando Azevedo;  em 1953, na Galeria de Março, também em Lisboa, expôs individualmente o seu trabalho fotográfico na mostra Fotografia de Várias Coisas. Em 1953, descontente com o regime salazarista, mudou-se para São Paulo (Brasil), naturalizando-se brasileiro cerca de 1960.  Dedicou-se então à pintura, ilustração, tapeçaria e ao design. Em 1955, ganhou o prémio viagem da Fundação Bienal de São Paulo (3.a Bienal) e viajou pela Europa. Em 1962, recebeu uma bolsa de estudos para o Japão, patrocinada pela Fundação Calouste Gulbenkian. Na sua atividade como poeta e escritor integrou a redação do jornal Portugal Democrático, dedicado aos exilados políticos no Brasil, entre 1955 e 1975. Dedicou se, também, à escrita de poesia e, em 1985, publicou o livro intitulado Cá & Lá. Na pintura, evoluiu do abstracionismo geométrico (anos 70) para uma pintura enraizada na fantasia e no lirismo. Auferiu o Prémio Anual de Fotografia, concedido pelo Centro Português de Fotografia (Porto), em 2001. Representado em diversas colecões nacionais e internacionais, «permanecerá na história da arte portuguesa do século XX, como um dos seus representantes mais vanguardista, multifacetado e talentoso» (Emília Tavares).
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Porto Editora – Fernando Lemos na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-05-19 10:59:40]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$fernando-lemos; Emília Tavares, in MNAC, Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado [http://www.museuartecontemporanea.gov.pt/pt/artistas/ver/84/artists]
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José Fernandes de Lemos was born in Lisbon in 1926 and died on December 18, 2019 in São Paulo, Brazil. His activity encompassed several areas of artistic expression, such as painting, drawing, photography, engraving, graphic arts and poetry. He studied painting and lithography at the Escola de Artes Decorativas António Arroio and, later, painting at the Sociedade Nacional de Belas Artes, in Lisbon. At the age of 18 he began working as an advertising designer,. His activity in photography took place mainly from 1946 onwards, using processes used in surrealist photography (superimposition, double exposure, negative manipulation, solarization, among others). He exhibited for the first time at Casa Jalco (1952), in Lisbon, together with Marcelino Vespeira and Fernando Azevedo. In 1953, at Galeria de Março, also in Lisbon, he exhibited his photographic work individually in the Photography of Various Things exhibition. Also in 1953, unhappy with the Salazar regime, he moved to São Paulo (Brazil), becoming a naturalized Brazilian around 1960. He then dedicated himself to painting, illustration, tapestry and design. In 1955, he won the São Paulo Biennial Foundation's travel prize (3rd Biennale) and traveled across Europe. In 1962, he received a scholarship to Japan, sponsored by the Calouste Gulbenkian Foundation. In his activity as a poet and writer, he was part of the editorial staff of the newspaper Portugal Demático, dedicated to political exiles in Brazil, between 1955 and 1975. He also dedicated himself to writing poetry and, in 1985, published the book entitled Cá & Lá. In painting, he evolved from geometric abstractionism (70s) to a painting rooted in fantasy and lyricism. He won the Annual Photography Prize, granted by the Portuguese Photography Center (Porto), in 2001. Represented in several national and international collections, «he will remain in the history of Portuguese art of the 20th century, as one of its most avant-garde, multifaceted and talented representatives » (Emília Tavares).

domingo, 28 de abril de 2024

José Pacheko (1885-1934)

Sem Título (1913, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa)
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Sem Título (1913, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa)
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Capa do n.º 1 da revista Orpheu (1915)
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Capa do livro Céu em fogo, de Mário de Sá Carneiro (1915)
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Projeto para Igreja de Santo António do Monte (Murtosa) (Atlântida, n.º 18, 15 de Abril de 1917)
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José Rosa dos Santos Pacheco (José Pacheko, 1885-1934), nasceu em Lisboa em 24 de Abril de 1885.  Fez o curso de arquitectura na Escola de Belas-Artes de Lisboa e foi aluno de um curso livre ministrado pelo arquiteto Norte Junior. Residiu em Paris entre 1911 e 1913 e, de novo, em 1914, com sua esposa (Maria Etelvina Lobo dos Santos e Silva), em casa do pintor Amadeo de Souza-Cardoso. Com uma obra que se liga ao Modernismo, coloborou em jornais e revistas como ilustrador, desde O Ocidente (1915.1917), tendo dirigido artisticamente a revista monárquica A Ideia Nacional (1916); em 1915, participou no primeiro número da revista Orpheu, desenhando a capa. Em 1917, no número único da revista Portugal Futurista, assinou, juntamente com Almada Negreiros e Ruy Coelho um manifesto de apresentação dos Bailados Russos de Diaghilev. Entre 1922 e 1926, dirigiu a revista Contemporânea. Participou em exposições, desde 1915, na Exposição de Humoristas e Modernistas (Porto), e em 1920 na III Exposição dos Humoristas (Lisboa). Em 1916, expôs na Galeria das Artes no Salão Bobone (Lisboa). Em 1925 e 1926, teve um papel preponderante na escolha dos artistas convidados a decorar o café a A Brasileira (onde ele próprio participou com uma pintura) e o Bristol Club (Lisboa). Participou no I Salão de Outono, organizado por Eduardo Viana (1925) e organizou o II Salão, em 1926, em nome da Contemporânea. Participou no I Salão dos Independentes (1930). Exerceu igualmente como arquitecto, tendo elaborado projectos para diversos edifícios, e participado em concursos para monumentos.
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Fonte: «José Pacheko», in Wikipédia [https://pt.wikipedia.org/wiki/José_Pacheko]. Cf. também: Rui Mãrio Gonçalves, «José Pacheco (1885-1934)», in Modernismo [https://modernismo.pt/index.php/j/225-jose-pacheco-1885-1934].
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José Rosa dos Santos Pacheco (José Pacheko, 1885-1934), was born in Lisbon on April 24, 1885. He studied architecture at the Lisbon School of Fine Arts and was a student on a free course taught by the architect Norte Junior. He lived in Paris between 1911 and 1913 and, again, in 1914, with his wife (Maria Etelvina Lobo dos Santos e Silva), in the house of the painter Amadeo de Souza-Cardoso. With a work linked to Modernism, he collaborated in newspapers and magazines as an illustrator, since O Ocidente (1915.1917), having artistically directed the monarchical magazine A Ideia Nacional (1916); In 1915, he participated in the first issue of the Orpheu magazine, designing the cover. In 1917, in the single issue of the magazine Portugal Futurista, he signed, together with Almada Negreiros and Ruy Coelho, a manifesto presenting Diaghilev's Russian Ballets. Between 1922 and 1926, he directed the magazine Contemporânea. He participated in exhibitions, since 1915, at the Exhibition of Humorists and Modernists (Porto), and in 1920 at the III Exhibition of Humorists (Lisbon). In 1916, he exhibited at the Galeria das Artes in Salão Bobone (Lisbon). In 1925 and 1926, he had a leading role in choosing the artists invited to decorate the café A Brasileira (where he himself participated with a painting) and the Bristol Club (Lisbon). He participated in the I Salão de Outono, organized by Eduardo Viana (1925) and organized the II Salão, in 1926, in the name of Contemporânea, participated in the 1st Salão dos Independentes (1930). He also worked as an architect, having drawn up projects for various buildings, and participated in competitions for monuments.