segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

João de Ruão (1500-1580)

Deposição no túmulo (1535-1540, MNMC)
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Santa Inês (1535-1540, MNMC)
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Retábulo de Santa Clara (1540-1550, MNMC)
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Porta Especiosa (Sé Velha de Coimbra)
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João de Ruão (1500-1580) foi um escultor e arquitecto de origem francesa que veio trabalhar para Portugal, entre 1527-1528. A sua acção foi marcante para a introdução e consolidação dos valores renascentistas no nosso país, centralizado sobretudo em Coimbra, onde tinha oficina. A sua obra é habitualmente dividida em duas fases distintas, sendo que na primeira predomina a expressão clássica e a harmonia (1530-1540); a segunda apresenta maior austeridade (desde 1540). A sua primeira obra documentada em Portugal foi o portal renascentista da igreja da Igreja Matriz da Atalaia do Ribatejo. Para além da escultura, realizou importantes trabalhos de arquitectura, como a Porta Especiosa da Sé Velha; o Claustro da Manga (Mosteiro de Santa Cruz); ou a Capela do Tesoureiro (para a Igreja de São Domingos de Coimbra, Museu Nacional de Machado de Castro).
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Bibl. Wikipédia.
Cf. também Carla Alexandre Gonçalves, «A obra multiforme de João de Ruão no “século de ouro” coimbrão», in A Escultura em Portugal, da Idade Média ao início da Idade Contemporânea: História e Património, Actas do Colóquio Internacional de História da Arte, Lisboa, Cadernos Culturais da F.C.F.A., 2011, pp. 117 - 140.
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João de Ruão (1500-1580) was a sculptor and architect of French origin who came to work in Portugal between 1527-1528. His action was remarkable for the introduction and consolidation of Renaissance values in this country, centered mainly in Coimbra, where he had a workshop. His work is usually divided into two distinct phases, the former dominating classical expression and harmony (1530-1540); the second shows greater austerity (since 1540). His first documented work in Portugal was the Renaissance portal of the Church of Atalaia do Ribatejo. In addition to sculpture, he carried out important architectural works, such as the Porta Especiosa of the Sé Velha; the Cloister of Manga (Santa Cruz Monastery); or the Chapel of the Treasurer (for the Church of São Domingos de Coimbra, Museu Nacional de Machado de Castro).

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Nicolau de Chanterene (c. 1470/1485 – 1551)

Portal Ocidental (1517, Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa)
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Túmulo de D. João de Noronha e D. Isabel de Sousa (Igreja de Santa Maria, Óbidos)
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Túmulo de D. Afonso Henriques (Igreja do Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra)
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Retábulo (1528-1532, Palácio Nacional da Pena, Sintra)
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A Virgem e o Menino (1540, Museu de Évora)
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Nicolau de Chanterene (c. 1485 – 1551) foi um escultor Renascentista, de origem francesa que desenvolveu grande parte da sua obra em Portugal, entre os anos de 1517 e 1551. Em Portugal, a primeira referência é como responsável pela porta axial do Mosteiro de Santa Maria de Belém, onde esculpiu os episódios alusivos à Vida da Virgem e os retratos régios de D. Manuel I e de D. Maria. Em 1519, o rei D. Manuel nomeou-o Imaginario de Pedraria. Trabalhou em Óbidos e Coimbra. A sua produção coimbrã inclui o retábulo da igreja monástica de São Marcos (1523-1524); o portal do antecoro do mosteiro de Santa Maria de Celas (1526); o retábulo de São Pedro da capela funerária de D. Jorge de Almeida, na Sé Velha (c. 1526); e a correcção das estátuas jacentes dos Túmulos Reais de D. Afonso Henriques e D. Sancho I. Outras obras suas encontram-se no Mosteiro de Tentúgal e no Convento da Pena (hoje Palácio) (1528-1532). Entre 1536-1540, esteve em Évora, onde conviveu com a corte de D. João III e com intelectuais humanistas. Nessa cidade subsistem agumas obras que lhe são atribuídas, entre as quais, o túmulo de D. Álvaro da Costa (1535), as pilastras do refeitório do convento do Paraíso (1533) e o cenotáfio de D. Afonso de Portugal (c. 1540-1542), no Museu de Évora.
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Cf. Wikipédia e Matriznet.
Para aprofundar: Pedro Dias, Nicolau de Chanterene Escultor da Renascença, Lisboa, Publicaçoes Ciéncia e vVda, 1987; Fernando Grilo, Nicolau Chanterene e a afirmação da escultura do Renascimento na Península Ibérica (c.1511-1551), FL-UL, 2000 (Tese de Doutoramento); Francisco Henriques, O retábulo da Pena de Nicolau Chanterene: geometria e significação, FBA-UL, 2006 (Dissertação de Mestrado).
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Nicolau Chantereine (c.1470/1485 – 1551) was a French Renaissance sculptor who worked mainly in Portugal. By January 1517 he and an assistant were at work as master contractors at the western portal of the Jerónimos Monastery in Belém. This was probably his first assignment in Portugal. He left in 1518 to Coimbra, one of the main artistic centres of Portugal. He would work there at the renovation of the Augustinian Santa Cruz Monastery. In 1519 king Manuel I appointed him his personal sculptor (Imaginario de Pedraria) with the accompanying pension and privileges. In 1522 he got a commission for a retable for the Monastery of São Marcos de Tentúgal (near Coimbra). In 1526 he sculpted the arch over the door between the cloister and the chapter house of the Mosteiro de Celas in Coimbra. Later he worked at the retable of the chapel Nossa Senhora da Pena in Sintra. From 1533 he stayed at the court in Évora, entering in contact with noblemen, humanists and the highest ecclesiastical ranks. In 1537 he sculpted the tomb for the archbishop of Évora, Dom Afonso de Portugal, and the marble grave of D. Duarte da Costa, governor of Brazil, both now on display at the museum of Évora.
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Cf. Wikipedia.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Mestre Pero (séc. XIV)

Túmulo da Rainha Santa Isabel (1330, Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, Coimbra)
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Senhora do Ó (1340-1360, Museu de Lamego)
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Santíssima Trindade (Museu de Évora)
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Atribuído a Mestre Pero, São Tiago (1325-1350, MNAA)
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Cavaleiro Medieval (1325-1350, Museu Nacional Machado de Castro, Coimbra)
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Mestre Pero ou Mestre Pêro (século XIV) foi um escultor e imaginário de provável origem aragonesa, ativo em Portugal em meados do século XIV. Grande parte da sua obra foi realizada na sua oficina em Coimbra. Teve um papel de relevo na renovação da escultura gótica em Portugal. Admite-se que a sua primeira obra realizada no nosso país tenha sido o túmulo de D. Isabel de Aragão (1271-1336). Também é referido como o mestre das imagens do túmulo do Arcebispo de Braga D. Gonçalo Pereira (Capela da Glória, Sé de Braga), executado em parceria com mestre Telo Garcia, a quem é atribuído o jacente. São-lhe também atribuídas, entre outras, as seguintes obras: Túmulo de D. Vataça Láscaris de Ventimiglia (dama da corte da rainha D. Isabel, na Sé Velha de Coimbra); túmulo da Infanta D. Isabel, c. 1326-1330 (Convento de Santa Clara-a-Nova); arca tumular de Rui do Casal (Igreja de São João de Alporão, Santarém); túmulo de João Gordo (Sé do Porto); Virgem com o Menino (Museu Nacional de Arte Antiga); Senhora do Ó (MNMC, Coimbra) e o  Anjo de uma Anunciação (Igreja de Santa Maria da Alcáçova, Montemor-o-Velho); etc.. Destaca-se ainda o grupo escultórico da Capela dos Ferreiros, Igreja Matriz de Oliveira do Hospital, um dos mais importantes espaços funerários góticos portugueses, classificado como Monumento Nacional (1936). Encomendado por Domingos Joanes, este conjunto inclui a escultura Cavaleiro Medieval, ou Domingos Joanes como cavaleiro. Existem dois exemplares desta obra sem que se saiba ao certo qual o original e qual a cópia, encontrando-se o outro no Museu Nacional de Machado de Castro.
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Cf. Wikipédia.
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Mestre Pero (14th century) was a sculptor of probable Aragonese origin, active in Portugal in the middle of the fourteenth century. Much of his work was done at his workshop in Coimbra. It had a prominent role in the renovation of Gothic sculpture in Portugal. It is assumed that his first work in this country was the tomb of D. Isabel de Aragón (1271-1336). He is also referred to as the master of the tomb images of the Archbishop of Braga D. Gonçalo Pereira (Cathedral of Braga), executed in partnership with master Telo Garcia. He is also awarded, among others, the following works: Tomb of D. Vataça Láscaris de Ventimiglia (Old Cathedral of Coimbra); tomb of the Infanta D. Isabel (Convent of Santa Clara-a-Nova); the tomb of Rui do Casal (Igreja de São João de Alporão, Santarém); tomb of João Gordo (Sé do Porto); Virgin and Child (National Museum of Ancient Art); Senhora do Ó (MNMC, Coimbra) and the Angel of an Annunciation (Church of Santa Maria da Alcáçova, Montemor-o-Velho); etc. It is also worth mentioning the sculptural group of the Ferreiros Chapel, Igreja Matriz de Oliveira do Hospital, one of the most important Portuguese gothic funerary spaces, classified as a National Monument (1936). Commissioned by Domingos Joanes, this set includes the Medieval Knight sculpture, or Domingos Joanes as a knight. There are two copies of this work without knowing for sure the original and the copy - the other is in the National Museum of Machado de Castro.

domingo, 8 de julho de 2018

Diogo de Castilho (c. 1490-1574)

Capela-mor da Igreja do Mosteiro de São Marcos de Coimbra - Retábulo de Nicolau de Chanterene (1522-1523, Tentúgal)
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Igreja (Colégio) da Graça (1543, Coimbra)
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Portal do Colégio de São Tomás (1547, Museu Nacional Machado de Castro, Coimbra)
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Diogo de Castilho, natural da Cantábria, era irmão mais novo de João de Castilho, com o qual trabalhou no início de carreira. Foi casado com Isabel Ilharco, filha de um negociante de ferro. Veio para Portugal talvez ainda antes de 1509 e durante dois anos esteve envolvido com João de Castilho nas obras da capela-mor da Sé de Braga. A sua formação Gótico-manuelina prosseguiu em Lisboa ao trabalhar na construção do Mosteiro dos Jerónimos (1517), assumindo depois a responsabilidade da construção dos túmulos de D. Afonso Henriques e D. Sancho I na igreja do Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra, cuja concepção geral lhe é atribuída. Realizou, então, empreitadas nas regiões do Porto e de Coimbra (Tentúgal e Góis). Em 1524 foi nomeado mestre das obras dos Paços Reais de Coimbra; sete anos mais tarde foi instituído no cargo de mestre pedreiro (arquiteto e empreiteiro) das obras do Mosteiro de Santa Cruz (1531/1547). Ficou também associado à implantação da universidade de Coimbra, sendo responsável pela concepção e edificação de vários colégios localizados na Rua da Sofia (ou da Sabedoria), nomeadamente o emblemático Colégio da Graça, fundado em 1543, que serviu de matriz para os que se lhe seguiram. Em 1547, D. João III nomeou-o cavaleiro da Casa Real. A sua obra inicial liga-se ao Manuelino, de que podem citar-se como exemplos o coro-alto de Santa Cruz, as capelas-mor da Igreja Matriz de Góis e da Igreja do Mosteiro de São Marcos, ou a capela de São João Baptista na Igreja de São Francisco, do Porto. Afirmou-se depois no quadro de valores do Renascimento, que se encontram nos colégios universitários de Coimbra, como o Colégio da Graça, cujo claustro começou a ser edificado cerca de 1548, onde utilizou a ordem jónica (recomendada para edifícios de letrados no tratado de Sebastiano Serlio).
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Cf. Wikipédia e Portugal Dicionário Histórico. Ver também: Maria de Lurdes Craveiro, Diogo de Castilho e a Arquitectura da Renascença em Coimbra, Universidade de Coimbra, 1990 (Dissertação de Mestrado).
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Diogo de Castilho, a native of Cantabria (Spain), was the younger brother of João de Castilho, with whom he worked at the beginning of his career. He was married to Isabel Ilharco, daughter of an iron merchant. He came to Portugal in 1509 and for two years was involved with João de Castilho in the works of the main chapel of the Cathedral of Braga. His Gothic-Manueline formation continued in Lisbon as he worked on the construction of the Jeronimos Monastery (1517), later assuming responsibility for the construction of the tombs of D. Afonso Henriques and D. Sancho I in the church of the Monastery of Santa Cruz, Coimbra. It then carried out works in the regions of Porto and Coimbra (Tentúgal and Góis). In 1531 he was instituted as master mason (architect and contractor) of the works of the Monastery of Santa Cruz (until 1547). It was also associated with the implantation of the University of Coimbra, and was responsible for the design and construction of several colleges located in Rua da Sofia (or Wisdom), namely the emblematic Colégio da Graça, founded in 1543, which served as a matrix for those who followed. In 1547, King John III appointed him knight of the Royal House.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

João de Castilho (c. 1470 -c. 1552)

João de Castilho foi um arquitecto que nasceu em Merindad de Trasmiera (Cantábria) cerca de 1470. A sua acção desenvolveu-se sobretudo em Portugal, sendo marcante no período manuelino e na afirmação do estilo renascentista. Foi irmão de Diogo de Castilho, igualmente arquitecto.
A sua formação fez-se nos estaleiros das catedrais de Burgos e de Sevilha, e c. 1508 foi chamado pelo Arcebispo de Braga D. Diogo de Sousa para assumir a renovação da Sé dessa cidade. Em 1515 começou a trabalhar no Convento de Cristo (Tomar) (abóbada, coro e portal sul da igreja). No ano seguinte, iniciou a intervenção nos Jerónimos, assumindo a direcção até 1530 (portal sul, portal axial, sala do capítulo, sacristia, claustro, refeitório e capelas do coro). Teve intervenção no Mosteiro de Alcobaça sensivelmente entre 1519 e 1528. Participou também na edificação do Mosteiro da Batalha, na entrada das Capelas Imperfeitas, onde foi mestre-de-obras, nomeado por D. João III (1528-c. 1532). Cerca de 1532, dirigiu novamente obras em Tomar, agora de teor renascentista: Sala do Capítulo dos frades, o claustro de Santa Bárbara, a Capela do Cruzeiro, o claustro da Hospedaria, o claustro da Micha, o claustro dos Corvos ou do Celeiro, o claustro das Necessárias, o da Procuração, o Refeitório, o Dormitório, a chamada Charolinha (na mata do convento) e as três salas ditas das Cortes (ou do Noviciado). Em 1541-1542, foi para Mazagão (El Jadida), onde foi responsável pela cisterna da fortaleza (concluída por Lourenço Franco em 1547). Em 1543 voltou ainda a Tomar, onde, ainda c. 1535, teve início da construção da Ermida de Nossa Senhora da Conceição, por ele delineada - concluída, após a sua morte, sob a direcção de Diogo de Torralva, em 1573.
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Cf. Wikipédia; Mosteiro da Batalha e Portugal Dicionário Histórico.
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João de Castilho was an architect who was born in Merindad de Trasmiera (Cantabria) around 1470. His work developed mainly in Portugal, being remarkable in the Manueline period and in the affirmation of the Renaissance style. He was brother of Diogo de Castilho, also architect. 
Its formation was made in the cathedrals of Burgos and of Seville. C. 1508 was called by the Archbishop of Braga D. Diogo de Sousa to assume the renewal of the Cathedral of that city. In 1515 he began to work in the Convent of Christ (Tomar) (vault, choir and south portal of the church). The following year, he began the intervention in the Jerónimos Monastery, assuming the direction until 1530 (south portal, axial portal, chapter room, sacristy, cloister, refectory and choir chapels). He intervened in the Monastery of Alcobaça between 1519 and 1528. He also participated in the construction of the Monastery of Batalha, at the entrance of the Imperfect Chapels, where he was a master builder, appointed by the king João III (1528-c.1532). Around 1532, he again directed works in Tomar, now in the Renaissance style: Room of the chapter of the friars, the cloister of Santa Barbara, the Chapel of the Cross, the cloister of the "Hospedaria", the cloister of "Micha", the cloister of the Crows, the Cloister of the Necessaries, the "Procuração", the Canteen, the Dormitory, the "Charolinha" and the three rooms called Cortes (or "Noviciado"). In 1541-1542, he went to Mazagão (El Jadida), where he was responsible for the cistern of the fortress (completed by Lourenço Franco in 1547). In 1543 he returned to Tomar, where was being built, since c. 1535, the Hermitage of Nossa Senhora da Conceição, which he outlined - concluded after its death under the direction of Diogo de Torralva.

terça-feira, 17 de abril de 2018

João Navarro Hogan (1914-1988)

Auto-retrato (1959, CAM-FCG)
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Paisagem (1948-1950, MNAC)
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Paisagem (1964, CAM-FCG)
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Paisagem (1970, CAM-FCG)
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«De ascendência irlandesa, João Navarro Hogan nasceu em Lisboa a 4 de Fevereiro de 1914, no seio duma família de pintores. Frequentou o curso geral da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa de 1930 a 1931. Descrente no ensino académico, abandonou a escola. Certo da sua vocação de pintor, manteve-se auto-didacta, exercendo a pintura em paralelo com a marcenaria – sua profissão desde 1930 e por mais de 20 anos. (...) Aluno em 1937 de Frederico Ayres e de Mário Augusto nas aulas nocturnas da Sociedade Nacional de Belas Artes, foi em Van Gogh e em Cézanne que encontrou os seus primeiros verdadeiros mestres. Elegendo a paisagem como tema por excelência, interpreta-a exaustiva e obsessivamente durante cinco décadas – “A minha paisagem nasce dentro e debaixo da terra. O céu nunca me interessou, e às vezes até o corto” (João Hogan, 1985). Logo nos anos 30 colheu ensinamentos nos Naturalistas portugueses da 1ª geração e na pintura construída de Cézanne. Pintando ao ar livre nos arredores de Lisboa e mais tarde na Beira Baixa, cedo criou um estilo próprio, marcando um percurso isolado no panorama artístico nacional. (...) Participando em exposições colectivas a partir de 1942 e expondo individualmente desde 1951, Hogan percorreu nos anos 50 um período de experimentações. (...) Em 1957 começou a trabalhar em gravura, sobre a influência de William Hayter, de quem foi aluno. Se as primeiras gravuras, realizadas em madeira, têm ainda um cunho realista, as gravuras em cobre – incluindo o acaso proporcionado pelo ácido e influências do surrealismo – atingem um enorme grau de irrealidade, fantasia e mesmo humor. Dedicando-se até 1975 a esta técnica, criou uma obra extremamente lírica, de enorme diversidade, verdadeiramente autónoma da obra de pintor. Sócio-fundador da Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses em 1957, aí dirigiu mais tarde cursos de gravura. Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris em 1958, viajou nesse ano, vendo pintura surrealista principalmente na Bélgica. Realizou a partir de 1960 ilustrações para livros. (...) Professor de pintura na ARCO entre 1976 e 1978 e de gravura entre 1979 e 1981 – data em que se aposentou – Hogan produziu pelos anos 80 dentro paisagens que ele próprio vinha definindo como “de subconsciente”». Morreu em Lisboa a 16 de Junho de 1988.
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Cf. Matriznet.
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João Manuel Navarro Hogan was a Portuguese painter and printmaker, born on the 4th February 1914. He attended the Academy of Fine Arts for one year and then the National Society of Fine Arts in Lisbon while becoming a wood carver. His first collective exhibition was in 1942. Afterwards he participated in many national and international exhibitions including the second and fourth São Paulo Art Biennial and in the International Exhibitions of Brussels and Lausanne (1957). «Mainly a landscape painter, his style can be considered as neo-figurative although his synthesis of forms lead a considerable abstract approach to nature depiction. His landscapes are always meditative and silent with an "earthy" feeling within it (often only one quarter of the painting is occupied by the sky) using for example in his preparatory studies close-up photographs of particular rocks that would later form mountains or rocky landscapes». He was also an important printmaker, especially in woodcut, and giving along with other contemporary artists an impulse to the growth and teaching of this art form in Portugal. His prints often depict fantastic motifs (sometimes eerie) rather than landscapes. He died in Lisbon on the 16th June 1988.
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Cf. Wikipedia.

quarta-feira, 21 de março de 2018

João de Melo Falcão Trigoso (1879-1956)

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Crisântemos (1913, MNAC)
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Poente Algarvio (1913, MJM)
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Mar do Levante (1915, MNAC)
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João de Melo Facão Trigoso nasceu em Lisboa, a 4 de Março de 1879, sendo filho de Leonardo de Melo Falcão Trigoso e Maria Carlota de Lemos Seixas Castelo Branco. Neto do poeta João de Lemos, foi este quem lhe ofereceu a sua primeira paleta, da qual se serviria para iniciar todos os seus trabalhos. Depois de completar o Liceu, matriculou-se, em 1901, no curso de pintura da Escola de Belas Artes de Lisboa, tendo sido discípulo de Simões de Almeida, Veloso Salgado, e Carlos Reis. Depois de concluir o curso foi director da Escola Técnica Vitorino Damásio, em Lagos, e, posteriormente, da Escolas Fonseca Benevides e da de Arte Aplicada António Arroio, em Lisboa. Em 1908, casou, em Lagos, com Maria da Piedade Mascarenhas Corte-Real. Da sua passagem pelo Algarve ficaram uma série de paisagens desta região, que ele baptizou como Costa de Oiro. Foi adepto da corrente do "Ar-Livrismo", tendo sido membro do Grupo Ar Livre e do Grupo Silva Porto, chefiados por Carlos Reis. Realizou várias exposições individuais, e apresentou as suas obras em diversas exposições da Sociedade Nacional de Belas Artes, onde foi galardoado, em 1948, uma medalha de honra. Recebeu, igualmente, o 1.º Prémio Silva Porto, em 1954, uma medalha de ouro na Exposição do Panamá-Pacífico, em São Francisco, nos Estados Unidos da América, e, em 1900, o Prémio Anunciação. Faleceu em 23 de Dezembro de 1956.
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Bibl.: Wikipédia.
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João de Melo Facão Trigoso was born in Lisbon, on March 4, 1879, son of Leonardo de Melo Falcão Trigoso and Maria Carlota de Lemos Seixas Castelo Branco. He was the grandson of poet João de Lemos, who gave him his first palette, from which he would start all his works. After completing High School, he enrolled in 1901 in the course of Painting at the School of Fine Arts in Lisbon, having been a pupil of Simões de Almeida, Veloso Salgado and Carlos Reis. After completing the course he was director of the Vitorino Damásio Technical School in Lagos, and later in the Fonseca Benevides School and the Applied Art School António Arroio in Lisbon. In 1908, he married, in Lagos, with Maria da Piedade Mascarenhas Corte-Real. He held several solo exhibits and presented his works at various events of the National Society of Fine Arts, where he was awarded a medal of honor in 1948. He also received a gold medal at the Panama-Pacific Exhibit in San Francisco. He died on December 23, 1956.

quinta-feira, 1 de março de 2018

Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957)

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Edifício da Av. Sidónio Pais, n.º 16 (1947, Lisboa)
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Porfírio Pardal Monteiro foi um arquitecto português, nascido em Montelavar (Sintra), a 16 de Fevereiro de 1897. Fez o curso de arquitectura na Escola de Belas Artes de Lisboa (1910-1919), onde foi aluno de José Luís Monteiro. Trabalhou também no atelier de Miguel Ventura Terra. Em 1919, depois de terminar o curso, foi admitido na Repartição das Construções Escolares do Ministério da Instrução Pública. Nesse mesmo ano casou-se com Maria Luísa Correia Pinto. Em 1920, ingressou no serviço de arquitectura da Caixa Geral de Depósitos (até 1929), que chegou a chefiar. Tornou-se também primeiro-assistente de Arquitectura do curso de Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico (IST). Entretanto, em 1925, foi a Paris onde visitou a Exposition des Arts Décoratifs et Industrieles Modernes, o que o influenciou no estilo Art Déco, que imprimiu em diversas obras do início da carreira, como a Estação do Cais do Sodré (1925-1928). Em 1927 iniciou o projecto das novas instalações do Instituto Superior Técnico; em 1933, projectou a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Lisboa (1938); e em 1934 realizou uma missão de estudo em Espanha, Itália, França, Bélgica e Holanda. Em 1942, foi nomeado professor catedrático de Arquitetura do IST. A partir do final da década de 1940, recebeu novas encomendas de vulto, públicas e privadas, tendo projectado o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e os hotéis Mundial, Tivoli e Ritz , em Lisboa. Em meados dos anos de 1950 iniciou os projectos para os primeiros edifícios da Cidade Universitária de Lisboa e para a Biblioteca Nacional, que foram terminados, após a sua morte, sob coordenação do seu sobrinho António Pardal Monteiro.
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Cf. Wikipédia
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Porfírio Pardal Monteiro was a Portuguese architect, born in Montelavar (Sintra), on February 16, 1897. He studied Architecture at the School of Fine Arts in Lisbon (1910-1919). In 1919, he was admitted in the Department of the Educational Constructions of the Ministry of the Instruction. In the year of 1920, it entered the service of architecture of the Caixa Geral de Depósitos (until 1929). He also became first assistant architect of the Civil Engineering course at Instituto Superior Técnico (IST). In 1925, he went to Paris where he visited the Exposition des Arts Décoratifs et Industriels Modernes, which influenced him in the Art Déco style, which he printed in several works, such as Cais do Sodré Station (1925-1928). In 1927 he began the project of the new facilities of Instituto Superior Técnico. In 1933 he designed the Church of Our Lady of Fatima, Lisbon; and in 1934 he carried out a study mission in Spain, Italy, France, Belgium and Holland. In 1942, he was appointed Professor of Architecture at IST. From the late 1940s onwards, he received major new orders, designing the National Laboratory of Civil Engineering and the Ritz hotel, both in Lisbon. In the mid-1950s, he began the projects for the Lisbon University and for the National Library, which were completed after his death under the coordination of his nephew Antonio Pardal Monteiro.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Francisco Elias (1869-1937)

Arcada Manuelina para os Grupos Bíblicos (Séc. XX, Museu da Cerâmica)
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Calvário (1923, Museu de Évora)
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Última Ceia de Cristo (1924, Museu José Malhoa)
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Miniatura. Música do Zé Pereiras (1933, Museu de Cerâmica)
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Os Bêbados (1922)
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Francisco Elias dos Santos, nasceu em Caldas da Rainha a 21 de Setembro de 1869. Era filho de Elias dos Santos e de Maria José Moreira Branco. Foi discípulo de Rafael Bordalo Pinheiro e, como aprendiz, colaborou, por exemplo, na execução da famosa jarra Beethoven. Frequentou, depois, a Escola Industrial Rainha D. Leonor, das Caldas. Destacou-se na miniatura e representou, além de peças inspiradas na ourivesaria quinhentista, várias figuras e tipos populares em barro usando pequenas dimensões. Posteriormente dedicou-se a esta especialidade em oficina própria. Porém, não trabalhou apenas em miniatura, tendo deixado alguns trabalhos de maiores dimensões, como Cristo-Rei, Rainha Santa e uma estatueta de mulher. «Fez diversas exposições das suas obras, não chegando a ter tempo de dar respostas a todas as encomendas que lhe foram feitas» (Matriznet). Em 1925, substituiu Acelino Correia, como Mestre de Cerâmica, na Escola Industrial e Comercial Rafael Bordalo Pinheiro, em Caldas da Rainha, cargo que exerceu até 1937, ano do seu falecimento. Recebeu o grau de cavaleiro da Ordem de Santiago.
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Cf. 
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Francisco Elias dos Santos, was born in Caldas da Rainha on September 21, 1869. He was the son of Elias dos Santos and Maria José Moreira Branco. He was a pupil of Rafael Bordalo Pinheiro and, as an apprentice, collaborated, for example, in the execution of the famous Beethoven jug. He also attended the Queen D. Leonor Industrial School. As a ceramist, he stood out in the miniature and made several exhibitions of his works. In 1925, he replaced Acelino Correia, as Master of Ceramics, at the Rafael Bordalo Pinheiro Industrial and Commercial School in Caldas da Rainha, a position he held until 1937, the year of his death. Received the rank of knight of the Order of Santiago.